CICLO
Em Largura: O Cinemascope


Combatendo a perda de espectadores para a televisão que se vinha agudizando desde o final dos anos quarenta, a Fox estreou em 1953 um formato de imagem “bigger than life”: o CinemaScope, que praticamente duplicava o “aspect ratio” (2,66:1 contra o 1,37:1 que era então o formato “standard”) e fazia do ecrã do cinema um retângulo irreproduzível no formato quadrado dos televisores domésticos. O filme inaugural foi THE ROBE, de Henry Koster, mas muitos outros se seguiram, praticamente instituindo o formato da imagem anamórfica como um novo “standard”. Embora a Fox tenha licenciado o processo do CinemaScope para uso de outros grandes estúdios, alguns deles desenvolveram formatos rivais, como a Paramount com o VistaVision; e a Panavision, que inicialmente fabricava lentes e projetores para o CinemaScope, em breve desenvolveu um outro processo de imagem anamórfica e ecrã largo (o Panavision, justamente). Também os europeus inventaram os seus processos anamórficos, como, em França, o Franscope, formato em que foi rodado, por exemplo, o LE MÉPRIS de Godard. Apesar disso, a palavra “cinemascope” prevaleceu como sinónimo do ecrã largo, e é comum chamar-se “cinemascope” ao que corresponde, na verdade, a processos diferentes (algo em que os próprios estúdios incorreram:  a MGM, por exemplo, continuou a usar a designação CinemaScope até muito tempo depois de ter passado a utilizar o Panavision).
No mês em que Jean-Paul Verscheure vem à Cinemateca, no âmbito das “Histórias do Cinema”, para animar um conjunto de palestras e sessões sob o tema das mutações ao nível dos formatos da imagem cinematográfico, propomos um programa dedicado ao CinemaScope tomado no seu sentido estrito: dez filmes, americanos e europeus, rodados realmente em CinemaScope, cobrindo, grosso modo, o período em que este processo específico foi regularmente utilizado, e que vai de 1953 ao final dos anos sessenta.
 
 
16/02/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Em Largura: O Cinemascope

Rebel Without a Cause
Fúria de Viver
de Nicholas Ray
Estados Unidos, 1955 - 107 min
 
21/02/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Em Largura: O Cinemascope

Billy Liar
O Jovem Mentiroso
de John Schlesinger
Reino Unido, 1963 - 98 min
21/02/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Em Largura: O Cinemascope

Island in the Sun
Uma Ilha ao Sol
de Robert Rossen
Estados Unidos, 1957 - 120 min
23/02/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Em Largura: O Cinemascope

Compartiment Tueurs
A Sexta Testemunha
de Costa-Gavras
França, 1965 - 95 min
26/02/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Em Largura: O Cinemascope

Billy Liar
O Jovem Mentiroso
de John Schlesinger
Reino Unido, 1963 - 98 min
16/02/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Em Largura: O Cinemascope
Rebel Without a Cause
Fúria de Viver
de Nicholas Ray
com James Dean, Natalie Wood, Sal Mineo, Jim Backus, Dennis Hopper
Estados Unidos, 1955 - 107 min
legendado eletronicamente em português | M/12
James Dean desapareceu aos 24 anos a bordo do seu Porsche prateado. Tornou-se uma lenda e ficou para sempre como símbolo da sua geração, a mesma que REBEL WITHOUT A CAUSE retrata. Nele é o herói angustiado, idealista e inconformado perante os valores suburbanos da classe média. Nunca mais ninguém se esqueceu dele, de jeans apertados e blusão vermelho garrido. Das cores fortes do filme de Nick Ray também não. A apresentar em cópia digital.
 
21/02/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Em Largura: O Cinemascope
Billy Liar
O Jovem Mentiroso
de John Schlesinger
com Tom Courtenay, Julie Christie, Wilfred Pickles
Reino Unido, 1963 - 98 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A segunda longa-metragem de John Schlesinger, num dos exemplos mais fulgurantes do espírito que soprou no cinema britânico no princípio da década de sessenta, entre a filiação teatral (o filme tem raiz na versão teatral de um romance de Keith Waterhouse) e o desejo intenso de realismo “doméstico” (o chamado “kitchen sink realism”, típico deste período). Os intérpretes são dois dos principais rostos deste cinema, Tom Courtenay e Julie Christie, e segue-se a história de um jovem dado à imaginação e à fantasia como forma de escapar ao quotidiano cinzento e desinteressante em que está mergulhado – chamam-lhe, por isso, o “Billy mentiroso”. Magnífica fotografia, em scope a preto e branco, de Denys Coop. A apresentar em cópia digital. Primeira exibição na Cinemateca.
 
21/02/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Em Largura: O Cinemascope
Island in the Sun
Uma Ilha ao Sol
de Robert Rossen
com Harry Belafonte, Joan Fontaine, James Mason, Joan Collins, Dorothy Dandridge
Estados Unidos, 1957 - 120 min
legendado em espanhol | M/12
Adaptação do romance de Alec Waugh, sobre o destino de uma série de personagens que se encontram numa ilha das Antilhas. Um elenco magnífico num filme onde se cruzam os conflitos políticos da descolonização com os da descriminação racial. Harry Belafonte é o político negro que troca o amor de uma branca pela dedicação ao combate político.
 
23/02/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Em Largura: O Cinemascope
Compartiment Tueurs
A Sexta Testemunha
de Costa-Gavras
com Yves Montand, Jacques Perrin, Jean-Louis Trintignant, Simone Signoret, Michel Piccoli
França, 1965 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A estreia na realização de Costa Gavras, e um sucesso considerável que abriu caminho aos filmes de forte ressonância política que o consagrariam no final da década (Z, L’AVEU, ÉTAT DE SIÈGE). COMPARTIMENT TUEURS é um exercício de suspense, eventualmente reminiscente do célebre Crime no Expresso do Oriente de Agatha Christie: numa viagem de comboio entre Paris e Marselha é descoberto o cadáver de uma mulher, e na sequência da investigação conduzida pelo inspetor Yves Montand vários outros passageiros vão também aparecer mortos. Destaque para o notável elenco, reunindo a fina flor dos atores franceses da época.
 
26/02/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Em Largura: O Cinemascope
Billy Liar
O Jovem Mentiroso
de John Schlesinger
com Tom Courtenay, Julie Christie, Wilfred Pickles
Reino Unido, 1963 - 98 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A segunda longa-metragem de John Schlesinger, num dos exemplos mais fulgurantes do espírito que soprou no cinema britânico no princípio da década de sessenta, entre a filiação teatral (o filme tem raiz na versão teatral de um romance de Keith Waterhouse) e o desejo intenso de realismo “doméstico” (o chamado “kitchen sink realism”, típico deste período). Os intérpretes são dois dos principais rostos deste cinema, Tom Courtenay e Julie Christie, e segue-se a história de um jovem dado à imaginação e à fantasia como forma de escapar ao quotidiano cinzento e desinteressante em que está mergulhado – chamam-lhe, por isso, o “Billy mentiroso”. Magnífica fotografia, em scope a preto e branco, de Denys Coop. A apresentar em cópia digital. Primeira exibição na Cinemateca.