02/05/2025, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Director’s Cut

A Cinemateca com o Indielisboa
Diferente
de Luis María Delgado
com Alfredo Alaria, Manuel Monroy, Sandra Le Brocq, Manuel Barrio
Espanha, 1962 - 91 min
legendado eletronicamente em português e inglês | M/12
sessão com apresentação
Alfredo (Alfredo Alaría – a coincidência do nome demonstra bem a dimensão autorreflexiva do filme, já que além de protagonista, Alaría foi também coargumentista e responsável pelas coreografias do filme) é o filho “hedonista” e “excêntrico” de uma família rica e conservadora. O seu amor ao teatro e à dança leva-o a conviver com “más companhias”. O irmão mais novo e pai tudo fazem para pôr ordem no seu estilo de vida libertino, mas a boémia canta mais alto. DIFERENTE é um extravagante musical queer feito em plena Espanha franquista. Pejado de insinuações homoeróticas (por vezes muito pouco subtis), o filme tem como protagonista uma personagem ostensivamente gay cujo desejo é representado sem moralismos, e, ainda assim, conseguiu escapar à censura (“não lhe retiraram um único fotograma, nem um. O primeiro a sair do visionamento foi o Padre Benito que exclamou: ‘É o primeiro filme artístico que vi na vida!’,” recordou anos depois o realizador Luis María Delgado). O crítico e programador Olaf Möller, convidado pela revista Sight and Sound a escolher as melhores “pérolas escondidas” da história cinema descreveu-o como “um filme camp avant la lettre feito com um orçamento generoso. É de arregalar os olhos. É de fritar os miolos. É único. É um verdadeiro pioneiro.” Primeira apresentação na Cinemateca, a exibir em nova cópia digital.

A sessão repete no dia 5 às 19h30, na sala Luís de Pina.

consulte a FOLHA da CINEMATECA aqui

 
02/05/2025, 19h30 | Sala Luís de Pina
Director’s Cut

A Cinemateca com o Indielisboa
Iracema, Uma Transa Amazônica
de Jorge Bodanzky, Orlando Senna
com Edna de Cássia, Paulo César Pereio, Lúcio dos Santos, Conceição Senna, Elma Martins
Brasil, R. F. Alemanha, 1975 - 96 min
legendado em inglês | M/12
O projeto megalómano da Rodovia Transamazônica, que pretendia construir uma autoestrada de oito mil quilómetros que ligasse a costa atlântica (em João Pessoa) à fronteira com o Peru, foi levado a cabo durante a Ditadura Militar Brasileira e foi – naturalmente – deixado inacabado. A
dupla de realizadores Jorge Bodanzky e Orlando Senna encenam este filme semidocumental que acompanha duas personagens, um camionista que transporta a madeira resultante do desmatamento da floresta, e Iracema, uma jovem de 15 anos que, por necessidade, se entrega à prostituição. Bodanzky, jornalista de formação, fez uma reportagem sobre a situação de miséria e grilagem (ocupação ilegal das terras amazónicas para proveito comercial) e, com base no que testemunhou, encontrou financiamento alemão para produzir IRACEMA. Rodado em modo guerrilha, o filme contrariava a propaganda neocolonial do regime, pelo que seria proibido pela ditadura. Um marco essencial na história do cinema brasileiro, o filme é agora apresentado em nova cópia digital.

A sessão repete no dia 5 às 19h00, na sala M. Félix Ribeiro.

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03/05/2025, 19h30 | Sala Luís de Pina
Director’s Cut

A Cinemateca com o Indielisboa
Les Lévres Rouges
“Os Lábios Vermelhos”
de Harry Kümel
com Delphine Seyrig, John Karlen, Danielle Ouimet, Andrea Rau
Bélgica, França, R. F. Alemanha, 1971 - 108 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
A atriz, realizadora e ativista Delphine Seyrig, depois de trabalhar com Alain Resnais, William Klein, Margueritte Duras, Jacques Demy ou François Truffaut (e antes de se cruzar com Buñuel, Don Siegel e, claro, Chantal Akerman) participou num improvável filme de género assinado por um jovem cineasta belga (era apenas a sua segunda longa-metragem), de seu nome Harry Kümel. Partindo da lenda de Elizabeth Bathory, uma condessa húngara que terá assassinado jovens mulheres nos séculos XVI e XVII, o realizar transfere a ação para o presente, reinventado a condessa como uma vampira de apetites sáficos. Seyrig dá corpo a esta mulher. Rodado maioritariamente na pitoresca Bruges, durante a época baixa, a vila medieval e os hotéis vazios surgem como cenário para esta que é uma perversa história de libertação e empoderamento feminino. Primeira apresentação na Cinemateca, o filme será apresentado em nova cópia digital restaurada sob a supervisão do realizador.

A sessão repete no dia 10 às 21h30, na sala M. Félix Ribeiro

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05/05/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Director’s Cut

A Cinemateca com o Indielisboa
Iracema, Uma Transa Amazônica
de Jorge Bodanzky, Orlando Senna
com Edna de Cássia, Paulo César Pereio, Lúcio dos Santos, Conceição Senna, Elma Martins
Brasil, R. F. Alemanha, 1975 - 96 min
legendado em inglês | M/12
O projeto megalómano da Rodovia Transamazônica, que pretendia construir uma autoestrada de oito mil quilómetros que ligasse a costa atlântica (em João Pessoa) à fronteira com o Peru, foi levado a cabo durante a Ditadura Militar Brasileira e foi – naturalmente – deixado inacabado. A
dupla de realizadores Jorge Bodanzky e Orlando Senna encenam este filme semidocumental que acompanha duas personagens, um camionista que transporta a madeira resultante do desmatamento da floresta, e Iracema, uma jovem de 15 anos que, por necessidade, se entrega à prostituição. Bodanzky, jornalista de formação, fez uma reportagem sobre a situação de miséria e grilagem (ocupação ilegal das terras amazónicas para proveito comercial) e, com base no que testemunhou, encontrou financiamento alemão para produzir IRACEMA. Rodado em modo guerrilha, o filme contrariava a propaganda neocolonial do regime, pelo que seria proibido pela ditadura. Um marco essencial na história do cinema brasileiro, o filme é agora apresentado em nova cópia digital.

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05/05/2025, 19h30 | Sala Luís de Pina
Director’s Cut

A Cinemateca com o Indielisboa
Diferente
de Luis María Delgado
com Alfredo Alaria, Manuel Monroy, Sandra Le Brocq, Manuel Barrio
Espanha, 1962 - 91 min
legendado eletronicamente em português e inglês | M/12
Alfredo (Alfredo Alaría – a coincidência do nome demonstra bem a dimensão autorreflexiva do filme, já que além de protagonista, Alaría foi também coargumentista e responsável pelas coreografias do filme) é o filho “hedonista” e “excêntrico” de uma família rica e conservadora. O seu amor ao teatro e à dança leva-o a conviver com “más companhias”. O irmão mais novo e pai tudo fazem para pôr ordem no seu estilo de vida libertino, mas a boémia canta mais alto. DIFERENTE é um extravagante musical queer feito em plena Espanha franquista. Pejado de insinuações homoeróticas (por vezes muito pouco subtis), o filme tem como protagonista uma personagem ostensivamente gay cujo desejo é representado sem moralismos, e, ainda assim, conseguiu escapar à censura (“não lhe retiraram um único fotograma, nem um. O primeiro a sair do visionamento foi o Padre Benito que exclamou: ‘É o primeiro filme artístico que vi na vida!’,” recordou anos depois o realizador Luis María Delgado). O crítico e programador Olaf Möller, convidado pela revista Sight and Sound a escolher as melhores “pérolas escondidas” da história cinema descreveu-o como “um filme camp avant la lettre feito com um orçamento generoso. É de arregalar os olhos. É de fritar os miolos. É único. É um verdadeiro pioneiro.” Primeira apresentação na Cinemateca, a exibir em nova cópia digital.

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