CICLO
1917 no Ecrã III


Chegamos ao fim do vasto Ciclo que consagrámos às diversas maneiras como a Revolução Bolchevique de 1917, talvez o acontecimento histórico mais marcante do século XX, foi mostrada no cinema, através de filmes soviéticos e de outras nacionalidades, de várias épocas e com enfoques muito variados. Nesta etapa final do Ciclo, veremos filmes de três realizadores soviéticos que pertencem a gerações que não viveram a revolução, nem a guerra civil, temas que continuavam a ser explorados pelo cinema soviético. Não apenas o olhar sobre os acontecimentos é bastante diferente do que se fazia até então, como também a maneira de representá-los. Como foi o caso em outras etapas deste Ciclo, mostraremos duas produções americanas, uma de Cecil B. DeMille e outra de John Cromwell, em que a revolução é um simples pano de fundo para aventuras romanescas. O programa de novembro também inclui um mini-ciclo de filmes finlandeses dos anos sessenta, setenta e oitenta que abordam temas da história do país que derivam diretamente dos acontecimentos na União Soviética, completados por um importante telefilme alemão de 1969. Para fechar o Ciclo, a segunda passagem de um clássico do cinema soviético, A SEXTA PARTE DO MUNDO, de Dziga Vertov, que faz o balanço de dez anos de uma revolução e de um cinema revolucionário.
 
 
22/11/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo 1917 no Ecrã III

Gori, Gori Moya Sveda
“Brilha, Brilha, Minha Estrela”
de Aleksandr Mitta
URSS, 1970 - 90 min
 
22/11/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 1917 no Ecrã III

The World and the Flesh
O Tigre do Mar Negro
de John Cromwell
Estados Unidos, 1932 - 74 min
23/11/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo 1917 no Ecrã III

Rotmord
“Homicídio Vermelho”
de Peter Zadek
República Federal da Alemanha, 1969 - 86 min
23/11/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 1917 no Ecrã III

Shestaya Chast Mira
“A Sexta Parte do Mundo”
de Dziga Vertov
URSS, 1926 - 83 min
24/11/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 1917 no Ecrã III

The World and the Flesh
O Tigre do Mar Negro
de John Cromwell
Estados Unidos, 1932 - 74 min
22/11/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
1917 no Ecrã III

Em colaboração com o Gosfilmofond – Fundo Nacional de Cinema da Federação da Rússia
Gori, Gori Moya Sveda
“Brilha, Brilha, Minha Estrela”
de Aleksandr Mitta
com Oleg Tabakov, Elena Proklova, Leonid Kuraviev
URSS, 1970 - 90 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Aleksandr Mitta, especialista de filmes para crianças, situou GORI, GORI MOYA SVEDA numa pequena cidade russa, durante a guerra civil que se seguiu à revolução. Lá vive um ator, encarnado por Oleg Tabakov, o inesquecível protagonista de ALGUNS DIAS NA VIDA DE OBLOMOV, cujo nome significa “Arte Revolucionária Para as Massas”, que tem a obsessão de criar um “teatro do povo”. Com a sua pequena troupe, ele percorre regiões que mudam de mão quase diariamente, passando dos Vermelhos para os Brancos e vice-versa. No meio da luta fratricida, os atores fazem brilhar a estrela da fantasia e da imaginação. Um filme surpreendente.
 
22/11/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã III

Em colaboração com o Gosfilmofond – Fundo Nacional de Cinema da Federação da Rússia
The World and the Flesh
O Tigre do Mar Negro
de John Cromwell
com George Bancroft, Miriam Hopkins, Alan Mowbray
Estados Unidos, 1932 - 74 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um filme relativamente pouco visto, apesar de contar com as presenças de duas vedetas e do seu realizador ter assinado obras muito conhecidas, como ON HUMAN BONDAGE e SINCE YOU WENT AWAY. Aqui, a Revolução Bolchevista é um pano de fundo para uma série de aventuras extravagantes, nas quais as questões sexuais são mostradas com uma liberdade que seria impensável depois da promulgação do Código Hays, em 1934. Um grupo de aristocratas, aos quais se juntou uma dançarina de origem humilde, mas que ficou rica e se identifica com a classe dirigente, foge da revolução. Acabam por ser feitos prisioneiros por um grupo de comunistas, cujo chefe está disposto a libertar a dançarina, se ela lhe conceder certos favores. O poder do sexo será maior do que o da luta de classes? Primeira apresentação na Cinemateca.
 
23/11/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
1917 no Ecrã III

Em colaboração com o Gosfilmofond – Fundo Nacional de Cinema da Federação da Rússia
Rotmord
“Homicídio Vermelho”
de Peter Zadek
com Gerd Baltus, Siegfried Wischnewsky, Werner Dahms
República Federal da Alemanha, 1969 - 86 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Peter Zadek é um homem vindo do teatro, que trabalhou sobretudo para a televisão, que na sua opinião é o suporte ideal para a transmissão do teatro. ROTMORD adapta uma peça de Tankred Dorst, situada durante a efémera República Soviética da Baviera, que durou cerca de em mês, em 1919. Personalidades verídicas, como o autor teatral Ernst Toller (que foi Presidente desta República Revolucionária) e o militante Erich Mühsam são personagens do filme. Mas não se trata do registo de uma encenação de palco e sim de uma obra concebida diretamente para a televisão, a partir da peça. Zadek utiliza algumas figuras de estilo típicas dos anos sessenta, alternando, por exemplo, a encenação do homicídio de um militante e uma entrevista sobre este acontecimento.
 
23/11/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã III

Em colaboração com o Gosfilmofond – Fundo Nacional de Cinema da Federação da Rússia
Shestaya Chast Mira
“A Sexta Parte do Mundo”
de Dziga Vertov
URSS, 1926 - 83 min
mudo com intertítulos em russo, legendados eletronicamente em português | M/12
Dziga Vertov foi o mais radical de todos os membros da vanguarda cinematográfica soviética dos anos vinte, partidário de um “cinema puro”, sem argumento, atores ou laço algum com a literatura, de que o seu filme mais célebre, O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR, é um verdadeiro manifesto. Realizado três anos antes, A SEXTA PARTE DO MUNDO (ou seja, a União Soviética, então o único país comunista do mundo) foi uma encomenda da agência de comércio estatal soviética, para a divulgação internacional do país. Vertov transformou a encomenda num grande cine-poema, concebido como um filme “unanimista”, que mostra diversas regiões da URSS, europeias e asiáticas, contrastando-as com o mundo capitalista. Contrariamente ao que se passa em O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR, aqui os intertítulos são numerosos e a construção é demonstrativa. Uma obra extremamente importante, mas relativamente pouco vista, de uma das figuras mais brilhantes e isoladas da história do cinema.
 
24/11/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã III

Em colaboração com o Gosfilmofond – Fundo Nacional de Cinema da Federação da Rússia
The World and the Flesh
O Tigre do Mar Negro
de John Cromwell
com George Bancroft, Miriam Hopkins, Alan Mowbray
Estados Unidos, 1932 - 74 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um filme relativamente pouco visto, apesar de contar com as presenças de duas vedetas e do seu realizador ter assinado obras muito conhecidas, como ON HUMAN BONDAGE e SINCE YOU WENT AWAY. Aqui, a Revolução Bolchevista é um pano de fundo para uma série de aventuras extravagantes, nas quais as questões sexuais são mostradas com uma liberdade que seria impensável depois da promulgação do Código Hays, em 1934. Um grupo de aristocratas, aos quais se juntou uma dançarina de origem humilde, mas que ficou rica e se identifica com a classe dirigente, foge da revolução. Acabam por ser feitos prisioneiros por um grupo de comunistas, cujo chefe está disposto a libertar a dançarina, se ela lhe conceder certos favores. O poder do sexo será maior do que o da luta de classes? Primeira apresentação na Cinemateca.