22/11/2018, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Artista na Cidade: As Escolhas de Christiane Jatahy
Jornada contínua - Parte 1: La Règle du Jeu | Festen
Duração aproximada da sessão: 240 min
LA REGLE DU JEU
A Regra do Jogo
de Jean Renoir
com Marcel Dalio, Nora Grégor, Roland Toutain, Julien Carette, Gaston Modot, Mila Parély, Jean Renoir
França, 1939 – 110 min / legendado em português | M/12
O mais lendário filme de Jean Renoir. Sem personagem principal, com nada menos do que oito protagonistas, “sem história”, implacável e demencial, objeto de tanta ira como de admiração, LA RÈGLE DU JEU é, para muitos, a obra máxima de Renoir, mostrando-nos uma coreografia em que a câmara acompanha as fugas e jogos de amor das personagens, numa mansão senhorial. Enquanto dançam sobre o vulcão, a Europa e o mundo caminham para a guerra.
Conversa com Christiane Jatahy
FESTEN
A Festa
de Thomas Vinterberg
com Ulrich Thomsen, Henning Moritzen, Thomas Bo Larsen, Paprika Steen
Dinamarca, 1998 – 105 min / legendado em português | M/16
FESTEN foi um dos primeiros filmes do movimento Dogma 95, iniciado na Dinamarca no mesmo ano por cineastas como Thomas Vinterberg e Lars von Trier, cujo manifesto estabelece um conjunto de dez regras para a realização cinematográfica. FESTEN acompanha uma reunião de família para celebrar o 60º aniversário do respetivo patriarca em que um jantar bem regado é o pretexto para sórdidas revelações. Destacando uma ideia de realismo reforçada pela utilização de uma câmara digital portátil nas filmagens, associada a uma catarse de emoções, FESTEN foi distinguido com o Prémio do Júri no Festival de Cannes de 1999. Primeira exibição na Cinemateca.
22/11/2018, 19h15 | Sala M. Félix Ribeiro
Artista na Cidade: As Escolhas de Christiane Jatahy
Jornada contínua - Parte 2: La Ciénaga | Inland Empire
Duração aproximada da sessão: 360 min
LA CIÉNAGA
O Pântano
de Lucrécia Martel
com Mercedes Moran, Graciela Borges, Martin Adjemian, Leonora Balcarce
Argentina, 2002 – 103 min / legendado em português | M/12
Um dos melhores exemplos d
o moderno cinema argentino independente. LA CIÉNAGA conta a história de duas mulheres que vivem numa pequena cidade da Argentina, onde tudo parece estagnado, como as suas próprias vidas. Retrato sem complacências de uma sociedade, expondo as suas taras e compromissos.
Conversa com Christiane Jatahy
INLAND EMPIRE
Inland Empire
de David Lynch
com Laura Dern, Jeremy Irons, Justin Theroux, Karolina Gruszka, Jan Hencz
Estados Unidos, 2006 – 180 min / legendado em português | M/16
Uma atriz prepara-se para o seu maior papel de sempre. Mas quando dá conta que se está a apaixonar pelo ator com quem contracena, percebe que a sua vida real não é mais do que uma réplica da ficção que ambos estão a filmar. A sua confusão aumenta quando lhe é revelado que o filme em causa é um remake de uma velha produção polaca que nunca chegou a ser acabada devido a uma estranha tragédia. Mais um filme de Lynch que faz explodir as convenções narrativas.
23/11/2018, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Artista na Cidade: As Escolhas de Christiane Jatahy
Jornada contínua - Parte 3: Faces | Code Inconnu
Duração aproximada da sessão: 300 min
FACES
Rostos
de John Cassavetes
com Gena Rowlands, John Marley, Lyn Carlin
Estados Unidos, 1968 – 130 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos títulos maiores da obra de John Cassavetes. Um olhar sobre a frustração e o vazio na vida confortável das classes médias americanas. Gena Rowlands é soberba num filme duro, áspero, que fomentou comparações com Bergman e Warhol em simultâneo. Em qualquer caso, é muito possível que FACES seja o filme que melhor define o “método Cassavetes” em todo o seu excesso.
CODE INCONNU: RÉCIT INCOMPLET DE DIVERS VOYAGES
Código Desconhecido
de Michael Haneke
com Juliette Binoche, Thierry Neuvic, Josef Bierbichler
França, 2000 – 120 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Em CODE INCONNU Haneke prossegue as suas experimentações em torno das formas narrativas. Partindo de um acontecimento numa esquina de Paris, que desencadeará os encontros e desencontros das várias personagens, Haneke trabalha um cruzamento de histórias muito fragmentadas e em aberto que se relacionam com fenómenos como a imigração, o racismo e a intolerância que grassam pela Europa. Primeira exibição na Cinemateca.
Conversa com Christiane Jatahy
23/11/2018, 20h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Artista na Cidade: As Escolhas de Christiane Jatahy
Jornada contínua - Parte 4: In Film Nist | A Falta que Nos Move
Duração aproximada da sessão: 240 min
IN FILM NIST
Isto não é um Filme
de Jafar Panahi
com Jafar Panahi, Mojtaba Mirtahmasb
Irão, 2011 – 75 min / legendado em português | M/12
Em dezembro de 2010, Jafar Panahi foi condenado por um tribunal iraniano a seis anos de prisão e uma proibição de filmar durante dez anos. Enquanto esperava o resultado do recurso que apresentou, ficou em prisão domiciliária e decidiu fazer precisamente aquilo que o queriam proibir de fazer: um filme. Com uma pequena câmara digital e um telemóvel, além da colaboração de um comparsa, para evitar um puro autorretrato, o grande realizador iraniano fez um filme sobre o ato de não fazer um filme. “As suas brilhantes reflexões sobre a ontologia do ato de filmar, as vívidas descrições da sua vida quotidiana (que às vezes resultam em evanescentes metáforas), o risco que Panahi corria ao fazer este filme e a necessidade imperiosa que ele sentia de correr este risco” (Amy Taubin) resultam numa obra extraordinária.
A FALTA QUE NOS MOVE
de Christiane Jatahy
com Cristina Amadeo, Daniela Fortes, Marina Vianna, Kiko Mascarenhas, Pedro Brício
Brasil, 2008-2011 – 95 min | M/12
Começando por ser uma peça de teatro, que a encenadora Christiane Jatahy apresentou durante três anos nos palcos (2005-2009), A FALTA QUE NOS MOVE acabou por se desdobrar noutros formatos, entre os quais um filme, longa-metragem que circulou por inúmeros festivais de cinema e teve estreia comercial no Brasil, e uma vídeo-instalação/performance. A "versão-filme", que apresentamos pela primeira vez na Cinemateca, tal como a peça, aborda diretamente a questão da família e os seus sistemas relacionais no contexto das vivências da geração de que a realizadora faz parte, mas também as relações entre ator e personagem ou teatro e performance. Como escreveu Jatahy "O filme transformou-se numa experiência de linguagem ainda mais radical do que a peça. Misturando a linguagem do documentário com a ficção e rompendo as fronteiras entre a realidade e a criação.(...) Filmámos na véspera do natal – um natal de amigos íntimos, em que memórias e revelações vêm à tona. Foram 13 horas de filmagem que resultaram em 39 horas de material bruto. (...). A filmagem foi contínua e o filme parece um plano-sequência, mas na verdade é uma grande colcha de retalhos que recria uma ideia de realidade. Um exercício de dobras sobre si mesmo, onde nem tudo é realmente como parece."
Conversa final com Christiane Jatahy no espaço do Restaurante-Bar 39 Degraus