21/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Rear Window
Janela Indiscreta
de Alfred Hitchcock
com James Stewart, Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter, Raymond Burr
Estados Unidos, 1954 - 112 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
Pode chamar-se-lhe um “filme de câmara”, de tal forma tudo se circunscreve à visão a partir da sala onde o protagonista, um fotógrafo imobilizado por um acidente que lhe deixa uma perna engessada (James Stewart), passa o tempo bisbilhotando a vida dos vizinhos até ao momento em que se depara com um crime. A notável articulação entre os espaços do interior do apartamento de Stewart e o pátio e as traseiras dos vizinhos é o resultado de um dos mais fabulosos trabalhos de “set designing” da história do cinema. É também um filme que convoca uma reflexão sobre o voyeurismo, em que a câmara fotográfica é um instrumento de observação mas também de ação.
 
21/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Les Photos d’Alix | Nostalgia (Hapax Legomena I: Nostalgia)
duração total da projeção: 56 min | M/12
Investigações fotográficas
LES PHOTOS D’ALIX
de Jean Eustache
com Alix Cléo-Roubaud, Boris Eustache
França, 1980 – 18 min / legendado eletronicamente em português
NOSTALGIA (HAPAX LEGOMENA I: NOSTALGIA)
de Hollis Frampton
Estados Unidos, 1971 – 38 min / legendado eletronicamente em português

LES PHOTOS D’ALIX é um filme extremamente perturbante e singular, em que Jean Eustache se detém na não coincidência entre as imagens fotográficas e as palavras que as descrevem ao pôr em cena a fotógrafa Alix Cléo-Roubaud, que mostra clichés de sua autoria a Boris Eustache, filho do cineasta. NOSTALGIA faz parte do ciclo mais vasto HAPAX LEGOMENA, obra monumental de Hollis Frampton (1936-1984), um dos mais importantes cineastas da vanguarda nova-iorquina. Investigação sem paralelo acerca da natureza da imagem cinematográfica, HAPAX LEGOMENA propõe-se como aquilo a que o próprio Frampton chamou uma “autobiografia oblíqua” e uma “filogenia” da história do cinema, que concentra os temas principais do pensamento do autor sobre os paradoxos da imagem em movimento e a sua historicidade, sobre os jogos linguísticos, a narrativa no cinema, as formas da montagem, as relações entre o cinema e o vídeo, mas também sobre a passagem do tempo e a memória. NOSTALGIA centra-se nas relações / conflitos entre a linguagem e o cinema, concretamente nas relações que as palavras podem estabelecer com as imagens fotográficas e com uma possível descrição das mesmas, conduzindo-nos a uma dimensão invulgar. Dois filmes essenciais para pensar a relação da fotografia com o cinema quando mediada pela linguagem verbal.
 
21/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Fazer Filmes Politicamente: O Grupo Dziga Vertov
Lotte in Italia
de Grupo Dziga Vertov
França, Itália, 1970 - 55 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Outra encomenda televisiva, desta vez da RAI, e outro filme que, uma vez pronto, foi recusado pelo comanditário. LOTTE IN ITALIA, que naturalmente versa a luta de classes em Itália (boa parte do filme foi rodada em Paris, mas as cenas italianas têm centro numa fábrica de têxteis), foi um filme essencialmente saído do espírito de Jean-Pierre Gorin, que o descreveu como “um jogo de cartas revolucionário”  baseado nos textos de Louis Althusser (que, reza a lenda, teria “chorado de alegria” a ver o filme).
 
21/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
La Prisonnière
de Henri-Georges Clouzot
com Elisabeth Wiener, Laurent Terzieff, Bernard Fresson, Dany Carrel, Dario Moreno
França, 1968 - 106 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
Rodado em pleno maio de 68, LA PRISONNIÈRE participa do espírito libertário do fim dos anos sessenta. Laurent Terzieff é o seu grande protagonista, um galerista e fotógrafo que "aprisiona" Elisabeth Wiener numa relação de cariz sadomasoquista. O último filme do autor de LE MYSTÈRE PICASSO, e que sucede ao problemático L'ENFER, é uma ficção atravessada por uma forte experimentação gráfica inspirada na modernidade das obras de arte que expõe.