12/01/2019, 15h00 | Salão Foz
Cinemateca Júnior
Yoyo
Yo-Yo
de Pierre Étaix
com Pierre Étaix, Claudine Auger, Luce Klein, Philippe Dionnet, Pipo, Dario
França, 1965 - 95 min
legendado em português | M/12
Homenagem ao mundo do circo, de que Étaix sempre foi um cúmplice privilegiado, YOYO conta as aventuras de um milionário arruinado e de uma amazona, cujo filho se torna palhaço assim restaurando a fortuna da família. “É o tipo de filme que, na melhor das hipóteses, surge de dez em dez anos! É o melhor de Linder, de Chaplin, sendo simultaneamente e por direito próprio um trabalho profundamente original, com um excecional sentido de rigor, comicidade e ternura. (…) Vão rir. Vão ficar comovidos. Vão deixar a sala de cinema em estado de graça” (André Lafargue). Jean-Luc Godard classificou-o como um dos dez melhores filmes de 1964.
 
12/01/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Broken Flowers | Mes Petites Amoureuses
duração total da projeção: 229 min | M/12
entre os dois filmes há um intervalo de 20 minutos
BROKEN FLOWERS
Flores Partidas
de Jim Jarmusch
com Bill Murray, Jeffrey Wright, Sharon Stone,  Frances Conroy, Jessica Lange, Tida Swinton, Julie Delpy
Estados Unidos, 2005 – 106 min / legendado eletronicamente em português
MES PETITES AMOUREUSES
de Jean Eustache
com Martin Loeb, Jacqueline Dufranne, Jacques Romain, Ingrid Caven
França, 1974 – 123 min / legendado em inglês e eletronicamente em português

BROKEN FLOWERS é possivelmente o mais melancólico dos filmes de Jim Jarmusch. Um homem de meia-idade recebe uma misteriosa carta cor-de-rosa de uma antiga namorada, que não se identifica, anunciando-lhe que é pai de um rapaz de 19 anos. Ele, Don Johnston, nome da personagem algo Don Juan de Bill Murray, no seu primeiro trabalho de longo curso com Jarmusch (depois de uma aparição em COFFEE AND CIGARETTES), parte em viagem à procura das antigas namoradas e da autora das cartas. Dedicada a Jean Eustache, trata-se de uma visita desencantada a um passado sentimental que vai ao encontro de vários temas típicos do cineasta – a viagem, a memória de uma América ancestral e marginal. Crónica terna e triste, MES PETITES AMOUREUSES (título extraído de Rimbaud, filmado em 35 mm com uma extraordinária fotografia de Nestor Almendros) segue, de forma comovente, a entrada na adolescência de um miúdo solitário e o despertar da pulsão sexual. Vincadamente autobiográfico, escrito vários anos antes de LA MAMAN ET LA PUTAIN, foi um projeto longamente acalentado pelo realizador e um fracasso crítico e comercial à época. Construído à volta da questão do olhar, é o filme de Jean Eustache que contém mais alusões ao cinema, sobretudo inscritas nos diálogos. A última passagem de ambos os filmes na Cinemateca foi há mais de uma década.
 
12/01/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (II)
Momento | La Lettre / A Carta
duração total da projeção: 114 min | M/12
MOMENTO
de Manoel de Oliveira
Portugal, 2002 – 6 min
LA LETTRE / A CARTA
de Manoel de Oliveira
com Chiara Mastroianni, Leonor Silveira, Pedro Abrunhosa, Luis Miguel Cintra
Portugal, França, 1999 – 108 min / legendado em português

Adaptação libérrima de A Princesa de Clèves, o livro de Madame de La Fayette. Oliveira transpõe a ação para a época contemporânea, e essa opção é determinante quanto à definição do que está em jogo no sacrifício e na renúncia da Senhora de Clèves: a fidelidade a um mundo em vias de extinção, a um sistema de códigos e valores de que ela é a última representante. Chiara Mastroianni, naquele que muito provavelmente é o seu melhor papel no cinema, é extraordinária no modo como dá corpo a esta dilaceração. Um dos pontos mais altos da obra de Oliveira. “Uma nova maneira de reler a literatura” (Peter von Bagh). Prémio do Júri no Festival de Cannes. MOMENTO assinala um segundo encontro entre Oliveira e o cantor e compositor Pedro Abrunhosa, cuja música homónima deu origem à curta-metragem/vídeo-clip de Oliveira (que na Cinemateca antes foi apenas anteriormente mostrada em projeção contínua na Sala 6X2).