CICLO
Foco no Arquivo


Para o segundo “capítulo” Foco no Arquivo como rubrica regular de programação, escolhemos sublinhar a inestimável importância dos atos de depósito na Cinemateca programando catorze títulos de um dos mais recentes e significativos depósitos entrados na coleção, por iniciativa da Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin, e um décimo quinto título como exemplo de um outro muito importante depósito feito recentemente pela Embaixada da Federação Russa: no caso deste último mostramos “VINTE DIAS SEM GUERRA” de Aleksei German que se tornou conhecido no início da década de 1970 por PROVERKA NA DOROGAKH, sendo este posterior “VINTE DIAS SEM GUERRA” outro dos seus filmes mais notados. As restantes catorze produções soviéticas programadas atravessam seis décadas, dos anos trinta aos oitenta, e sendo significativas da relevância desta cinematografia são obras de realizadores igualmente importantes. Grigori Kozintsev, Leonid Trauberg, Mark Donskoi, Vera Stroyeva, Leonid Bykov, Rolan Bykov, Eldar Shengelaya, Elem Klimov, Nikita Mikhalkov e Andrei Konchalovski são os autores representados.
Os dois primeiros – de quem se verá O REGRESSO DE GORKY – são uma importante dupla dos anos vinte e trinta (A NOVA BABILÓNIA, que realizaram em 1929, é uma das obras-primas do cinema soviético, marcada pela estética da FEKS-“Fábrica do Ator Excêntrico”). Mark Donskoi é sobretudo conhecido pela famosa “Trilogia Gorky”, de que agora se mostram os segundo e terceiro títulos, “GANHANDO O MEU PÃO” e “MINHAS UNIVERSIDADES”. De Vera Stroyeva, realizadora de cerca de uma dúzia de filmes entre 1930 e 1970, mostra-se o mais célebre deles, BORIS GODUNOV. Ator e realizador, Leonid Bykov participou em diversos filmes sobre a II Guerra que se tornaram icónicos da cinematografia soviética, como o programado OS SOLDADOS FORAM À GUERRA. De Rolan Bykov, Eldar Shengelaya e Elem Klimov (o mais conhecido dos três nomes), ver-se-ão três filmes dos anos oitenta: “O ESPANTALHO”, AS MONTANHAS AZUIS OU UMA HISTÓRIA INACREDITÁVEL e VEM E VÊ. Neste conjunto de filmes, destaca-se ainda o lote dos anos setenta e oitenta, de Nikita Mikhalkov (o muito famoso PEÇA INCOMPLETA PARA PIANO MECÂNICO e os menos conhecidos “CINCO NOITES”, A PARENTE e “SEM TESTEMUNHAS”) e Andrei Konchalovski (SIBERIADA).
 

12/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Siberiada
Siberiada
de Andrei Konchalovski
URSS, 1979 - 203 min (104 min + 99 min)
13/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Golubye Gore Ili Niepravdopodobnaia Istoriia
As Montanhas Azuis ou Uma História Inacreditável
de Eldar Shengelaya
URSS, 1983 - 97 min
 
13/03/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo Foco no Arquivo

Davotsat Dnei Bez Voini
“Vinte Dias sem Guerra”
de Aleksei German
URSS, 1976 - 101 min
 
14/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Tchutchelo
“O Espantalho”
de Rolan Bykov
URSS, 1984 - 125 min
15/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Boris Godunov
de Vera Stroyeva
URSS, 1954 - 109 min
12/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo

Março 2013
Siberiada
Siberiada
de Andrei Konchalovski
com Nikita Mikhalkov, Lyudmila Gurchenko, Natalya Andrejchenko, Vitaly Solomin, Vladimir Samojlov
URSS, 1979 - 203 min (104 min + 99 min)
legendado em português
O filme é exibido no horário das duas sessões habituais, às 19h30 e às 22h.

SIBERIADA é um épico soviético e passa em revista boa parte do século XX combinando elementos narrativos de diferentes tradições e refletindo a história da Rússia na ação dramática do que se passa numa pequena e isolada aldeia da Sibéria. Nikita Mikhalkov é um dos protagonistas. Primeira exibição na Cinemateca. A mostrar na versão em duas partes de 203 minutos.

13/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo

Março 2013
Golubye Gore Ili Niepravdopodobnaia Istoriia
As Montanhas Azuis ou Uma História Inacreditável
de Eldar Shengelaya
com Ramaz Giorgobiani, Vasil Kakhniashvili, Teimuraz Chirgadze
URSS, 1983 - 97 min
legendado em português

Nascido numa família ligada ao cinema (é filho e irmão de realizadores e a sua mãe era atriz), o georgiano Eldar Shenguelaya estudou cinema em Moscovo, onde foi aluno de Sergei Yutkevich, antes de se instalar e trabalhar na Geórgia. Depois de correalizar alguns filmes com outros cineastas, lançou-se no seu universo pessoal, que um crítico situou “entre a farsa e a fantasmagoria”. AS MONTANHAS AZUIS, o seu filme mais célebre, é uma divertidíssima sátira à burocracia, com um humor absurdo que alguns compararam a Ionesco. Primeira exibição na Cinemateca.

13/03/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Foco no Arquivo

Março 2013
Davotsat Dnei Bez Voini
“Vinte Dias sem Guerra”
de Aleksei German
com Yuri Nikulin, Ludmila Gurchenko, Aleksei Petrenko, Angelina Stepanova
URSS, 1976 - 101 min
legendado eletronicamente em português

O cerco de Stalinegrado ronda a segunda longa-metragem de German que se referiu a ela como “um melodrama antirromântico de heróis antibelos”. Trata-se de um regresso a uma investigação sobre diferentes atitudes relativamente à guerra. A linha narrativa é minimalista, centrando-se num escritor que regressa a casa para uma licença de 20 dias depois da batalha de Stalinegrado, para trabalhar com uma equipa de cinema num filme baseado em artigos seus. “VINTE DIAS SEM GUERRA” foi um filme banido na União Soviética durante vários anos.

14/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo

Março 2013
Tchutchelo
“O Espantalho”
de Rolan Bykov
com Christina Orbakaite, Yuri Nikulin, Yelena Sanayeva
URSS, 1984 - 125 min
legendado em português

TCHUTCHTELO, que teve grande êxito na URSS, aborda um dos temas preferidos do Bykov: a infância. Trata-se da história de uma garota, que devido à retidão do seu carácter, é hostilizada por todos os seus colegas de turma, até que decide resolver o problema de uma vez por todas. Primeira exibição na Cinemateca.

15/03/2013, 19h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo

Março 2013
Boris Godunov
de Vera Stroyeva
com Aleksandr Pirogov, Nikandr Khanayev, Georgi Nelepp
URSS, 1954 - 109 min
legendado eletronicamente em português

Nos anos cinquenta, foram feitas na União Soviética diversas adaptações de grandes óperas do repertório russo. Todas seguiram o mesmo modelo, que também seria adotado em Itália nos anos sessenta e em França nos anos setenta e oitenta: predomínio dos cenários naturais, com a ideia de incutir um aspecto “cinematográfico” às óperas. O som é em playback. Mas contrariamente ao que se passou com outras adaptações feitas na URSS, neste BORIS GODUNOV os papéis não são representados por atores e sim por autênticos cantores. O filme foi feito com a trupe do Bolchoi e teve êxito internacional à época.