CICLO
História Permanente do Cinema Português


Em janeiro, voltamos a uma das obras truncadas do cinema dos anos 30 – dela se perdeu parte significativa da imagem e quase metade do que sobrevive não tem som – e damos início a uma revisitação do documentarismo levado a cabo pela nova geração surgida na década de 90. O filme incompleto é BOCAGE de Leitão de Barros, cuja parte sobrevivente aqui foi exibida apenas na década de 80, a última vez há 28 anos. Quanto a essa geração do documentário, começamos com um dos filmes marcantes dela – A DAMA DE CHANDOR de Catarina Mourão.     
 
 
05/01/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

A Dama de Chandor
de Catarina Mourão
Portugal, 1998 - 90 min | M/12
 
25/01/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

Bocage
de Leitão de Barros
Portugal, Espanha, 1936 - 124 min | M/12
05/01/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
A Dama de Chandor
de Catarina Mourão
Portugal, 1998 - 90 min | M/12
Com a presença de Catarina Mourão
Escolhendo o documentário como objeto principal (e não de passagem ou de aprendizagem, como frequentemente sucedera entre nós), foi em grande medida a geração lançada nos anos 90 que veio a consolidar uma prática de cinema observacional, com uma metodologia de cinema direto, que, pese embora a sua importância no documentarismo internacional, poucas raízes aqui tinha criado. Pegando no grande tema da presença portuguesa no Oriente, A DAMA DE CHANDOR deu a volta ao modelo mais tradicional de documentários sobre a matéria, postulando a possibilidade e o interesse de abordar a História (“só”) através do presente, a saber, neste caso, o dia a dia da proprietária de uma velha casa senhorial de Goa e da sua relação com a comunidade local. Houve quem o chamasse “viscontiano”, a pensar na forma como entra naquele espaço em declínio e na crónica de um esplendor perdido, e há que olhar acima de tudo para a subtileza dos detalhes e para o retrato humano em que se misturam resistência e nostalgia, força e fragilidade, consciência da História e arreigada ligação ao presente. 
 
25/01/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
Bocage
de Leitão de Barros
com Raul de Carvalho, Maria Castelar, Maria Helena Matos, Celita Bastos
Portugal, Espanha, 1936 - 124 min | M/12
Feito no seguimento dos dois grandes êxitos de público obtidos por Barros com A SEVERA e AS PUPILAS DO SENHOR REITOR, BOCAGE foi pensado com ambição de grande filme histórico destinado aos mercados português, espanhol e brasileiro, tendo sido aliás o primeiro exemplo das coproduções com Espanha que foram objeto de duas versões de origem, uma portuguesa e uma espanhola. Normalmente visto como obra mais convencional do que os anteriores (especialmente A SEVERA), a sua avaliação é contudo muito afetada pela perda de bastante imagem e de grande parte do som. O que vemos não é de facto “o” BOCAGE de Barros, mas de algum modo um vestígio dele, vestígio que, porém, uma vez feito o aviso, julgamos importante divulgar pensando em todos aqueles que queiram ter uma visão mais completa da história do nosso cinema.