CICLO
Que Farei Eu com Esta Espada?


No antepenúltimo dos últimos meses dedicados ao programa com que celebramos ao longo de 2024 os 50 anos do 25 de Abril apresentamos a proposta de filmes para a Comunidade e Futuro, eixos que encerraremos em dezembro (alternando, em novembro, com os eixos Liberdade e Revolução).
 
COMUNIDADE
Em outubro, este núcleo de oito títulos em sete sessões distintas sobre a ideia de Comunidade concentra--se em “belas equipas” de pioneiros a desbravar território (STAGECOACH, Ford), trabalhadores em coletivo fraternal (LA BELLE ÉQUIPE, DuvivIer), trabalhadoras no pós-Guerra japonês (AKASEN CHITAI, Mizoguchi), mulheres-atrizes em reflexão sobre o seu trabalho (SOIS BELLE ET TAIS-TOI!, Seyrig); também no embate de um forasteiro com uma comunidade que lhe resiste (WILD RIVER, Kazan) ou na incursão de um viajante numa comunidade de afetos (O DIA EM QUE ELE CHEGA, Sang-soo); e no diálogo entre autores e filmes de movimentos ancestrais (“AS ESTAÇÕES”, Pelechian, e TRÁS-OS-MONTES, Reis e Cordeiro).

FUTURO
Na continuação do que havia sido a última edição do eixo, no passado mês de agosto, apresentam-se filmes em torno da ideia de “novos rumos”. São nove títulos (três deles curtos) unidos por uma dúvida: o que fazer com a liberdade? Em todos, um presidiário depara-se com a crueldade do mundo exterior e o fardo de uma pena impossível de cumprir na totalidade.

 
 
01/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Que Farei Eu com Esta Espada?

Stagecoach
A Cavalgada Heróica
de John Ford
Estados Unidos, 1939 - 95 min
 
02/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Que Farei Eu com Esta Espada?

Wild River
Quando o Rio se Enfurece
de Elia Kazan
Estados Unidos, 1960 - 110 min
02/10/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Que Farei Eu com Esta Espada?

Vremena Goda | Trás-Os-Montes
03/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Que Farei Eu com Esta Espada?

Akasen Chitai
A Rua da Vergonha
de Kenji Mizoguchi
Japão, 1956 - 85 min
04/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Que Farei Eu com Esta Espada?

La Belle Équipe
Uma Mulher que Não Vence
de Julien Duvivier
França, 1936 - 103 min
01/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Stagecoach
A Cavalgada Heróica
de John Ford
com John Wayne, Claire Trevor, George Bancroft, Thomas Mitchell, John Carradine, Andy Devine, Tim Holt
Estados Unidos, 1939 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Comunidade
Em 1939 nasce o western moderno pela mão de John Ford, estreando a paisagem que se tornará no símbolo do realizador e do género: Monument Valley. STAGECOACH segue a odisseia de um grupo humano, que é um microcosmos social, cruzando o deserto numa diligência, enfrentando os rigores da natureza e um espetacular ataque de índios no final. A primeira grande criação de John Wayne: Ringo. A apresentar em cópia digital.

consulte a FOLHA da CINEMATECA aqui
02/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Wild River
Quando o Rio se Enfurece
de Elia Kazan
com Montgomery Clift, Lee Remick, Jo Van Fleet, Bruce Dern
Estados Unidos, 1960 - 110 min
legendado em espanhol e eletronicamente em português | M/12
Comunidade
“Este filme devia simplesmente contar a minha história de amor com o New Deal, a minha história de amor com as regiões mais remotas deste país, eu queria dizer como os amava e como os admirava”, conta Kazan numa entrevista. O realizador parte de um velho conflito: a chegada do homem novo a uma sociedade que, antiga, lhe resiste. Muitos westerns se baseiam nisso. Mas esta epopeia moderna é a epopeia dolorosa do homem problemático. E o homem que surge aqui é um homem magoado. Montgomery Clift chegava depois do seu acidente, a sua personagem vem participar de um retrato do Sul dos Estados Unidos nos anos 1930, desencadeando uma reação por parte da comunidade que se une para reagir à construção de uma barragem que põe em risco o seu equilíbrio. “WILD RIVER é uma extraordinária ‘pintura’ de um tempo e de um lugar no momento em que se dá uma rutura com o passado.” (Luís Miguel Oliveira)

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02/10/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Vremena Goda | Trás-Os-Montes
Comunidade
VREMENA GODA
“As Estações”
de Artavazd Pelechian

URSS, 1972 – 29 min / sem diálogos
TRÁS-OS-MONTES
de António Reis, Margarida Cordeiro
com habitantes de Bragança e Miranda do Douro
Portugal, 1976 – 111 min

duração total da projeção: 140 min | M/12

“Pelechian parece só filmar gestos essenciais (primordiais) da integração do homem no cosmos. Ao mesmo tempo, produz sobre eles uma sistemática operação de desbanalização […]. O túnel que homens e animais atravessam nas ‘ESTAÇÕES’ é um túnel do tempo que nos atira para fora do tempo.” (José Manuel Costa) Juntos, António Reis e Margarida Cordeiro assinaram uma das mais singulares obras do cinema português, construída nos anos 1970/80 em TRÁS-OS-MONTES, ANA e ROSA DE AREIA. Sobre TRÁS-OS-MONTES, canto de amor a uma região e uma das obras máximas do cinema português, observou Fernando Lopes: “É talvez a primeira vez no cinema português que um filme estabelece uma síntese dialética ambiciosa quanto ao que os sociólogos chamam de cultura popular.”

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consulte a FOLHA de TRÁS-OS-MONTES aqui
 
03/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Akasen Chitai
A Rua da Vergonha
de Kenji Mizoguchi
com Machiko Kyo, Ayako Wakao, Aiko Mimasu
Japão, 1956 - 85 min
legendado em português | M/12
Comunidade
A última obra-prima de Mizoguchi, que morreu nesse mesmo ano, é um gendai-geki, uma obra de tema contemporâneo, e uma história de prostitutas, como outros dos seus filmes e de tantos cineastas japoneses. AKASEN CHITAI (“a zona da linha vermelha”) concentra-se nas personagens de cinco mulheres que trabalham numa casa de uma rua de bordéis situada na histórica zona de prostituição em Tóquio. No contexto dos anos 1950 do pós-Guerra japonês, quando a lei (anti)prostituição, aprovada em 1956, estava a ser debatida no parlamento. A discussão participa do filme, no sentido alargado da devastação sócioeconómica que atinge as cinco mulheres: Hanae, Yumeko, Yorie, Yasumi e Mickey têm naturezas singulares e vivem realidades diferentes, partilhando aquele espaço de trabalho e a severidade das suas vidas. O humanismo é a marca do filme, em que não se vislumbra um laivo moralista. “Raras vezes o cinema nos terá dado figuras tão abstratas (recusa a qualquer psicologismo) com tanta carne, sexo e alma.” (João Bénard da Costa) A apresentar em cópia digital.

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04/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
La Belle Équipe
Uma Mulher que Não Vence
de Julien Duvivier
com Jean Gabin, Charles Vanel, Raymond Aimos, Viviane Romance, Micheline Cheirel
França, 1936 - 103 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Comunidade
Nome maior do “Realismo Poético”, Julien Duvivier assinava em 1936 um dos grandes sucessos populares à época, muito devido ao carisma de Jean Gabin, ator que acabou por rodar sete vezes sob a batuta deste mesmo cineasta, a quem ficou a dever porventura o seu papel mais marcante, como o anti-herói de PÉPÉ LE MOKO. O motor da narrativa – argumento coescrito por Charles Spaak – é a amizade masculina tornada parceria e negócio. A sorte de cinco homens pobres e em apuros muda quando lhes sai a sorte grande na lotaria. A “bela equipa” junta-se e investe na criação de um gigantesco bar popular (guinguette), apostando na ideia de um coletivo de trabalho que será perturbada com a entrada em cena de uma mulher (Viviane Romance). Um belo filme. A apresentar em cópia digital.

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