CICLO
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May


Dois nomes destacam-se no riquíssimo cinema norte-americano dos anos setenta e na Nova Hollywood que veio a substituir, com o aproximar da década, a envelhecida geração dos grandes estúdios: Warren Beatty e Elaine May. Beatty ficou na sua história como a estrela-galã que superava os estúdios e dominava os projetos e as vidas em que participava, unindo política e sexo num mesmo caminho (entre a vida pessoal e filmes) para se tornar, na sua posição de ator-produtor-realizador, na consciência hedonista e artística de uma geração. May, uma lenda da comédia e da improvisação (fez das duplas cómicas mais célebres do século XX com Mike Nichols, cujos filmes também incluímos neste Ciclo), trabalhou, ao contrário de Beatty, na sombra da indústria, escondida entre pseudónimos e colaborações com outros nomes (muitas vezes não creditada). No entanto, as suas histórias cruzam-se nessa década, entre todas as relações que a construíram, e viriam a cimentar uma relação de amizade e de trabalho que muito contribuiu, nos anos setenta, para vermos nascer um “cinema adulto” hoje desaparecido, no século XXI, nessa mesma indústria. Tanto em tons dramáticos ou cómicos, filmes de ou com Warren Beatty e Elaine May (duas mentes obsessivas, dois secretos sentimentais, dois apaixonados pela comédia “screwball”) eram filmes em que as histórias espelhavam a turbulência e o excesso da época, os seus desejos e as suas angústias (às vezes um pouco mais), reinventado a maneira de se fazer filmes e das suas personagens se poderem mostrar, no grande écran, sem medo do ridículo, do falhanço, ou de tentarem fazer política a partir da intimidade e de momentos do quotidiano. THE HEARTBREAK KIDS é um Ciclo que apresenta, assim, uma seleção das suas obras e das suas colaborações (seja como atores, argumentistas, produtores, ou realizadores, muitas vezes a cumprir todos esses papéis num só filme, oficial ou não-oficialmente), tanto em conjunto como separadamente, com exceção de REDS (1981), célebre filme de Beatty (escrito com Elaine May) que será exibido no contexto de um Ciclo, ainda este ano, alusivo ao centenário da revolução soviética e à sua presença na História do cinema. BONNIE AND CLYDE (1967), filme-chave da Nova Hollywood e primeiro projeto, de Warren Beatty, em que este assume o papel de produtor-mentor, será o ponto de cruzamento com o Ciclo “O ano de 1967 – Terras em Transe”, que irá trazer um olhar sobre as revoluções anunciadas, nesse ano, através dos seus filmes.
 
 
14/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May

The Fortune
Uma Fortuna Por Água Abaixo
de Mike Nichols
Estados Unidos, 1975 - 88 min
 
16/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May

Mikey and Nicky
Jogo Mortal
de Elaine May
Estados Unidos, 1976 - 105 min
16/06/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May

The Fortune
Uma Fortuna Por Água Abaixo
de Mike Nichols
Estados Unidos, 1975 - 88 min
19/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May

Heaven Can Wait
O Céu Pode Esperar
de Warren Beatty, Buck Henry
Estados Unidos, 1978 - 101 min
19/06/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May

Mikey and Nicky
Jogo Mortal
de Elaine May
Estados Unidos, 1976 - 88 min
14/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May
The Fortune
Uma Fortuna Por Água Abaixo
de Mike Nichols
com Warren Beatty, Jack Nicholson, Stockard Channing
Estados Unidos, 1975 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Uma paródia que surge como um certo contraponto ao charmoso duo Paul Newman-Robert Redford (e filmes como BUTCH CASSIDY AND THE SUNDANCE KID ou THE STING), THE FORTUNE junta três grandes nomes da época — o realizador Mike Nichols e os atores e amigos Warren Beatty e Jack Nicholson —, em papéis pouco edificantes de dois vigaristas, nos anos vinte, que tentam roubar a fortuna de uma jovem mulher (Stockard Channing, no seu primeiro papel). Um filme que parte de um argumento de Carole Eastman (argumentista de FIVE EASY PIECES, aqui com o pseudónimo Adrien Joyce), e que foi largamente improvisado pelos três intervenientes (hoje aclamado como uma das maiores influências dos irmãos Coen). Primeira exibição na Cinemateca.
 
16/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May
Mikey and Nicky
Jogo Mortal
de Elaine May
com Peter Falk, John Cassavetes, Ned Beatty
Estados Unidos, 1976 - 105 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Escrito e realizado por Elaine May (a sua terceira longa-metragem), MIKEY AND NICKY é uma bonita história de amizade, crime, e traição entre dois homens num contexto urbano e noturno, sendo a única que não assenta na comédia (assemelhando-se, em vários pontos, aos filmes interpretados por Peter Falk e John Cassavetes e realizados por este último). Depois deste filme, uma obra policial que se tornou uma homenagem aos seus dois atores, May não voltaria a filmar durante dez anos, fruto dos seus duros conflitos com a Paramount e de um método financeiramente inviável: sem cortes na filmagem, tempo aberto à improvisação, e inúmeras repetições de planos (diz-se que May filmou mais metros de película do que os que se filmaram em E TUDO O VENTO LEVOU). Por outras palavras, um filme livre. Primeira exibição na Cinemateca.
 
16/06/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May
The Fortune
Uma Fortuna Por Água Abaixo
de Mike Nichols
com Warren Beatty, Jack Nicholson, Stockard Channing
Estados Unidos, 1975 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Uma paródia que surge como um certo contraponto ao charmoso duo Paul Newman-Robert Redford (e filmes como BUTCH CASSIDY AND THE SUNDANCE KID ou THE STING), THE FORTUNE junta três grandes nomes da época — o realizador Mike Nichols e os atores e amigos Warren Beatty e Jack Nicholson —, em papéis pouco edificantes de dois vigaristas, nos anos vinte, que tentam roubar a fortuna de uma jovem mulher (Stockard Channing, no seu primeiro papel). Um filme que parte de um argumento de Carole Eastman (argumentista de FIVE EASY PIECES, aqui com o pseudónimo Adrien Joyce), e que foi largamente improvisado pelos três intervenientes (hoje aclamado como uma das maiores influências dos irmãos Coen). Primeira exibição na Cinemateca.
 
19/06/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May
Heaven Can Wait
O Céu Pode Esperar
de Warren Beatty, Buck Henry
com Warren Beatty, Julie Christie, James Mason, Jack Warden, Charles Grodin, Dyan Cannon
Estados Unidos, 1978 - 101 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Talvez só Warren Beatty pudesse ter conseguido financiar um filme como este, escrito com Elaine May (com quem partilhou a nomeação para o Óscar de Melhor Argumento Adaptado), e só uma década, como a dos anos setenta, teria deixado que fosse feito — e fazer de HEAVEN CAN WAIT um enorme sucesso. Naquela que é a sua primeira (assumida) realização, Beatty faz o papel de um jogador de futebol americano (um papel inicialmente pensado para Muhammad Ali) que morre, por engano dos céus, e regressa à terra no corpo de um multimilionário que se torna alvo de uma conspiração, na sua família, para ser assassinado. Com a participação de Julie Christie (uma das mulheres da vida de Beatty), HEAVEN CAN WAIT (nove nomeações para Óscares) tornou-se uma tocante comédia sobre um homem que não quer passar ao lado do amor da sua vida.
 
19/06/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
The Heartbreak Kids: Warren Beatty & Elaine May
Mikey and Nicky
Jogo Mortal
de Elaine May
com Peter Falk, John Cassavetes, Ned Beatty
Estados Unidos, 1976 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Escrito e realizado por Elaine May (a sua terceira longa-metragem), MIKEY AND NICKY é uma bonita história de amizade, crime, e traição entre dois homens num contexto urbano e noturno, sendo a única que não assenta na comédia (assemelhando-se, em vários pontos, aos filmes interpretados por Peter Falk e John Cassavetes e realizados por este último). Depois deste filme, uma obra policial que se tornou uma homenagem aos seus dois atores, May não voltaria a filmar durante dez anos, fruto dos seus duros conflitos com a Paramount e de um método financeiramente inviável: sem cortes na filmagem, tempo aberto à improvisação, e inúmeras repetições de planos (diz-se que May filmou mais metros de película do que os que se filmaram em E TUDO O VENTO LEVOU). Por outras palavras, um filme livre. Primeira exibição na Cinemateca.