CICLO
Henrique Espírito Santo


A Cinemateca presta uma homenagem mais do que merecida a uma das figuras incontornáveis do Cinema Novo português e da sua fase imediatamente subsequente, a fascinante época pós 25 de abril. Falamos de Henrique Espírito Santo, cineclubista de formação, antifascista militante por convicção, diretor de produção e produtor de profissão e, “last but not the least”, formador de toda uma geração de profissionais de cinema na área da produção. Iniciou a sua atividade profissional no cinema em 1966, com José Fonseca e Costa, na Unifilme, produtora de filmes publicitários e documentais onde se manteve até 1971. Entre 1972 e 1973 foi diretor de produção do Centro Português de Cinema e, em 1974, um dos sócios fundadores da cooperativa de produção Cinequanon. Fez ainda parte do Núcleo de Produção do Instituto Português de Cinema (extinto em 1975) e, em 1976, fundou a produtora Prole Filme que se manteve em atividade até aos anos 2000. Além de Fonseca e Costa, Henrique Espírito Santo colaborou em filmes de cineastas em que, entre vários outros, se contam Alberto Seixas Santos, António da Cunha Telles, António Campos, António de Macedo, António Reis, João César Monteiro, João Mário Grilo, Jorge Silva Melo, José Álvaro Morais, José de Sá Caetano, Luís Filipe Rocha, Margarida Gil, Manoel de Oliveira. Monique Rutler ou Solveig Nordlund. Como coprodutor ou produtor executivo, Henrique Espírito Santo trabalhou ainda com inúmeros realizadores estrangeiros de cinema e televisão.
Este programa foi concebido para evocar as diferentes facetas da filmografia de Henrique Espírito Santo, designadamente como produtor, cineclubista e ator. Será editada uma brochura dedicada ao homenageado, que é também o “Amigo da Cinemateca” nº 1.

 

No contexto do Ciclo, a 26 de fevereiro, às 18h30, na sala Luís de Pina, realiza-se um Encontro, com Henrique Espírito Santo, em que será projetado o filme AS DESVENTURAS DO DRÁCULA VON BARRETO NAS TERRAS DA REFORMA AGRÁRIA (Célula de Cinema do Partido Comunista Português, Portugal, 1977, 9 min), em que Henrique Espírito Santo participa como ator. Sessão de entrada livre mediante levantamento de ingressos na bilheteira.
 

 
15/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Henrique Espírito Santo

O Recado
de José Fonseca e Costa
Portugal, 1971 - 110 min | M/12
 
16/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Henrique Espírito Santo

Regresso à Terra do Sol | Tabu
duração total da sessão: 150 min | M/12
17/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Henrique Espírito Santo

Os Ciganos | Até Amanhã, Mário
de Os Ciganos
duração total da sessão: 129 min | M/12
18/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Henrique Espírito Santo

A Fachada | O Despertador | Cerromaior
duração total da sessão: 111 min | M/12
19/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Henrique Espírito Santo

O Clandestino | A Fuga
duração total da sessão: 124 min | M/12
15/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Henrique Espírito Santo
O Recado
de José Fonseca e Costa
com Maria Cabral, Paco Nieto, Luís Rocha, José Viana, Constança Canavarro
Portugal, 1971 - 110 min | M/12
com a presença de Henrique Espírito Santo

Em O RECADO, a personagem de José Viana chama-se Maldevivre, e no final do filme profere uma frase eloquente quando diz continuar à espera “que a raiva cresça e rebente”. Filme político e necessariamente elíptico (corriam ainda anos de censura), O RECADO, história sobre desistentes, como disse Fonseca e Costa, é também um filme de interpretações poderosas, com destaque para a sempre extraordinária presença de Maria Cabral. Foi a primeira longa-metragem de Henrique Espírito Santo como diretor de produção (para a Unifilme, o Centro Português de Cinema e a Tritón Films).

16/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Henrique Espírito Santo
Regresso à Terra do Sol | Tabu
duração total da sessão: 150 min | M/12

REGRESSO À TERRA DO SOL
de José Fonseca e Costa
Portugal, 1967 – 21 min
TABU
de Miguel Gomes
comTeresa Madruga, Laura Soveral, Ana Moreira, Henrique Espírito Santo, Carloto Cotta, Isabel Cardoso, Ivo Müller, Manuel Mesquita
Portugal, França, Alemanha, Brasil, 2012 – 118 min

“Uma idosa temperamental, a sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais partilham o andar num prédio em Lisboa. Quando a primeira morre, as outras duas passam a conhecer um episódio do seu passado: uma história de amor e crime passada numa África de filme de aventuras.” Assim descreve a sinopse o TABU de Miguel Gomes, filme em duas partes que vai do “Paraíso Perdido” ao “Paraíso”. Prémio da crítica e prémio Alfred Bauer no Festival Internacional de Cinema de Berlim 2012. A abrir a sessão, REGRESSO À TERRA DO SOL, de José Fonseca e Costa, regresso do cineasta a Angola, onde nasceu, e realiza o que é tido pelo primeiro filme anticolonial do cinema português. Henrique Espírito Santo é ator em TABU e dirigiu, para a Unifilme, a direção de produção de REGRESSO À TERRA DO SOL, o primeiro título da sua filmografia
 

17/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Henrique Espírito Santo
Os Ciganos | Até Amanhã, Mário
de Os Ciganos
duração total da sessão: 129 min | M/12

OS CIGANOS
de João Abel Aboim
Portugal, 1980 – 53 min
ATÉ AMANHÃ, MÁRIO
de Solveig Nordlund
com João Silva, Victor Norte, Paulo César Barros, Canto e Castro
Portugal, Suécia, 1993 – 76 min

Terceira longa-metragem de Solveig Nordlund, ATÉ AMANHÃ, MÁRIO é situado na Madeira e conta a história de um garoto que quer ser pescador de baleias. “Mas ninguém já pesca baleias”, explica-lhe um pescador. Um filme límpido e fluido, sobre a arte de sobreviver entre os mais desfavorecidos. “É graças à realidade que se adivinha atrás das caras das crianças que o filme ganha peso. O facto de as crianças terem correspondido à minha aposta constitui para mim a maior satisfação com o filme”, observou a realizadora. Música de José Mário Branco. A abrir a sessão, o documental OS CIGANOS, de João Abel Aboim. Henrique Espírito Santo é produtor de OS CIGANOS (com Manuel Bento Serra, para a Prole Filme) e produtor executivo de ATÉ AMANHÃ, MÁRIO (com Miguel Cardoso e Solveig Nordlund, para a Prole Filme e a Torromfilm), onde surge numa figuração como turista.
 

18/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Henrique Espírito Santo
A Fachada | O Despertador | Cerromaior
duração total da sessão: 111 min | M/12

A FACHADA
de Júlio Alves
com Glicínia Quartim, Márcia Breia, João d’Ávila, Isabel Ruth
Portugal, 1995 – 11 min
O DESPERTADOR
de Júlio Alves
com Nuno Melo, João Didelet, António Assunção
Portugal, 1996 – 11 min
CERROMAIOR
de Luís Filipe Rocha
com Carlos Paulo, Clara Joana, Ruy Furtado, Elsa Wallenkamp
Portugal, 1981 – 89 min

Inspirado no romance homónimo de Manuel da Fonseca e noutros contos com o mesmo tema, Luís Filipe Rocha realizou um dos filmes portugueses de maior destaque na década de oitenta: CERROMAIOR é um retrato do horizonte sem fim e das vidas sem horizonte do Alentejo e uma representação do conflito entre trabalhadores rurais e latifundiários, acompanhando as frustrações românticas do filho de um proprietário. Henrique Espírito Santo dirigiu a produção para a Prole Filme (com João Franco), e tem uma aparição como guarda da GNR. A abrir a sessão, duas curtas-metragens de ficção de Júlio Alves de meados dos anos noventa, A FACHADA e O DESPERTADOR, produzidas por Henrique Espírito Santo para a Prole Filme e Produções Off.
 

19/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Henrique Espírito Santo
O Clandestino | A Fuga
duração total da sessão: 124 min | M/12

O CLANDESTINO
de José Laplaine
com António Pires, José Laplaine, Henrique Espírito Santo
Portugal, 1996 – 15 min
A FUGA
de Luís Filipe Rocha
com Luís Alberto, Maria do Céu Guerra, José Viana, Costa Ferreira, Carlos César
Portugal, 1977 – 109 min

Primeira ficção de Luís Filipe Rocha, A FUGA é um filme político baseado em factos reais – a célebre fuga de presos políticos do Forte de Caxias –, incidindo muito particularmente nos mecanismos do sistema repressor do Estado Novo e no exemplo dos que contra eles resistiram. A abrir a sessão, a curta-metragem de ficção O CLANDESTINO, de que Henrique Espírito Santo foi produtor (para a Prole Filme). Foi também para a Prole Filmem, e a Cinequipa, que Espírito Santo dirigiu a produção de A FUGA, onde tem uma aparição.