24/10/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Un Pays Sans Bon Sens!
de Pierre Perrault
Canadá, 1970 - 118 min
legendado em português e inglês | M/12
A Senseless Country / Um País sem Bom Senso
Filme-ensaio inscrito na busca identitária que atravessa o cinema do Quebeque. Um dos grandes temas que subjazem em toda a obra de Perrault é aqui trazido ao de cima como reflexão explícita e como tema universal: neste caso o assunto é a própria interrogação sobre a noção de pertença a um país – que pode ser tanto o sentimento nacional dos quebequenses (que, anteriormente ao período histórico da década de sessenta, eram designados “Canadianos franceses”), como, por exemplo, o dos Bretões de França. Em articulação com isto é também abordada a questão dos povos autóctones da província, na sua complexa relação com o nacionalismo regional. Filmado no Quebeque e em Paris, e usando pela primeira vez a mediação de intelectuais que discutem e interrogam elementos da população, o filme é ao mesmo tempo uma súmula, uma inflexão e uma deriva na obra de Perrault. Segunda exibição em novembro.
24/10/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Normetal | Richesse des Autres
duração total da projeção: 111 min | M/12
Workers Unite! / Trabalhadores Uni-Vos!
NORMETAL
de Gilles Groulx
Canadá, 1959 – 17 min / legendado em português e inglês
RICHESSE DES AUTRES
de Maurice Bulbulian, Michel Gauthier
Canadá, 1973 – 94 min / legendado em português e inglês
RICHESSE DES AUTRES é um dos grandes exemplos de filmes políticos feitos no Quebeque na década de setenta, inscritos na longa tradição do documentário militante. No Quebeque e no Chile, os trabalhadores das minas lutam por reconhecimento e condições de dignidade. Em ambos os países, os governantes descredibilizam a luta, perpetuando um estado de injustiça social e económica - no Chile, Salvador Allende, no Quebeque, René Levesque - líder e fundador do Parti Quebecois (que intervém na obra de Perrault, UN PAYS SANS BON SENS). NORMÉTAL é uma das cidades mineiras em luta. A mesma que Gilles Groulx filmara em 1959, entre os homens no subsolo e a vida à superfície, num documento de grande valor histórico.
25/10/2017, 11h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Encontro com Marcel Carrière
O convidado especial da retrospetiva é antes de mais o “homem do som” do cinema do Quebeque, o que neste caso vale por dizer um dos mais decisivos construtores da identidade deste cinema. Integrou a célebre equipa francesa da ONF desde o arranque desta, e, sobretudo pela vertente do som, foi um dos inventores da linguagem do Cinema Directo, ao lado de Brault, Groulx, Aquin, Fournier, Perrault, Jutra ou Lamothe. Foi também co-realizador de algumas das “curtas” seminais da equipa, e, a partir de 1964, realizador de inúmeras obras marcantes de curta e longa metragem. Assinou ou contribuiu para o som de mais de uma centena de filmes, e veio a ocupar lugares institucionais de relevo no cinema da região, de cujo percurso histórico é hoje um dos maiores representantes. Entrada livre mediante levantamento de ingressos na bilheteira.
25/10/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
A Chairy Tale | À Tout Prendre
duração total da projeção: 108 min | M/12
Take it All
A CHAIRY TALE
de Claude Jutra, Norman McLaren
Canadá, 1957 – 9 min / legendado eletronicamente em português
À TOUT PRENDRE
de Claude Jutra
Canadá, 1963 min – 99 min / legendado em português e inglês
Em À TOUT PRENDRE, Jutra e a sua companheira, Johanne Harrelle, são o casal central num filme fortemente autobiográfico, em que a conjugalidade se confronta com o desejo homossexual. Associando a auto-ficção às técnicas do Cinema Direto (som direto, luz natural, câmara presente na ação), o realizador representa-se num vai-e-vem entre uma construção cinematográfica do mundo (de procedimentos quase experimentais) e a sua realidade pessoal, intuindo o que viria a ser um dos caminhos mais interessantes no cinema de hoje. A anteceder a longa-metragem, um dos mais célebres clássicos de animação de Norman McLaren, e uma das suas grandes parábolas sobre a coexistência e a colaboração: A CHAIRY TALE, filmado com imagem real e técnica de pixilação, com Claude Jutra como ator.
25/10/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Very Nice, Very Nice | 21-87 | A Trip Down Memory Lane | Entre Tu et Vous
duração total da projeção: 92 min | M/12
Inventing Freedom / Inventar Liberdade I
VERY NICE, VERY NICE
de Arthur Lipsett
Canadá, 1961 – 7 min / legendado eletronicamente em português
21-87
de Arthur Lipsett
Canadá, 1964 – 9 min / legendado eletronicamente em português
A TRIP DOWN MEMORY LANE
de Arthur Lipsett
Canadá, 1965 – 12 min / legendado eletronicamente em português
ENTRE TU ET VOUS
de Gilles Groulx
Canadá, 1969 – 64 min / legendado em português e inglês
Sessão dedicada a ensaios cinematográficos que associam a experimentação da linguagem fílmica à crítica da sociedade moderna. De Lipsett, três filmes dos seus inícios: um jogo entre imagens fotográficas e montagem sonora revela estados de ansiedade recalcados, a crítica a uma sociedade dominada por consumo e máquinas (21-87, onde George Lucas encontrou a ideia de The Force), e um filme-cápsula temporal, em que o passado é apresentado enquanto caos enlouquecedor. O filme de Groulx, construído coletivamente, usa sete sequências na vida de um casal para ilustrar e criticar a sociedade de consumo e a representação da modernidade.