14/05/2022, 15h00 | Salão Foz
Cinemateca Júnior – Sábados em Família
The Night of the Hunter
A Sombra do Caçador
de Charles Laughton
com Robert Mitchum, Lillian Gish, Billy Chapin, Shelley Winters
Estados Unidos, 1955 - 90 min
legendado em português | M/12
Esta única incursão de Charles Laughton na realização (que foi um completo fracasso comercial à época) resulta numa obra-prima incomparável, ponte de passagem obrigatória do cinema clássico ao moderno, com uma nova exploração da iluminação expressionista. Nesta onírica história infantil, o ogre é um assassino (a mais mítica criação de Mitchum), perseguindo duas crianças filhas de uma das suas vítimas, até se deparar com uma adversária à sua altura, a personagem de Lillian Gish. Um dos filmes mais singulares de sempre.

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14/05/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Smithereens | Privilege
duração total da projeção: 192 min | M/16
entre os dois filmes há um intervalo de 20 minutos
SMITHEREENS
Estilhaços
de Susan Seidelman
com Susan Berman, Brad Rinn, Richard Hell
Estados Unidos, 1982 - 89 min / legendas em português

PRIVILEGE
de Peter Watkins
com Paul Jones, Jean Shrimpton, Mark London
Reino Unido, 1967 - 103 min / legendado eletronicamente em português

Seidelman pertence ao primeiro grupo de cineastas independentes americanas dos anos oitenta. Esta sua longa de estreia foi o primeiro filme “indie” selecionado para a competição oficial de Cannes, em 1982. SMITHEREENS acompanha uma jovem narcisista que deixa Nova Jérsia para se juntar à subcultura punk nova-iorquina. Tem como ator Richard Hell, um dos grandes nomes do punk e do No Wave, e a música é dos The Feelies. Os elementos alienadores da cultura pop, maioritariamente virada para a juventude, que explodiu nos anos sessenta e com especial incidência em Inglaterra, formam o núcleo temático de PRIVILEGE, história de uma vedeta da música pop manipulada, com intuitos políticos, pelo governo. A ficção e a parábola são assumidas neste primeiro filme de Watkins depois de abandonar a BBC (instatisfeito com o tratamento dado pela estação a THE WAR GAME), mas o estilo é ainda o da falsa reportagem, mergulhando no “realismo” convencional dos processos do documentário ou da televisão para um retrato politicamente paranoico da agitação cultural da década de sessenta. Foi também a primeira vez que filmou a cores. PRIVILEGE é exibido em cópia digital.

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14/05/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
JSM: O Cinema de Jorge Silva Melo e Carta Branca sem Receita
Il Sospetto
O Suspeito
de Francesco Maselli
com Gian Maria Volonté, Renato Salvatori, Annie Girardot
Itália, 1975 - 111 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Carta Branca sem Receita
Há quem o refira como um drama político ambientado na Itália fascista. O argumento é coassinado por Maselli e Franco Solinas, mais conhecido como argumentista de Gillo Pontecorvo (KAPÒ, LA BATTAGLIA DI ALGERI). A história segue a personagem de Emilio, um comunista italiano radicado em Paris por confrontos políticos com camaradas do Partido uns anos antes. E que é enviado numa missão a Turim quando a detenção de militantes por denúncia começa a dizimar as fileiras da resistência. O título de trabalho era “Missione nell’Italia Fascista”, tendo a produção que haver-se com a RKO, ciosa da exclusividade do título do filme de 1941 de Hitchcock, SUSPICION. Realizado por Francesco Maselli, irmão da artista Titina Maselli, cujos quadros surgem em NINGUÉM DUAS VEZES, é uma das escolhas italianas de Jorge Silva Melo nesta sua carta branca. A apresentar em cópia digital.

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14/05/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
JSM: O Cinema de Jorge Silva Melo e Carta Branca sem Receita
Ninguém Duas Vezes
de Jorge Silva Melo
com Michael König, Luis Miguel Cintra, Manuela de Freitas, José Mário Branco, Zita Duarte, Glicínia Quartin, Gina Santos, Diogo Dória, Rita Blanco, Luís Lucas, Charlotte Schwab, Grischa Huber
Portugal, Alemanha, França, 1984 - 104 min | M/12
O Cinema de Jorge Silva Melo

sessão apresentada por Miguel Lobo Antunes
Lisboa, 1983, é a segunda das vezes para as personagens deste filme. Da primeira, na mesma cidade, em 1975, sabe-se em elipse. Em oito anos, o país está muito diferente e os dois casais protagonistas de NINGUÉM DUAS VEZES também. Uma mala sem dona no tapete rolante de um aeroporto, Lisboa como não-lugar, depois de ter sido lugar de tudo. “O que não mudou em Jorge Silva Melo – [depois de PASSAGEM] e continuou a não mudar em AGOSTO ou em COITADO DO JORGE – é a mesma saudade do romantismo, o mesmo olhar novo com que o assume. Não é por o saber passado que lhe volta as costas. É por o saber passado que o convoca.” (João Bénard da Costa)

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