03/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A última obra-prima de Mizoguchi, que morreu nesse mesmo ano, é um
gendai-geki, uma obra de tema contemporâneo, e uma história de prostitutas, como outros dos seus filmes e de tantos cineastas japoneses. AKASEN CHITAI (“a zona da linha vermelha”) concentra-se nas personagens de cinco mulheres que trabalham numa casa de uma rua de bordéis situada na histórica zona de prostituição em Tóquio. No contexto dos anos 1950 do pós-Guerra japonês, quando a lei (anti)prostituição, aprovada em 1956, estava a ser debatida no parlamento. A discussão participa do filme, no sentido alargado da devastação sócioeconómica que atinge as cinco mulheres: Hanae, Yumeko, Yorie, Yasumi e Mickey têm naturezas singulares e vivem realidades diferentes, partilhando aquele espaço de trabalho e a severidade das suas vidas. O humanismo é a marca do filme, em que não se vislumbra um laivo moralista. “Raras vezes o cinema nos terá dado figuras tão abstratas (recusa a qualquer psicologismo) com tanta carne, sexo e alma.” (João Bénard da Costa) A apresentar em cópia digital.
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