19/06/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinémathèque Suisse
Geschichte der Nacht
História da Noite”
de Clemens Klopfenstein
Suíça, 1979 - 61 min
sem diálogos | M/12
Clamens Klopfenstein é um dos nomes importantes entre os documentaristas europeus da sua geração. Nesta sua primeira longa-metragem, depois de várias curtas, Klopfenstein percorreu, à noite, mais de cinquenta cidades europeias – vazias, a horas mortas – que filmou a preto e branco, com rolos de apenas vinte e dois segundos de autonomia. O realizador conta que foi motivado “pela fascinação de estar só nestes espaços gigantescos” e chegou à conclusão de que “o caráter inóspito das nossas cidades é que, à noite, as torna irreais. O espectador ficará diante do filme como as figuras que nele surgem: tresnoitado, exasperado, mas também tranquilizado pelo silêncio vazio da cidade”. A apresentar na versão restaurada, em cópia digital. Primeira exibição na Cinemateca.
 
19/06/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (II)
Salut les Cubains | Si J’Avais Quatre Dromadaires
duração da projecão: 79 min | M/12
Álbuns fotográficos
SALUT LES CUBAINS
de Agnès Varda
França, 1963 – 30 min / legendado eletronicamente em português
SI J’AVAIS QUATRE DROMADAIRES
de Chris Marker
França, 1966 – 49 min / legendado eletronicamente em português

SALUT LES CUBAINS é uma fotomontagem de 1800 fotografias tiradas por Agnès Varda numa estadia em Cuba quatro anos depois da revolução cubana. Em SI J’AVAIS QUATRE DROMADAIRES um fotógrafo amador e dois dos seus amigos comentam uma escolha de fotografias registadas um pouco por todo o mundo no final dos anos cinquenta e início dos sessenta, da China a Cuba, passando pelo Japão ou pela Grécia. Um fotofilme escrito e fotografado por Chris Marker (1921-2011), cineasta, editor, fotógrafo e viajante incessante, e um álbum com mais de 800 imagens que envolve uma interessante reflexão sobre a fotografia. “Há a vida e há o seu duplo e a fotografia pertence ao mundo dos duplos”.
 
19/06/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
António-Pedro Vasconcelos (I)
A Voz e os Ouvidos do MFA | Adeus, Até ao Meu Regresso
duração total da sessão: 120 min | M/12
A VOZ E OS OUVIDOS DO MFA
de António-Pedro Vasconcelos, Leandro Ferreira
Portugal, 2016 – 50 min
ADEUS, ATÉ AO MEU REGRESSO
de António-Pedro Vasconcelos
Portugal, 1974 – 70 min

Realizado para televisão em dezembro de 1974 no fim da guerra colonial. O título adopta a expressão utilizada pelos soldados portugueses quando, do teatro de guerra, enviavam as suas mensagens de Natal para a metrópole, como então também se dizia. António-Pedro Vasconcelos regista testemunhos de soldados que combateram na Guiné retratando a guerra colonial portuguesa quando esta era ainda uma realidade muito próxima. A sessão abre com um dos últimos trabalhos do autor, um documentário televisivo, produzido para a RTP, que foca os meses de conspiração que antecederam as ações do MFA a 25 de abril de 1974, e nomeadamente a aquisição de infraestruturas logísticas (como postos de telefone) que seriam fundamentais nas horas da Revolução. A VOZ E OS OUVIDOS DO MFA é apresentado numa primeira exibição na Cinemateca.
 
19/06/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinémathèque Suisse
Dans la Ville Blanche
A Cidade Branca
de Alain Tanner
com Bruno Ganz, Teresa Madruga, Julia Vonderlinn
Suíça, 1983 - 107 min
legendado em português | M/16
Um dos mais célebres filmes de Alain Tanner, maioritariamente ambientado em Lisboa, com um magistral trabalho de fotografia de Acácio de Almeida. DANS LA VILLE BLANCHE é curiosamente pouco apreciado por alguns espectadores portugueses, que são da opinião que Tanner mostra uma imagem “folclórica” da cidade, o que é exatamente o oposto do que ele faz. Um marinheiro suíço desembarca em Lisboa e deixa-se ficar pela cidade. Em contraponto à errância do homem numa cidade que lhe é estranha, na extremidade da Europa, acompanhamos a correspondência dele com a sua mulher, na Suíça. Tanner testemunhou que ao fazer este filme reencontrou o ambiente dos seus primeiros filmes suíços, feitos fora da lógica de mercado. Mais do que um cenário, Lisboa (“uma cidade estranha e muito estimulante do ponto de vista visual e sensorial”, na sua opinião) é coprotagonista do filme, cidade imediatamente identificável, mas sem cor local, nem folclore.