CICLO
Foco no Arquivo


As sessões “Foco no Arquivo” de julho seguem projetos ligados à investigação e à sua relação com a coleção da Cinemateca. A sessão “Portugal de Norte a Sul: o Caso de Amélia Borges Rodrigues”, a apresentar por Sérgio Bordalo, continua o Ciclo “Viagens, Olhares e Imagens: Portugal 1910-1980”, organizado no âmbito do projeto exploratório “Atrás da câmara: práticas de visibilidade e mobilidade no filme turístico português” (EXPL/IVC-ANT/1706/2013; financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES). Este projeto foi desenvolvido no ANIM e no CRIA entre abril de 2014 e setembro de 2015 por uma equipa de investigadores coordenados por Sofia Sampaio (CRIA-IUL).

No seguimento de uma programação que teve lugar durante 2015 na Cinemateca, no âmbito do projeto de investigação “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema”, financiado pela FCT, o novo Ciclo “Olhares do Cinema sobre o Trabalho” adota uma perspetiva mais ampla, procurando destacar formas várias de diálogo entre arquivos e cinematografias nacionais e internacionais. Procura-se refletir sobre temáticas e problemas sociais que atravessam os filmes. Ao longo de 2016, esta programação vai propondo aos espectadores visões distintas sobre aspectos como a precariedade, os espaços de trabalho ou as condições de vida. O Ciclo é dinamizado por Luísa Veloso (CIES-IUL), Frédéric Vidal (CRIA-IUL) e João Rosas. Na sessão de julho é apresentada a curta-metragem de propaganda salazarista COMÍCIOS ANTI-COMUNISTAS (1936) e dois filmes franceses sobre a greve na fábrica Rhodiaceta (Bezançon): A BIENTÔT, J’ESPÈRE (Chris Marker e Mario Marret, 1968) e CLASSE DE LUTTE (Grupo Medvedkine de Besançon, 1969).

A sessão “Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo” prolonga as anteriormente dedicadas a uma discussão continuada sobre esta importante parte do acervo fílmico da Cinemateca, organizadas em colaboração com a “Aleph - rede de acção e investigação crítica da imagem colonial”. A Aleph promove a cooperação e partilha de conhecimento entre investigadores académicos, artistas e cidadãos interessados na imagem colonial, e colabora com arquivos detentores de coleções coloniais na sensibilização para questões de acessibilidade e preservação dos acervos. Este mês, a investigadora Inês Dias Cordeiro apresenta O ZÉ DO BURRO (Eurico Ferreira, 1971).
 
12/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Filmes de Amélia Borges Rodrigues
duração total da sessão: 45 min | M/12
 
20/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Comícios Anti-Comunistas | A Bientôt, J’Espère | Classe de Lutte
duração total da sessão: 100 min | M/12
27/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

O Zé do Burro
de Eurico Ferreira
Portugal, 1971 - 90 min | M/12
12/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Filmes de Amélia Borges Rodrigues
duração total da sessão: 45 min | M/12
Viagens, Olhares e Imagens: Portugal 1910-1980 | Portugal de Norte a Sul: o Caso de Amélia Borges Rodrigues

sessão apresentada por Sérgio Bordalo e Sá (bolseiro de investigação do projeto “Atrás da câmara”)
BRAGANÇA
Portugal, 1935 – 6 min
VIANA DO CASTELO
Portugal, 1934 – 8 min
GUIMARÃES
Portugal, 1935 – 5 min
GERÊS
Portugal, 1934 – 5 min
MOGADOURO E TORRE DE MONCORVO
Portugal, 1934 – 3 min
RÉGUA
Portugal, 1934 – 2 min
ALGARVE
Portugal, 1934 – 10 min
CASCAES
Portugal, 1937 – 6 min
de Amélia Borges Rodrigues

Esta sessão pretende dar visibilidade à cinematografia de Amélia Borges Rodrigues (1906–1945), uma açoriana radicada no Brasil que, entre 1934 e 1937, terá produzido e/ou realizado 35 filmes sobre regiões de Portugal. Os filmes foram exibidos em Portugal, no Brasil e nas colónias africanas. Segundo o artigo “Duas Portuguesas que Fazem Cinema e que o Sabem Fazer Bem” do Cine-Jornal (1936), Borges Rodrigues planificava o filme, escrevia a música e fazia a montagem, enquanto a sua amiga Celeste Bastos y Lago tratava sobretudo da parte comercial. Por não constar de nenhuma história do cinema português, não ser comum haver mulheres cineastas nos anos trinta e ter feito uma grande quantidade de filmes em tão pouco tempo (o que levanta uma série de questões: quem os pagou, porquê, com que objetivo?), a figura de Amélia Borges Rodrigues merece, sem dúvida, ser descoberta. Os filmes MOGADOURO E TORRE DE MONCORVO, ALGARVE, GERÊS, RÉGUA E VIANA DO CASTELO foram preservados no âmbito de uma colaboração com o projeto “Atrás da câmara: práticas de visualidade e mobilidade no filme turístico português”. Primeiras exibições na Cinemateca.
 
20/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Comícios Anti-Comunistas | A Bientôt, J’Espère | Classe de Lutte
duração total da sessão: 100 min | M/12
Olhares do Cinema sobre o Trabalho

sessão apresentada por Luísa Veloso (CIES-IUL), Frédéric Vidal (CRIA-IUL) e João Rosas
COMÍCIOS ANTI-COMUNISTAS
Portugal, 1936 – 20 min
A BIENTÔT, J’ESPÈRE
de Chris Marker, Mario Marret
França, 1968 – 40 min / dobrada em português
CLASSE DE LUTTE
de Grupo Medvedkine de Besançon
França, 1969 – 40 min / legendado eletronicamente em português

Organizada sob o mote “legitimação versus contestação dos poderes instituídos”, esta sessão contrasta o filme de propaganda COMÍCIOS ANTI-COMUNISTAS, que documenta as manifestações organizadas pela ditadura portuguesa em apoio ao regime nacionalista espanhol, com duas curtas-metragens francesas sobre a greve na fábrica Rodhiaceta (Besançon, março de 1967). CLASSE DE LUTTE é uma primeira exibição na Cinemateca.
 
27/07/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
O Zé do Burro
de Eurico Ferreira
Portugal, 1971 - 90 min | M/12
Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo

sessão apresentada por Inês Dias Cordeiro (investigadora e docente da UCLA)
Camponês da metrópole, Zé do Burro comprou uma propriedade em Marrupila, local desolado no Norte de Moçambique, onde chega após múltiplos contratempos, com o seu burro Cacilhas. Porém, tem de enfrentar as ameaças e atentados de um chefe chinês, que procura lançar contra ele os habitantes da aldeia, mas Zé do Burro porfia nos seus ideais de progresso, trabalho e amor à terra, acabando por conquistar a adesão de todo o povo, incluindo o seu acérrimo inimigo. A apresentar em formato digital, numa primeira exibição na Cinemateca.