CICLO
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)


Acompanhando as datas do festival, de 26 de abril até 6 de maio, o programa da Cinemateca com o IndieLisboa foi apresentado no “jornal” de abril, nos seus dois eixos – a organização da retrospetiva da obra de Jacques Rozier e a apresentação da secção do festival “Director’s Cut”, em rima com sessões “em contexto”, refletindo a História do cinema, a sua memória e o seu património. Ambos os programas estão disponíveis para consulta, na íntegra, no sítio da Cinemateca, www.cinemateca.pt.
 
Jacques Rozier
Contando com a apresentação de um importante lote de filmes de Jacques Rozier inéditos em Portugal e de raras exibições públicas absolutas, a retrospetiva propõe um olhar de conjunto sobre um dos mais secretos dos grandes autores do cinema contemporâneo. Apresentámo-lo em abril como um cineasta visceralmente independente que faz da inteligência, da sensibilidade, do sentido de humor, a matéria que os seus filmes trabalham com rigor e fulgurância. E cuja liberdade de espírito devolve filmes que respiram a liberdade de um entendimento do cinema umbilicalmente ligado à mise-en-scène e a um andamento musical, feito de um apurado sentido da combinação de imagens e sons, diálogos, canções, atores, personagens, paisagens, os exteriores, o estúdio, a ligeireza e a gravidade narrativa, uma lógica de duração intrínseca aos planos e sequências. É em maio que estão programados os filmes mais recentes de Jacques Rozier, que sempre atento aos atores se foi progressivamente interessando pelos bastidores da representação. Neste sentido, JOSÉPHINE EN TOURNÉE e FIFI MARTINGALE dialogam entre si, em histórias que irrompem dos palcos de teatro, tal como L’OPÉRA DU ROI e REVENEZ PLAISIRS EXILÉS partem da ópera, propondo um olhar que se constrói num duplo movimento de encenação.
A situação patrimonial da obra de Jacques Rozier, cuja preservação e restauro está em curso, não permite apresentar a totalidade dos filmes programados nos formatos originais.
 
Jacques Rozier está em Lisboa até 4 de maio
 
30/04/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Sessão extra-programa
aproximadamente 60 min.
 
02/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Lettre de la Sierra Morena | Comment Devenir Cinéaste sans se Prendre la Tête
duração total da projeção: 40 min | M/12
 
02/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Años Luz
de Manuel Abramovich
Argentina, Brasil, Espanha, 2017 - 72 min
02/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Maine Océan
de Jacques Rozier
França, 1985 - 131 min
03/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

The Empty Screen | The Double Life of Paul Henreid | Private Screenings | Chris Olsen – The Boy Who Cried | Cousin, Cousine
duração total da projeção: 106 min | M/12
30/04/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Sessão extra-programa
aproximadamente 60 min.
Jaques Rozier

entrada livre mediante levantamento de ingresso na bilheteira
São mostradas imagens inéditas, em bruto, disponibilizadas para a ocasião por Jacques Rozier: “Pour en finir avec la Nouvelle Vague?”, um documento inacabado que inclui uma conversa entre Jacques Rozier e Jean Douchet e um encontro de Jacques Rozier e André S. Labarthe registado há cerca de dois anos numa sala de cinema de Marselha. O material a exibir tem uma hora de duração e é apresentado em versão original em francês sem legendas. Para esta projeção extra-programa, a entrada é livre mediante o levantamento de ingressos na bilheteira da Cinemateca.
 
02/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Lettre de la Sierra Morena | Comment Devenir Cinéaste sans se Prendre la Tête
duração total da projeção: 40 min | M/12
LETTRE DE LA SIERRA MORENA
de Jacques Rozier
com Fabrice Luchini, Maurice Risch, Lydia Feld, Pierre Lebret, Yves Afonso, Luis Rego, Michèle Brousse
França, 1983 – 23 min / legendado eletronicamente em português
COMMENT DEVENIR CINÉASTE SANS SE PRENDRE LA TÊTE
de Jacques Rozier
com Eloïse Charretier, Marie Lenoir, Roger Trapp, Chantal Ladesou
França, 1995 – 17 min / legendado eletronicamente em português

LETTRE DE LA SIERRA MORENA foi originalmente realizado para a série “Cinéma Cinémas (Lettres de Cinéastes)” e vai ser mostrado numa versão posteriormente retrabalhada por Jacques Rozier: “Como fazer um filme independente em 1983? Parti desta questão para imaginar um diálogo. Um cineasta “Don Quixote” e um cineasta “Sancho Pança” confrontam os seus pontos de vista, à semelhança de duas expressões contraditórias do pensamento humano” (Jacques Rozier). COMMENT DEVENIR CINÉASTE SANS SE PRENDRE LA TÊTE resulta de uma encomenda da estação televisiva Arte, para “um serão temático” dedicado às escolas de cinema, em que Rozier foi desafiado a participar na qualidade de antigo estudante do IDHEC. Em resposta, filma a história de uma rapariguinha que quer ser cineasta contra a vontade dos pais, ou seja, propõe uma curta-metragem de ficção ao invés de uma abordagem biográfica. Primeiras exibições na Cinemateca.
 
02/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Años Luz
de Manuel Abramovich
Argentina, Brasil, Espanha, 2017 - 72 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Director’s Cut
Filmado durante a rodagem de ZAMA por Manuel Abramovich, um retrato documental de Lucrecia Martel, a cuja obra o IndieLisboa dedica uma das suas retrospetivas de autor. “Há algo de aparentemente invisível nos filmes de Lucrecia Martel, uma espécie de vibração que transcende o próprio filme. Distante da ideia de um ‘making of’, AÑOS LUZ nasceu como um filme secundário distanciado daquele que ela está a filmar. Um filme documental de observação, íntimo, que tenta aproximar-se da forma de pensar da realizadora no momento da criação. Como seria um filme com Lucrecia como protagonista?”
 
02/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Maine Océan
de Jacques Rozier
com Bernard Menez, Luis Rego, Lydia Feld, Rosa-Maria Gomes, Yves Afonso, Pedro Armendariz
França, 1985 - 131 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Jacques Rozier
Uma bailarina brasileira tem problemas com dois revisores num comboio e é ajudada por uma advogada parisiense, que lhe serve de intérprete e com quem trava amizade nessa viagem a bordo do “Maine Océan”, encontrando-se os quatro, mais tarde, na ilha de Yeu onde improvisam uma festa. Os meandros narrativos de MAINE OCÉAN (Prémio Jean Vigo em 1986) tecem um filme de apurado sentido musical que novamente trabalha o movimento e as deslocações das personagens e de modo novo refere a linguagem e articula questões linguísticas. Produzido por Paulo Branco, com fotografia de Acácio de Almeida no seu único encontro com Jacques Rozier. Na paisagem cinematográfica de meados dos anos oitenta, surgiu como “um autêntico ovni” (Hervé Roux, Cahiers du Cinéma). “Um dos mais modernos dos filmes modernos”, chamou-lhe João Bénard da Costa.
 
03/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Jacques Rozier | Director’s Cut / Director’s Cut em Contexto (II)

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
The Empty Screen | The Double Life of Paul Henreid | Private Screenings | Chris Olsen – The Boy Who Cried | Cousin, Cousine
duração total da projeção: 106 min | M/12
Director’s Cut

com a presença de Mark Rappaport e Ricardo Vieira pelo Indielisboa
THE EMPTY SCREEN
Estados Unidos, França, 2017 – 10 min / legendado eletronicamente em português
THE DOUBLE LIFE OF PAUL HENREID
Estados Unidos, França, 2017 – 34 min / legendado eletronicamente em português
PRIVATE SCREENINGS
Estados Unidos, França, 2017 – 14 min / legendado eletronicamente em português
CHRIS OLSEN – THE BOY WHO CRIED
Estados Unidos, França, 2017 – 17 min / legendado eletronicamente em português
de Mark Rappaport
COUSIN, COUSINE
de Jean Rouch
com Damouré Zika, Mariama Hima
França, 1985-1987 – 31 min / legendado eletronicamente em português

A sessão reúne as quatro mais recentes curtas-metragens de Mark Rappaport, a cujo trabalho o IndieLisboa e a Cinemateca têm estado atentos (foi “Realizador Convidado” da Cinemateca em 2015), que atualizam uma obra associada ao cinema nova-iorquino “underground” nas décadas de sessenta e setenta e, a partir dos anos oitenta, a um interesse crescente pelo cinema clássico de Hollywood e a sua mitologia. THE EMPTY SCREEN reflete a relação interativa entre as imagens projetadas no ecrã e os espectadores. THE DOUBLE LIFE OF PAUL HENREID nota o percurso do ator, famoso pelo seu trabalho na Warner Bros., mas também realizador e produtor menos querido do sistema dos estúdios, depois da Segunda Guerra Mundial e de ter sido “blacklisted”. PRIVATE SCREENINGS centra-se no microcosmos das projeções privadas, em inúmeras cenas de “screen tests” e “film on film”, como a de Fritz Lang filmado por Godard em LE MÉPRIS. CHRIS OLSEN – THE BOY WHO CRIED evoca o ator que, em bebé e criança, participou em filmes icónicos dos anos cinquenta, estreando-se a chorar no colo de Gene Tierney em THE IRON CURTAIN (1948). Os quatro títulos são montagens de imagens de filmes, muitos deles títulos icónicos da história do cinema. A fechar a sessão, COUSIN, COUSINE de Jean Rouch na versão recentemente restaurada pelo CNC, em que os primos Mariama e Damouré procuram uma relíquia ou um fetiche há muito perdido, como numa das pinturas de Bellini.