La Chatte À Deux Têtes | “Verdes Anos” (Carlos Paredes): Isabel Ruth | Ne Croyez Surtout Pas Que Je Hurle
LA CHATTE À DEUX TÊTES
de Jacques Nolot
com Vittoria Scognamiglio, Jacques Nolot, Sébastien Viala
França, 2002 – 84 min / legendado eletronicamente em português
“VERDES ANOS” (CARLOS PAREDES): ISABEL RUTH
Portugal, França, 1963 – 4 min
NE CROYEZ SURTOUT PAS QUE JE HURLE
de Frank Beauvais
França, 2019 – 75 min / legendado eletronicamente em português, with English subtitles
Duração total da projeção: 163 min / M/18
Uma sessão “tripla” sobre o poder sedutor das imagens. LA CHATTE À DEUX TÊTES decorre integralmente num cinema pornográfico no bairro de Pigalle, em Paris. Uma só mulher, na bilheteira, e vários homens, espectadores, circulantes, desejantes. Por entre olhares fugazes e tímidas carícias, desponta um romance, entre o projecionista e um homem de meia-idade, interpretado pelo próprio Jacques Nolot (recorde-se que Nolot realizou apenas quatro filmes, sendo mais conhecido como ator-fetiche de André Techiné, mas também de Vecchiali, Denis ou Ozon). Também NE CROYEZ SURTOUT PAS QUE JE HURLE é um filme assombrado pelas imagens. Sob a forma de um diário filmado, Frank Beauvais descreve o fim de uma relação amorosa: aos 45 anos descobre-se só, desempregado, sem carro e sem perspetivas. Em jeito de purga, fecha-se numa casa no campo, isola-se do mundo e vê mais de 400 filmes em seis meses. O resultado é um filme-ensaio sobre o cinema como forma de entender o mundo. Frank Beauvais foi consultor musical em ODETE de Rodrigues, mantendo uma amizade eletiva com a dupla depois do encontro com O FANTASMA no festival Entrevues de Belfort em França, quando aí era programador. Entre um filme e outro, uma raridade absoluta – a ser exibida pela primeira vez em Portugal. E além de raro, é também enigmático. “VERDES ANOS” corresponde a uma “canção filmada” para a francesa Pathé-Cinema, onde o famoso tema de Carlos Paredes é acompanhado por uma pequena ficção onde Isabel Ruth se enamora de um rapaz por entre as estreitas ruas do Regueirão do Anjos. Sabe-se que foi produzido por António da Cunha Telles e que terá sido rodado no final do ano de 1963 (já depois da rodagem de OS VERDES ANOS), mas não se sabe se terá sido Paulo Rocha a realizar. Uma preciosidade. Os três filmes são apresentados pela primeira vez na Cinemateca. LA CHATTE À DEUX TÊTES é exibido em nova cópia digital recentemente restaurada. “VERDES ANOS” é também exibido em cópia digital.
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