11/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Sunset Boulevard
O Crepúsculo dos Deuses
de Billy Wilder
com Gloria Swanson, William Holden, Erich von Stroheim
Estados Unidos, 1950 - 110 min
legendado em português | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
O filme que mudou a imagem de Hollywood no cinema. Billy Wilder “ressuscitou” Gloria Swanson retirada há muitos anos, para um papel que podia ser o dela própria (uma diva do mudo num patético comeback), num retrato negro da cidade dos sonhos – “interpretação magistral inultrapassável”, segundo Sena: “a inteligência certeira com que representou a aflitiva deshumanização final de toda uma teoria mistificada da vida ficará na história do cinema como um dos mais corajosos gestos que uma celebridade terá executado… Só a loucura de uma derradeira aparição angustiadamente nimba, é uma despedida de beleza…” Stroheim, que a dirigiu em QUEEN KELLY (filme cuja projeção caseira dá azo a uma das mais emocionantes cenas de SUNSET BOULEVARD), interpreta o seu fiel mordomo. Cecil B. DeMille, Buster Keaton e Hedda Hopper aparecem brevemente, nos seus próprios papéis.
 
11/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Im Auto Durch Zwei Welten
“De Automóvel pelo Mundo”
de Clärenore Stinnes, Carl-Axel Söderström
Alemanha, 1927-1931 - 60 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Clärenore Stinnes (1901-1990), corredora alemã de automóveis, e o operador de câmara sueco Carl-Axel Söderström percorreram mais de 46 mil quilómetros a bordo de um Adler Standard 6, numa viagem ao mundo com paragem em 23 países. Iniciada em maio de 1927 e concluída em junho de 1929, a aventura da primeira “circum-navegação do mundo em automóvel” foi patrocinada por empresas da mesma indústria. O resultado é “um protótipo de road movie”, narrado pela própria Clärenore Stinnes num elogio da viagem e do automóvel. O relato da viagem e respetivo itinerário, das suas dificuldades e perigos, é secundado pelo apelo exótico, impressões turísticas, apontamentos sobre a paisagem e os animais, monumentos culturais, os encontros com as pessoas ao longo do aventuroso trajeto. Uma rara incursão pioneira, pelo mundo e no cinema. Primeira exibição na Cinemateca.
 
11/09/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Pasazerka
“A Passageira”
de Andrzej Munk
com Aleksandra Slaska, Anna Ciepielewska
Polónia, 1961 - 61 min
legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
O último filme de Andrzej Munk, deixado incompleto devido à sua morte prematura num acidente, e concluído por Witold Lesiewicz, é defendido por muitos como a grande obra-prima do cinema polaco: num navio, uma mulher que fora guarda no campo de concentração de Auschwitz pensa reconhecer numa passageira uma antiga prisioneira do campo. O filme é uma dura reflexão sobre a relação entre carrascos e vítimas e sobre as mentiras da memória. Na opinião de Jorge de Sena, “A PASSAGEIRA” tem “uma naturalidade em exibir o horror e a sordidez como simples acontecimentos quotidianos (e eram-no lá), que nos faz sentir por dentro e dentro de um pavor que, nos documentários, é só choque cheio de piedade…”. O último texto de Sena sobre cinema foi escrito a propósito deste filme, em 1966, e enviado para a revista O Tempo e o Modo, onde não chegou a ser publicado, devido à censura.
 
11/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Heimkehr
O Canto do Prisioneiro
de Joe May
com Lars Hanson, Gustav Frölich, Dita Parlo, Theodor Loos, Philipp Manning
Alemanha, 1928 - 140 min
mudo, legendado eletronicamente em português | M/12
acompanhado ao piano por Filipe Raposo
A primeira fase, alemã, do cinema de Joe May, iniciada em 1912 na sequência de um percurso no teatro em Hamburgo no início do século XX, tem epicentro em Berlim antes e depois da Primeira Guerra Mundial. Antecedendo a partida de May para os Estados Unidos, onde faria carreira na série B de Hollywood, ASPHALT (de 1929, já várias vezes apresentado na Cinemateca) e HEIMKEHR destacam-se pela dimensão realista. Filmado nos estúdios berlinenses de Babelsberg e em exteriores de Hamburgo, HEIMKEHR é um filme de guerra e a história de um triângulo amoroso produzido por Erich Pommer, regressado aos estúdios da UFA depois da experiência em Hollywood nos dois anos anteriores: dois prisioneiros de guerra alemães fogem de um cativeiro de longa data na Sibéria e “regressam a casa” no tempo diferido em que, conseguindo não ser recapturado, um deles se apaixona pela mulher do outro antes da chegada deste. Primeira exibição na Cinemateca.