CICLO
Foco no Arquivo


As duas sessões “Foco no Arquivo” de dezembro seguem projetos ligados à investigação e à sua relação com a coleção da Cinemateca. A sessão “O Trabalho no Ecrã” é organizada em colaboração com a equipa de investigação do projeto WORKS, desenvolvido pelo CIES-IUL em parceria com o CRIA e o CECL-UNL e o financiamento da FCT, que agora termina. Com incidência sobre a imagem do trabalho no cinema, o projeto é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora), Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso e João Rosas. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX. A sessão “Coleção Colonial da Cinemateca” prolonga as anteriormente dedicadas a uma discussão continuada sobre esta importante parte do acervo fílmico da Cinemateca, organizadas em colaboração com a Aleph – Rede de Ação e Investigação Crítica da Imagem. A Aleph promove a cooperação e partilha de conhecimento entre investigadores académicos, artistas e cidadãos interessados na imagem colonial, colabora com arquivos detentores de coleções coloniais na sensibilização para questões de acessibilidade e preservação dos acervos e promove a partilha de conhecimento.

 
10/12/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

WORKS | Lisboa e o Tejo
duração total da projeção: 59 min | M/12
 
16/12/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Foco no Arquivo

Angola – Decisão de Continuar | Decisão de Continuar
duração total da projeção: 56 minutos | M/12
10/12/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
WORKS | Lisboa e o Tejo
duração total da projeção: 59 min | M/12
Works | O Trabalho no Ecrã

sessão acompanhada pela equipa de investigação responsável pelo projecto WORKS, seguida de debate com Vítor Matias Ferreira

PORTO DE LISBOA
de Paulo de Brito Aranha
Portugal, 1934 – 12 min
A PESCA DA SARDINHA
de João Mendes
Portugal, 1953 – 13 min
TEJO – ROTA DO PROGRESSO
de Fernando Lopes
Portugal, 1967 – 11 min
UM NAVIO À CARGA EM ALCÂNTARA
de autor não identificado
Portugal, data não identificada – 10 min
AMOLADOR!
de autor não identificado
Portugal, 1980 – 13 min

Lisboa, o espaço urbano e os gestos do trabalho associados à atividade do rio Tejo são o mote desta sessão Works composta por cinco títulos da coleção da Cinemateca produzidos e realizados entre os anos trinta e os oitenta. PORTO DE LISBOA foi realizado para a Tobis Portuguesa por Paulo de Brito Aranha como um “documentário cultural sonoro” que retrata uma panorâmica portuária de Lisboa. A PESCA DA SARDINHA é uma produção Lisboa Filme assinada por João Mendes. Registando imagens do estaleiro da Lisnave como a maior doca seca ocidental da época, TEJO – ROTA DO PROGRESSO é um dos títulos institucionais da série realizada por Fernando Lopes como resposta a encomendas e encarados como terreno de ensaio e experimentação. UM NAVIO À CARGA EM ALCÂNTARA é um título existente na coleção e originalmente filmado em S8mm de que se apresenta uma cópia em vídeo. AMOLADOR! retrata a atividade dos amoladores de profissão nas ruas de Alfama. A PESCA DA SARDINHA e AMOLADOR! são apresentados nos únicos materiais disponíveis na coleção que denotam sinais de desgaste. Tanto estes como UM NAVIO À CARGA EM ALCÂNTARA são primeiras exibições na Cinemateca.
 

16/12/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Foco no Arquivo
Angola – Decisão de Continuar | Decisão de Continuar
duração total da projeção: 56 minutos | M/12
Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo

sessão apresentada por Ansgar Schaefer

ANGOLA – DECISÃO DE CONTINUAR
de Vasco Hogan Teves (coordenação)
Portugal, 1962 – 23 min
DECISÃO DE CONTINUAR
de José Elyseu (coordenação)
Portugal, 1964 – 33 min

Produzido pela RTP, o primeiro filme da sessão, como referido no Catálogo da Filmoteca do S.N.I., ANGOLA – DECISÃO DE CONTINUAR “mostra-nos a preocupação que já existia em valorizar terras e gentes de Angola – mercados, hospitais, missões e barragens. As imagens dramáticas do 15 de março de 1961. A mobilização dos recursos do país. Os testemunhos da origem estrangeira do movimento terrorista. Os discursos históricos de Salazar,…” Palavras que, analisadas, exprimem bem o discurso do regime então vigente. Realizado dois anos depois, DECISÃO DE CONTINUAR parte de imagens comuns ao filme anterior, que são submetidas a uma nova montagem, a que José Elyseu acrescenta outras, como as da viagem do Presidente Américo Tomás a Moçambique, em 1964. Dois filmes em que a guerra colonial e a propaganda andam lado a lado, e que apresentam uma relação complexa entre si e com o momento histórico em que foram produzidos. Ansgar Schaefer, investigador, professor e produtor, que há muitos anos trabalha estas questões, apresenta a sessão.