CICLO
História Permanente do Cinema Português


Para fechar o ano, mais dois casos de longa invisibilidade, realizados em épocas e contextos muito diferentes: uma das óbvias revelações da “geração de oitenta” (NUVEM, de Ana Luísa Guimarães, rodado em 1989 e estreado em Veneza em 1991, e até hoje filme único da autora) e, tal como no mês anterior, um exemplo do cinema que na década de sessenta se foi fazendo ao lado do Cinema Novo com intentos assumidamente alheios às ruturas introduzidas por este (A ÚLTIMA PEGA, de Constantino Esteves).
 
 
04/12/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

Nuvem
de Ana Luísa Guimarães
Portugal, França, 1991 - 99 min | M/12
 
28/12/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

A Última Pega
de Constantino Esteves
Portugal, 1964 - 88 min | M/12
04/12/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
Nuvem
de Ana Luísa Guimarães
com Afonso de Melo, Rosa de Castro André, Guilherme Filipe, São José Lapa
Portugal, França, 1991 - 99 min | M/12
Com a presença de Ana Luísa Guimarães
Na segunda metade dos anos oitenta, uma série de primeiras longas-metragens feitas por ex-alunos da escola de cinema, algumas delas nascidas numa produtora efémera mas com lugar histórico no nosso cinema (a Trópico Filmes, que tanto está por trás de NUVEM como por exemplo de UMA RAPARIGA NO VERÃO de Vítor Gonçalves ou de O SANGUE de Pedro Costa), correspondia a um dos atos de renovação mais consistentes ocorridos no cinema português desde os que tinham sido empreendidos pelas diversas vagas do Cinema Novo. NUVEM, o único dos filmes da Trópico que, até hoje, ficou como opus único de quem o realizou, partilhava com os restantes um rigor e um cuidado de realização, senão também uma mistura de sonho e de negrume e um inescapável romantismo, que, à época, foram generalizadamente sublinhados. História de marginalidade portuguesa, esta era mais uma história de jovens que, tal como os protagonistas de THEY LIVE BY NIGHT de Nicholas Ray, “nunca foram devidamente iniciados no mundo em que vivemos”. Um elo importante na história do nosso cinema que urge relembrar após longo silêncio (última projeção na Cinemateca em 1999).
 
28/12/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
A Última Pega
de Constantino Esteves
com Fernando Farinha, Leónia Mendes, Júlia Buisel, Cunha Marques
Portugal, 1964 - 88 min | M/12
Representante do que alguns chamaram a “geração dos assistentes” (com isso designando aqueles que entraram no cinema português pela mão dos nomes fortes das décadas de trinta e quarenta como assistentes de realização deles), Constantino Esteves foi um dos protagonistas de um cinema de continuidade em relação ao anterior, no qual, ao longo das décadas de cinquenta, sessenta e primeira parte de setenta (até 1974), se procurou explorar alguns dos filões do cinema mais popular das décadas iniciais do sonoro. Seguindo-se a 9 RAPAZES E 1 CÃO, esta ÚLTIMA PEGA junta os recursos já antes testados do fado (com Fernando Farinha) e dos toiros, numa obra que, de novo, se tornou praticamente invisível nas últimas décadas, também mercê da inexistência de cópias. A ver em cópia nova (última exibição na Cinemateca em 1992).