CICLO
Foco no Arquivo


As sessões “Foco no Arquivo” de fevereiro seguem projetos ligados à investigação e à sua relação com a coleção da Cinemateca.
No seguimento do projeto “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema”, é apresentado RUÍNAS, de Manuel Mozos. Conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora), Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso e João Rosas, este projeto do CIES-IUL (em parceria com o CRIA e o CECL-UNL) incluiu o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX.
A sessão “Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo” prolonga as anteriormente dedicadas a uma discussão continuada sobre esta importante parte do acervo fílmico da Cinemateca, organizadas em colaboração com a “Aleph - rede de acção e investigação crítica da imagem colonial”. A Aleph promove a cooperação e partilha de conhecimento entre investigadores académicos, artistas e cidadãos interessados na imagem colonial, colabora com arquivos detentores de coleções coloniais na sensibilização para questões de acessibilidade e preservação dos acervos e promove a partilha de conhecimento. Este mês, Marissa Moorman, professora de História de África na Indiana University-Bloomington (EUA), apresenta uma sessão com filmes de Ruy Duarte de Carvalho rodados para a televisão angolana entre 1975 e 1977.
A sessão “Religião e Turismo” continua o Ciclo “Viagens, olhares e imagens: Portugal 1910-1980”, organizado no âmbito do projeto exploratório “Atrás da câmara: práticas de visibilidade e mobilidade no filme turístico português” (EXPL/IVC-ANT/1706/2013; financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES). Este projeto foi desenvolvido no ANIM entre abril de 2014 e setembro de 2015 por uma equipa de investigadores coordenados por Sofia Sampaio. A sessão deste mês é apresentada por Cyril Isnart, investigador do CNRS, Institut d’Ethnologie Méditerranéenne, Européenne et Comparative (França).
 

 
03/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Ruínas
de de Manuel Mozos
Portugal, 2009 – 60 min | M/6, 2009 - 60 min | M/6
 
10/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Geração 50 | Uma Festa Para Viver | Como Foi, Como Não Foi
duração total da sessão: 74 min | M/12
25/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Foco no Arquivo | Religião e Turismo
duração total da sessão: 52 min | M/12
03/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Ruínas
de de Manuel Mozos
Portugal, 2009 – 60 min | M/6, 2009 - 60 min | M/6
Projeto WORKS

com a presença do realizador e da investigadora Luísa Veloso

“Fragmentos de espaços e tempos, restos de épocas e locais onde apenas habitam memórias e fantasmas. Vestígios de coisas sobre as quais o tempo, os elementos, a natureza, e a própria ação humana modificaram e modificam. Com o tempo tudo deixa de ser, transformando-se eventualmente noutra coisa. Lugares que deixaram de fazer sentido, de serem necessários, de estar na moda. Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios. Não interessa aqui explicar porque foram criados e existiram, nem as razões porque se abandonaram ou foram transformados. Apenas se promove uma ideia, talvez poética, sobre algo que foi e é parte da(s) história(s) deste país” (texto da sinopse de RUÍNAS).

10/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Geração 50 | Uma Festa Para Viver | Como Foi, Como Não Foi
duração total da sessão: 74 min | M/12
Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo

sessão apresentada por Marissa Moorman, professora de História de África na Indiana University-Bloomington (EUA)

GERAÇÃO 50
de Ruy Duarte de Carvalho
Angola, 1975 – 24 min
UMA FESTA PARA VIVER
de Ruy Duarte de Carvalho
Angola, 1975 – 33 min
COMO FOI, COMO NÃO FOI
de Ruy Duarte de Carvalho
Angola, 1977 – 17 min

Esta sessão mostra três filmes de Ruy Duarte de Carvalho realizados no contexto da televisão angolana e ali difundidos entre 1975 e 1977. GERAÇÃO 50, realizado em setembro de 1975, evoca três dos poetas mais representativos da geração que encetou a luta contra o colonialismo português – Agostinho Neto, António Jacinto e Viriato da Cruz. UMA FESTA PARA VIVER foi rodado no bairro do Cazenga (Luanda) durante as duas semanas que precederam a proclamação da independência, em 11 de novembro de 1975, e inclui imagens raras daquela cerimónia histórica. Finalmente, COMO FOI, COMO NÃO FOI, segundo episódio da série “Angola 76 – É a Vez da Voz do Povo”, reúne testemunhos orais tocantes de alguns dos habitantes mais idosos da vila da Quibala (na província angolana do Cuanza Sul) sobre o colonialismo português. Os dois primeiros filmes são primeiras exibições na Cinemateca. A apresentar em cópias digitais.
 

25/02/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Foco no Arquivo | Religião e Turismo
duração total da sessão: 52 min | M/12
sessão apresentada por Cyril Isnart (CNRS, Institut d’Ethnologie Méditerranéenne, Européenne et Comparative, França)

13 DE MAIO (FÁTIMA)
de autor desconhecido
Portugal, 1927 (?) – 9 min
JORNAL PORTUGUÊS Nº 42 (excerto)
Portugal, 1944 – 1 min
JORNAL PORTUGUÊS Nº 58
Portugal, 1946 – 9 min
JORNAL PORTUGUÊS Nº 76 (excertos)
Portugal, 1948 – 4 min
IMAGENS DE PORTUGAL Nº 186 (excerto)
Portugal, 1959 – 4 min
IMAGENS DE PORTUGAL Nº 78 (excerto)
Portugal, 1956 – 3 min
UM DIA NA PÓVOA DO VARZIM
de Gentil Marques
Portugal, 1952 – 11 min
...A VER VIANA
de Adriano Nazareth
Portugal, 1970 – 11 min

Bem sabemos que o património religioso tem um papel fundamental nas representações idealizadas dos países do sul da Europa. O imaginário patrimonial e turístico destes países constrói-se à volta de uma série de monumentos do passado, nos quais se destacam igrejas, capelas e santuários. Os turistas que visitam cidades históricas também procuram as catedrais enquanto reconhecidos ex-libris e os sítios de peregrinação oferecem-se como ponto de atração para encontrar uma forma de vida local e genuína. Nesta sessão, pretende-se não apenas ilustrar a função dos elementos religiosos na produção do património nacional e do turismo em Portugal, mas também questionar a naturalização das conexões entre a representação da nação e a religião católica, promovida como crença e partilhada. Os filmes escolhidos demostram a construção fílmica desta associação no contexto português quer na encenação do facto religioso através de uma linguagem específica (cenários, dramatização, panorâmicas, contre-plongées), quer na diversidade dos elementos que merecem uma atenção particular da parte dos visitantes (urbanismo, arquitetura, procissões e rituais, objetos de devoção, etc.). À exceção de 13 DE MAIO (FÁTIMA), UM DIA NA PÓVOA DO VARZIM e …A VER VIANA, os títulos são apresentados em cópias digitais.