02/11/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Carl Th. Dreyer
Prästänkan
“O Quarto Casamento da Senhora Margarida”
de Carl Th. Dreyer
com Hildur Carlberg, Einar Rod, Greta Almoroth, Olav Auskrust
Suécia, 1920 - 83 min
mudo, intertítulos em sueco, traduzidos eletronicamente em português | M/12
sessão-conferência | apresentada e comentada por Bernard Eisenschitz, em inglês
Filmado para a Svensk Filmindustri e tendo por tema a Lei e a sua violação, “O QUARTO CASAMENTO DA SENHORA MARGARIDA” (que mais fielmente é possível traduzir como “A VIÚVA DO PASTOR”) integra um tom de comédia inusual na obra de Dreyer. Mas, como noutras obras depois dele e como já antes acontecera, por exemplo em “O PRESIDENTE” (1918), Dreyer filma percursos de sacrifício que vão ao encontro da morte.
03/11/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Carl Th. Dreyer
Die Gezeichneten
“Amai-vos uns aos Outros”
de Carl Th. Dreyer
com Polina Piekowska, Wladimir Gaidarov, Torleiff Reiss
Alemanha, 1921 - 106 min
mudo, intertítulos em inglês e dinamarquês traduzidos eletronicamente em português | M/12
sessão-conferência | apresentada e comentada por Bernard Eisenschitz, em inglês
“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS” (também conhecido como “OS ESTIGMATIZADOS”) foi um dos dois filmes rodados por Dreyer em Berlim nos inícios dos anos vinte (o segundo foi MIKAËL) e retrata um pogrom judeu na Rússia de 1905, a partir da adaptação de um romance de Aage Madelung, com atores russos, dinamarqueses, alemães e noruegueses. A minúcia reconstitutiva e o uso do grande plano marcam este filme onde se combina o estilo de representação do teatro russo de Stanislavsky com o do teatro alemão herdeiro do expressionismo. A apresentar em cópia restaurada.
04/11/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Carl Th. Dreyer
Vredens Dag
Dia de Cólera
de Carl Th. Dreyer
com Thorkild Roose, Lisbeth Movin, Sigrid Neiiendam
Dinamarca, 1943 - 105 min
legendado em espanhol | M/12
sessão-conferência | apresentada e comentada por Bernard Eisenschitz, em inglês
Realizado em plena guerra, este filme marca o regresso de Dreyer à realização de longas-metragens depois de um silêncio de mais de dez anos, desde VAMPYR, de 1932. VREDENS DAG (também conhecido pelo título DIES IRAE), em que passam ecos da pintura flamenga, reconstitui um processo de feitiçaria no século XVII, no qual não poucos viram uma alusão à situação da Dinamarca ocupada. Mas, independentemente disso, no estilo severo que caracteriza o realizador, trata-se de uma obra-prima da arte da encenação cinematográfica, "suficientemente realista para evitar a abstração deliberada e suficientemente estilizada para ser uma arquitetura dramática, que reparte com precisão as massas de luz", nas palavras de André Bazin.
05/11/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Carl Th. Dreyer
Ordet
A Palavra
de Carl Th. Dreyer
com Henrik Maalberg, Emil Haas, Prebben Lendorf Rye
Dinamarca, 1955 - 125 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão-conferência | apresentada e comentada por Bernard Eisenschitz, em inglês
ORDET é, talvez, a obra cinematográfica que melhor põe em cena a questão da fé, construída inteiramente à volta da interrogação: A palavra (Ordet) pode chegar até Deus e Este responder-lhe? O crente, como Dreyer, diz que sim e ORDET (o filme) é a sua expressão. Sobre este filme, José Régio escreveu que era “uma apologia da fé levada ao extremo limite.”
06/11/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Carl Th. Dreyer
Gertrud
Gertrud
de Carl Th. Dreyer
com Nina Pens Rode, Bendt Rothe, Ebe Rode, Baard Owe, Axel Strobye
Dinamarca, 1964 - 116 min
legendado em espanhol | M/12
sessão-conferência | apresentada e comentada por Bernard Eisenschitz, em inglês
Gertrud assume a “total solidão em nome do amor”. O último filme de Carl Th. Dreyer, em que o cinema (como essa mulher, Gertrud), de forma única e irrepetível parece paralisar, cristalizar, deixando no interior das suas imagens todo o movimento, a força e o fogo da palavra. Um filme tão absoluto que só apetece dizer: “este sim, é o mais belo filme de todos os tempos”.