CICLO
Matar ou Não Matar


Questão controversa ao longo do século XX, questão ainda particularmente saliente no século XXI (visto que vários países ainda a mantêm em vigor), a pena de morte foi abolida em Portugal há 150 anos. Assinalamos a efeméride no âmbito da atribuição da Marca do Património Europeu à Carta de Abolição da Pena de Morte em Portugal (1867-2017), cujas comemorações se iniciaram em março de 2017 e prosseguem até julho de 2018, programando um conjunto relativamente extenso de exemplos da participação do cinema na discussão da pena de morte, em todas as suas implicações – legais, sociais, políticas, éticas, religiosas. A evocação do tema cruza praticamente um século (com ponto de partida no INTOLERANCE de Griffith, que colocava uma execução no centro nevrálgico dos seus cruzamentos temporais), atestando a sua perenidade na discussão pública, principalmente nos países onde ela subsistiu durante mais tempo (casos de França e Reino Unido, na Europa, e obviamente dos Estados Unidos, onde a pena de morte vigora ainda em vários estados). “Matar ou não Matar” foi o título português de um filme de Nicholas Ray (IN A LONELY PLACE) não diretamente relacionado com a pena de morte (e portanto não incluído no programa), mas adotámos a expressão para  o título do Ciclo – ela resume, reduzindo-a à expressão mais simples, a questão ética, e mesmo metafísica, subjacente à aplicação da pena de morte. E é uma dúvida, ou uma hesitação, que encontraremos diversas vezes nestes filmes, todos eles refletindo a existência prática da pena de morte à luz de conceitos como o crime, o castigo e o perdão.
 
01/03/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Matar ou Não Matar

Angels With Dirty Faces
Anjos de Cara Negra
de Michael Curtiz
Estados Unidos, 1938 - 97 min
 
01/03/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Matar ou Não Matar

True Crime
Um Crime Real
de Clint Eastwood
Estados Unidos, 1999 - 127 min
 
01/03/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Matar ou Não Matar

Un Condamné à Mort s’est Echappé
Fugiu um Condenado à Morte
de Robert Bresson
França, 1956 - 93 min
02/03/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Matar ou Não Matar

I Want to Live!
Quero Viver
de Robert Wise
Estados Unidos, 1958 - 120 min
02/03/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Matar ou Não Matar

Un Condamné à Mort s’est Echappé
Fugiu um Condenado à Morte
de Robert Bresson
França, 1956 - 93 min
01/03/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Matar ou Não Matar

Nos 150 Anos da Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte em Portugal
Angels With Dirty Faces
Anjos de Cara Negra
de Michael Curtiz
com James Cagney, Pat O'Brien, Humphrey Bogart
Estados Unidos, 1938 - 97 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos papéis mais célebres de James Cagney, como criminoso empedernido depois de uma passagem pelo reformatório para delinquentes juvenis. Ao contrário dele, o seu grande amigo de infância (Pat O'Brien) foi um exemplo bem-sucedido de "reeducação". No cruzamento entre o filme de gangsters e o melodrama social, ANGELS WITH DIRTY FACES é um excelente exemplo da "craftmanship" de Michael Curtiz. A sequência final, com a execução na cadeira elétrica, é notabilíssima. A apresentar em cópia digital.
 
01/03/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Matar ou Não Matar

Nos 150 Anos da Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte em Portugal
True Crime
Um Crime Real
de Clint Eastwood
com Clint Eastwood, Isaiah Washington, Lisa Gay Hamilton, James Woods, Denis Leary
Estados Unidos, 1999 - 127 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Entre a intriga da investigação criminal assombrada pela pena de morte e os meandros jornalísticos da ação, TRUE CRIME adota um dispositivo clássico (e griffithiano) construindo-se em torno do imperativo de resgate de um inocente injustamente condenado à execução capital num salvamento de último minuto e montagem paralela. Nesse percurso o salvador (Eastwood, na patética personagem de um jornalista compulsivamente mulherengo) procura também a salvação para si. A apresentar em cópia digital.
 
01/03/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Matar ou Não Matar

Nos 150 Anos da Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte em Portugal
Un Condamné à Mort s’est Echappé
Fugiu um Condenado à Morte
de Robert Bresson
com François Leterrier, Roland Monod, Jacques Estaud
França, 1956 - 93 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Subintitulada “O Vento Sopra Onde Quer”, citação do Evangelho Segundo S. João, a quarta longa-metragem de Bresson baseia-se num facto real: a evasão de um homem, em 1943, de um forte de onde qualquer fuga era teoricamente impossível. Bresson aplica de modo ainda mais estrito os austeros princípios de realização do seu filme anterior, JOURNAL D’UN CURÉ DE CAMPAGNE: despojamento da imagem, escolha de atores não profissionais, cenários reduzidos, ausência de música de cinema (só a Grande Missa de Mozart), oposição entre monólogo e diálogo. Um extraordinário filme sobre a coragem, que também é um filme sobre o mistério da Graça.
 
02/03/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Matar ou Não Matar

Nos 150 Anos da Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte em Portugal
I Want to Live!
Quero Viver
de Robert Wise
com Susan Hayward, Simon Oakland, Virginia Vincent, Theodore Bikel
Estados Unidos, 1958 - 120 min
legendado em espanhol e eletronicamente em português | M/12
A história de Barbara Graham, uma prostituta acusada de um assassinato e que por isso foi condenada à morte. Outra "cause célèbre" que serve de pretexto para um libelo contra a pena de morte. Uma poderosa interpretação de Susan Hayward, que lhe deu o Óscar de melhor atriz.
 
02/03/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Matar ou Não Matar

Nos 150 Anos da Carta de Lei da Abolição da Pena de Morte em Portugal
Un Condamné à Mort s’est Echappé
Fugiu um Condenado à Morte
de Robert Bresson
com François Leterrier, Roland Monod, Jacques Estaud
França, 1956 - 93 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Subintitulada “O Vento Sopra Onde Quer”, citação do Evangelho Segundo S. João, a quarta longa-metragem de Bresson baseia-se num facto real: a evasão de um homem, em 1943, de um forte de onde qualquer fuga era teoricamente impossível. Bresson aplica de modo ainda mais estrito os austeros princípios de realização do seu filme anterior, JOURNAL D’UN CURÉ DE CAMPAGNE: despojamento da imagem, escolha de atores não profissionais, cenários reduzidos, ausência de música de cinema (só a Grande Missa de Mozart), oposição entre monólogo e diálogo. Um extraordinário filme sobre a coragem, que também é um filme sobre o mistério da Graça.