Ingmar Bergman dirigiu pela primeira vez o seu mestre Victor Sjöström num papel à sua medida: o de um maestro que dirige com mão de ferro uma orquestra. Stig Olin é o músico que, durante um concerto, recorda a sua relação com uma mulher morta num acidente. RUMO À FELICIDADE é um filme em flashback e um dos Bergman em que o palco por excelência da ação é um teatro. Um belíssimo filme, pouco referido entre os casos maiores da obra do realizador sueco.

O título refere “procedimentos de rotina”, classificação atribuída pela jurisdição americana às provas fotográficas tiradas por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib em finais de 2003 que testemunham atos de tortura e humilhação, e correram mundo na sequência da Guerra do Iraque. Prosseguindo o seu reconhecido e polémico trabalho documental, Errol Morris recolhe depoimentos dos oficiais que foram autores das imagens que correram mundo, bem como das pessoas fotografadas, detendo-se no contexto das fotografias e na complexidade da questão. Primeira exibição na Cinemateca.

Realizado para televisão, esta variação do tema de Dr. Jekyll and Mr. Hyde foi duramente criticada à época. Mas, como escreveu Jean Douchet, “realizado no mesmo ano que LE DÉJEUNER SUR L’HERBE, LE TESTAMENT DU DR. CORDELIER é, ao mesmo tempo, o seu contrário e a sua cópia. Ao calor, à cor, ao aspecto carnal e sensual do primeiro, opõe o carácter gelado das suas imagens a preto e branco e do seu estilo abstrato e decantado. Um e outro podem ver e amar-se separadamente, mas só realmente se compreendem na sua perspetiva conjunta”. Para escrever a música, Renoir convidou o veterano Joseph Kosma.

A rapariga do Código 6 deste pouco badalado filme de Spike Lee é uma operadora de uma linha telefónica erótica, aspirante a atriz em Nova Iorque, e é à sua volta que tudo se passa. Quentin Tarantino e Ron Silver têm pequenas aparições no papel de realizadores de cinema. Theresa Randle tem uma interpretação digna de nota. A banda sonora é de Prince. Primeira exibição na Cinemateca.