CICLO
Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo


No contexto da intensa atividade de digitalização de filmes portugueses da época analógica atualmente em curso (na maior parte com suporte do PRR-Plano de Recuperação e Resiliência, mas também no âmbito do projecto FILMar /EEAGrants, antes iniciado), a Cinemateca tem incrementado a sua presença em outros locais do território nacional, dando a conhecer património e dialogando sobre o potencial de difusão gerado por estes novos suportes. Em particular, o projeto FILMar tem desenvolvido, desde 2021, uma programação intensa e diversificada em parceria com festivais, museus, cineclubes e outras entidades culturais, tanto nacional como internacionalmente. Agora, complementando e generalizando o que está a ser feito nessa área específica, e acompanhando o decorrer dos trabalhos de digitalização feitos no quadro PRR, lançamos o IMAGENS EM MOVIMENTO, um projeto de disseminação e ativação cultural que apoiará iniciativas locais de programação de cinema português, a decorrer entre 2023 e 2024, em todo o país, cultivando sementes para uma relação continuada entre este património e as comunidades.
Os contornos gerais da iniciativa serão divulgados no início desta sessão, na qual exibiremos a cópia digital de ROSA DE AREIA, derradeiro filme da dupla António Reis/Margarida Cordeiro, que nunca chegou a ter distribuição comercial no país, e que teve antestreia na Cinemateca, há 34 anos, a 10 de outubro de 1989.
 
 
30/10/2023, 18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo

Cerimónia de entrega de Medalhas de Mérito Cultural na Área do Cinema
90 min
 
30/10/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo

Rosa de Areia
de António Reis, Margarida Cordeiro
Portugal, 1989 - 88 min | M/12
30/10/2023, 18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo
Cerimónia de entrega de Medalhas de Mérito Cultural na Área do Cinema
90 min
Entrada livre mediante levantamento de bilhete 60 minutos antes da sessão
A Sala M. Félix Ribeiro da Cinemateca Portuguesa é palco de uma sessão pública que premiará um conjunto de seis profissionais que se distinguiram pelo seu contributo para a história do cinema português, numa iniciativa proposta pelo Governo de Portugal através do Ministério da Cultura. Os nomes galardoados serão: Acácio de Almeida, António da Cunha Telles, Isabel Ruth, Manuel Faria de Almeida, Manuela de Freitas e Margarida Cordeiro.
 
30/10/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo
Rosa de Areia
de António Reis, Margarida Cordeiro
com Ana Umbelina, Balbina Ferro, Cristina de Jesus, Lia Nascimento, António Reis, Artur Semedo, Fernando Lopes, Constança Capdeville
Portugal, 1989 - 88 min | M/12
Para uns sinal de uma possível inflexão, para outros aprofundamento e apogeu da curta obra de Reis ou do par Reis/Cordeiro, ROSA DE AREIA pode bem ser exemplo do potencial de redescoberta que muito cinema português encerra. Se a história da receção deste filme não foi muito diferente do que aconteceu com os títulos precedentes dos mesmos autores, o seu destino a prazo foi certamente mais ingrato, com essa exclusão do circuito de distribuição e o olvido que sobre ele foi caindo. A obra é uma peregrinação por Portugal, como lugar de mito e como lugar mítico, peregrinação também entre o “crepúsculo inicial da História” e a “aurora final”, num círculo que é, como a rosa de areia, uma das metáforas mais constantes dela. Denotando, em múltiplos momentos, o fulgor instintivo das obras anteriores, este foi o gesto cinematográfico mais extremo da dupla, em que todos os elos (por ocasionais ou ilusórios que fossem) de uma ordem narrativa e de significação tradicional eram à partida eliminados, para se ir ainda mais longe no trabalho das formas e nas relações-oposições de sentido que no seu seio se desenvolviam. João Bénard da Costa falou dele como “um filme sobre o ar e os sonhos, as flores e as árvores, o fogo e pedra, o céu e a montanha, a luz e o som”, e não hesitou em chamar-lhe “uma das grandes obras fundadoras e fundamentais que o cinema já nos deu”. Estando (como toda a obra dos autores e como a generalidade do cinema português analógico) preservado no suporte de 35mm original, é agora exibido, tendo em conta o contexto em questão, em cópia digital.

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