16/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Letter from an Unknown Woman
Carta de uma Desconhecida
de Max Ophuls
com Joan Fontaine, Louis Jourdan, Mady Christians, Art Smith
Estados Unidos, 1948 - 90 min
legendado em português | M/12
O fluxo, o instante
Um dos filmes mais belos e mais amados de Ophuls, baseado num conto de Stefan Zweig. A história do amor que uma mulher sentiu durante toda a vida por um homem, que só se dá conta disto na véspera de morrer, quando recebe uma carta de tal desconhecida. Situado, como LIEBELEI, na Viena do Imperador Francisco José, talvez seja o filme em que a mise-en-scène de Ophuls mais atinge a perfeição, com um equilíbrio absoluto entre a elegância formal e a emoção. Excecional desempenho de Joan Fontaine numa obra magistralmente orquestrada  que evoca os mecanismos tortuosos da memória, e em que um momento assumidamente fotográfico pela fixidez das suas vistas, nos conduz a uma volta ao mundo.
 
16/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
24 Frames per Second | The Camera: Je, or la Caméra: I
duração total da projeção: 92 min | M/12
Géneros do fotográfico
24 FRAMES PER SECOND
de Shirley Clarke
Estados Unidos, 1977 – 3 min / sem diálogos
THE CAMERA: JE, OR LA CAMÉRA: I
de Babette Mangolte
Estados Unidos, 1977 – 89 min / legendado eletronicamente em português

Shirley Clarke e Babette Mangolte em dois filmes de 1977. Os 24 fotogramas por segundo de Shirley Clarke foram criados para uma exposição de arte persa realizada em 1977 no LA County Museum of Art e são um “festival de híper montagem”. Em THE CAMERA: JE, OR LA CAMÉRA: I, realizado na década em que se afirmou como uma figura da vanguarda artística nova-iorquina, Babette Mangolte detém-se sobre o ato de ver, na perspetiva dos fotógrafos no momento da captura das suas imagens. Estruturado em três partes e recorrendo à câmara subjetiva, o filme passa pelo estúdio de fotografia, a fotografia de rua e a apreciação das imagens aí produzidas. Primeiras exibições na Cinemateca. 24 FRAMES PER SECOND é apresentado em cópia digital.
 
16/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Fazer Filmes Politicamente: O Grupo Dziga Vertov
Pravda
de Grupo Dziga Vertov
França, 1969 - 58 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Outro singularíssimo objeto saído da produção do Grupo Dziga Vertov, PRAVDA foi rodado clandestinamente na Checoslováquia poucos meses depois da intervenção militar soviético ter posto fim à que ficou conhecida como a primavera de Praga. Notável por ser um retrato, “em direto”, de um país socialista numa época especialmente delicada, ao valor documental alia-se a formulação de uma crítica do imperialismo soviético tanto quanto do “revisionismo” de Alexandr Dubcek. Entre a teoria e a revolução, é mais uma vez a questão da possibilidade prática do socialismo  que está em causa.
 
16/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Filmarilyn | Kvinnodröm
duração total da projeção: 97 min | M/12
Géneros do fotográfico
FILMARILYN
de Paolo Gioli
Itália, 1992 – 10 min / mudo, sem intertítulos
KVINNODRÖM
“Sonhos de Mulheres”
de Ingmar Bergman
com Eva Dahlbeck, Harriet Andersson, Gunnar Björnstrand, Ulf Palme
Suécia, 1955 – 87 min / legendado eletronicamente em português

No contexto experimental do trabalho sobre as imagens na pintura, na fotografia e no cinema de Paolo Gioli, FILMARILYN é uma homenagem a Marilyn Monroe construída a partir de imagens fotográficas da atriz apenas publicadas depois da sua morte. “Por vezes imagino que FILMARILYN possa ser um filme nunca realizado sobre ela, sobre a morte dela. [A partir de uma sequência de imagens impressas], o filme não é apenas puro movimento, imagem por imagem, é uma nova construção” (Paolo Gioli). Vemo-lo antes de KVINNODRÖM, um dos filmes de Ingmar Bergman da década de cinquenta, um dos menos conhecidos da sua conhecida obra, cuja história parte de um estúdio de fotografia: duas mulheres, uma proprietária de uma agência de moda e uma jovem modelo, viajam de Estocolmo para Gotemburgo para uma sessão fotográfica que se torna uma viagem de deceção amorosa a partir dos encontros paralelos de ambas com um velho cônsul e com um antigo amante. É um Bergman cujas ressonâncias antecipam PERSONA (1966).