CICLO
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?


Prosseguimos o programa lançado em janeiro e que acompanhará todo o ano de 2024 e as comemorações pela Cinemateca dos 50 anos do 25 de Abril com mais uma vintena de filmes divididos pelos quatro eixos temáticos desta celebração: Liberdade, Revolução, Comunidade e Futuro. 
 
 Liberdade
A Liberdade é da vanguarda de Jean Vigo e a da luz do Pacífico aos olhos de Murnau; tem o olhar de John Ford, num filme sonhado que a uns fez pensar em Renoir, a outros em Ozu; questiona a acidez da fábula criada do encontro entre Roberto Rossellini e Totò; toma a forma da resistência numa outra fábula, deste século XXI, por Otar Iosseliani, também presente na Comunidade, intersetando as “quatro vistas” programadas em sua memória.
 
Revolução
A evocação da revolução e das ideias revolucionárias segue com mais cinco filmes: a Revolução Francesa segundo Renoir (LA MARSEILLAISE), as aventuras de um intelectual europeu no México pós-revolucionário (QUE VIVA MEXICO!), as lutas laborais, e sua repressão, nos Estados Unidos (MATEWAN), a chegada da revolução sexual à classe média (BOB & CAROL & TED & ALICE), e as memórias da Revolução Cultural chinesa em ...ATÉ TOCAR O AZUL DO MAR.
 
Comunidade
No eixo Comunidade saúda-se o plural: os filmes de fevereiro trazem comunidades migrantes, microcosmos de bairro, em Nova Iorque ou em Tóquio, famílias-comunidade, comunidades artísticas. Dito de outra maneira, cinema pioneiro, clássico, moderno, de quatro cantos do mundo.
 
Futuro
A obra-prima de Spike Lee, realizada no rescaldo do ataque às Torres Gémeas, em 11 de Setembro de 2001, lança o mote para este momento específico do eixo Futuro: como projetar ou dar a sentir o tempo que ainda não foi? O que é que a “vigésima quinta hora” nos reserva? O que é que de passado tem o futuro?
 
15/02/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?

Zui Hao De Shi Guang
Três Tempos
de Hou Hsiao-Hsien
França, Taiwan, 2005 - 134 min
 
15/02/2024, 18h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo 50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?

Lost, Lost, Lost
de Jonas Mekas
Estados Unidos, 1976 - 178 min
16/02/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?

Pastorali
Pastoral
de Otar Iosseliani
Geórgia, 1975 - 98 min
16/02/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?

25th Hour
A Última Hora
de Spike Lee
Estados Unidos, 2002 - 135 min
17/02/2024, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?

Intolerance
Intolerância
de D.W. Griffith
Estados Unidos, 1916 - 164 min
15/02/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
Zui Hao De Shi Guang
Três Tempos
de Hou Hsiao-Hsien
com Qi Shu, Chen Chang, Fang Mei, Shu-Chen Liao
França, Taiwan, 2005 - 134 min
legendado em português | M/12
Futuro
Três histórias de amor, três períodos – 1966, 1911 e 2005 – e dois atores, Qi Shu e Chen Chang, interpretando os protagonistas. O filme é na sua integralidade do grande realizador taiwanês Hou Hsiao-Hsien, um “mestre do tempo”, como lhe chamou J. Hoberman, que aqui reflete sobre a comunicação ou falta dela na relação entre homem e mulher. A mais surpreendente é a história do meio, “Um Tempo para a Liberdade”, encenada como se fosse um filme mudo, usando-se intertítulos em vez de diálogos falados. Mas o último episódio, “Um Tempo para a Juventude”, “tem talvez a proposição política mais complexa, (...) porque resulta muito mais ambígua (mas também muito mais, digamos, esperançosa, mesmo que a contrario) a ideia de oferecer o tempo da época contemporânea ao tempo da juventude” (Luís Miguel Oliveira).

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15/02/2024, 18h00 | Sala Luís de Pina
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
Lost, Lost, Lost
de Jonas Mekas
Estados Unidos, 1976 - 178 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Comunidade
O diário filmado com o qual o lituano Jonas Mekas (1922-2019) documenta os anos 1949-1963 conta as histórias de desapego e pertença que acompanharam a sua chegada aos EUA, e a vida de exílio que aí levou, ao lado do irmão Adolfas, integrando-se na comunidade artística da baixa de Nova Iorque das décadas de 1950 e 60. “Lido, nestas seis bobines, com um período de desespero, de tentativas desesperadas para lançar raízes em terra nova, de construir novas memórias. Nestas dolorosas seis bobines tentei sinalizar qual é a sensação de alguém no exílio, tal como a senti nesses anos. Descrevem o estado de espírito de uma Pessoa Deslocada que ainda não esqueceu o seu país de origem, mas que ainda não conquistou um novo país. A sexta bobine é uma bobine de transição em que começamos a ver alguma descontração, em que eu comecei a vislumbrar momentos de felicidade. A nova vida começa…” (Jonas Mekas). Primeira apresentação na Cinemateca.

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16/02/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
Pastorali
Pastoral
de Otar Iosseliani
com Rezo Charkhalashvili, Lia Tokhadze-Giugheli, Marina Kartsivadze, Támara Gabarashvili
Geórgia, 1975 - 98 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Comunidade

Também programado em “Quatro Vistas de Otar Iosseliani
Do período georgiano de Otar Iosseliani e antecedendo a inflexão francesa da sua filmografia, PASTORAL é a sua terceira longa-metragem e a última soviética, após “FOLHAS CAÍDAS” e “ERA UMA VEZ UM MELRO CANTOR” (1966/70). Polifónico, musical no sentido da anterior curta “VELHAS CANÇÕES GEORGIANAS” (1969), constrói-se à volta da vida quotidiana numa aldeia remota da Geórgia, onde a dado passo se instala um grupo de músicos para ensaiar um quarteto. “O filme de Iosseliani tem qualquer coisa de projeto etnológico; demolindo a velha ideia de contar uma história, conta mais histórias do que aquelas que o cinema contemporâneo contém, e multiplica-as pela força documental, ou seja, dirige-se ao espectador de amanhã” (Bernard Eisenschitz). A apresentar em cópia digital.

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16/02/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
25th Hour
A Última Hora
de Spike Lee
com Edward Norton, Philip Seymour Hoffman, Barry Pepper, Rosario Dawson, Anna Paquin, Brian Cox
Estados Unidos, 2002 - 135 min
legendado em português | M/12
Futuro
Talvez o melhor filme de Spike Lee, adaptado do romance de David Benioff, 25TH HOUR conta-nos as 24 horas de um dealer condenado a uma pena de cadeia, que antecedem a sua entrada na prisão. Uma espécie de despedida de uma forma de vida e dos amigos, um ajuste de contas consigo próprio e o medo de um futuro incerto. Sobre o seu comovente desenlace, escreveu Luís Miguel Oliveira na respetiva Folha de Sala: “nesse final (imaginado? Sonhado? Antecipado? Retrospetivado?) aponta-se para uma resolução do conflito central do filme de Spike Lee: a vigésima quinta hora é exatamente isso, uma hora a mais, um privilégio – a hipótese de recomeçar outra vez”. A exibir em cópia digital.

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17/02/2024, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
Intolerance
Intolerância
de D.W. Griffith
com Lillian Gish, Mae Marsh, Robert Harron, Howard Gaye, Margery Wilson, Constance Talmadge
Estados Unidos, 1916 - 164 min
mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/6
Futuro
Filmado como resposta aos que acusavam o reacionarismo do anterior THE BIRTH OF A NATION, INTOLERANCE foi a todos os níveis um desafio para Griffith, ficando para a história do cinema como um dos seus títulos maiores. Partindo da ideia de uma história contemporânea (“The Mother and the Law”, que foi também o título de trabalho do filme), o projeto evoluiu para uma ambiciosa narrativa em quatro andamentos: quatro histórias que decorrem em épocas diferentes (episódio moderno; episódio bíblico; episódio medieval e episódio babilónico), intercalam-se e progridem ao mesmo nível até atingirem o clímax. Além da complexidade narrativa, das experiências e inovações ao nível das filmagens, os grandiosos cenários marcaram todo o cinema de reconstituição histórica do futuro. A exibir em cópia digital e na versão musicada por Carl Davis.

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