CICLO
FILMar - Dia Nacional do Mar


Desde fevereiro de 2020 que a Cinemateca Portuguesa, através do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento e com o apoio do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Financeiro Europeu EEAGrants, é responsável pelo projeto FILMar, que tem como missão a preservação, digitalização e divulgação de património fílmico português relacionado com o mar. 
Na data em que se assinala o Dia Nacional do Mar – que Portugal celebra desde 1997, prosseguindo os objetivos da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1994) –, reafirmamos a intenção de, no decurso de um programa que se estenderá até 2024, trabalharmos filmes e desenvolvermos contextos de apresentação que procedam a um exercício de releitura e contextualização do mar enquanto personagem e cenário no cinema português. Os filmes apresentados nesta sessão, mas também aqueles que em outubro mostrámos no DocLisboa, ou em dezembro mostraremos em diálogo com o programa O Dia Mais Curto, são exemplos distintos de como é necessário pensar o legado fílmico não apenas na sua dimensão técnica e arquivística, mas também atendendo aos modos de constituição de uma análise do cinema enquanto matéria de interpretação social, cultural, política, antropológica e científica. Nesse sentido, as sessões que acontecerão ao longo do programa, nas salas da Cinemateca ou em parceria com festivais (como a sessão do dia 20 de novembro, onde o filme MARIA DO MAR, de Leitão de Barros, abrirá a 8ª edição do Porto/Post/Doc, no Teatro Municipal do Porto), cineclubes, museus e cineteatros, são a dimensão pública, e mais mediática, de um projeto que contempla uma dimensão arquivística, laboratorial e técnica fundamentais para o conhecimento, e reconhecimento do papel que o mar teve ao longo da história do cinema em Portugal.
Esta sessão decorre no âmbito do programa FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do programa EEAGrants 2020-2024.
 
 
16/11/2021, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo FILMar - Dia Nacional do Mar

A Entrega do Contra-Torpedeiro Douro ao Governo na Presença de Navios de Guerra Alemães e Ingleses | Eram Duzentos Irmãos
duração total da projeção: 105 min | M/12
 
16/11/2021, 19h30 | Sala Luís de Pina
FILMar - Dia Nacional do Mar
A Entrega do Contra-Torpedeiro Douro ao Governo na Presença de Navios de Guerra Alemães e Ingleses | Eram Duzentos Irmãos
duração total da projeção: 105 min | M/12
sessão com apresentação
A ENTREGA DO CONTRA-TORPEDEIRO DOURO AO GOVERNO NA PRESENÇA DE NAVIOS DE GUERRA ALEMÃES E INGLESES 
de Salazar Diniz
Portugal, 1936 - 5 min

ERAM DUZENTOS IRMÃOS
de Armando Vieira Pinto
com Silva Araújo, Manoela Arriegas, Alves da Costa, Aida de Aguiar, Ruy de Carvalho
Portugal, 1952 – 100 min

A presença do mar no cinema português teve, durante o decurso do Estado Novo, contornos de reforço da identidade nacional, sustentada não só na descrição do povo enquanto entidade humilde e trabalhadora, mas também na nobreza da marinha enquanto exemplo maior da participação no cumprimento do desígnio que o mar representa como destino do país. ERAM DUZENTOS IRMÃOS, atribulado filme na sua realização mas filme que marcaria uma nova forma de pensar o cinema enquanto tentativa de indústria, demonstra como o regime, sabendo-o, usou o cinema popular para demonstrar, entre ficção e falso documentário, o papel que a Marinha podia ter na ascensão social. A rocambolesca história de amores e bravura protagonizada por um naipe de atores vindos do teatro conhecidos do grande público, servia de mensagem para demonstrar como a marinha era o lugar onde os rapazes se tornavam valentes garantes do bem da nação. A sessão é completada com a exibição de uma curta que demonstra a tentativa de constituição de Portugal enquanto entidade de relevo na marinha de guerra, pensada para demonstrar, ainda, a eficácia e modernismo da frota naval num entre-guerras onde Portugal jogava um papel de agente que procurava inscrever-se na gestão militar dos mares.  A sessão, realizada em colaboração com o Museu Nacional do Teatro e da Dança, será apresentada pelo investigador Paulo Baptista, que refletirá sobre as relações entre imagem e interpretação, a partir da presença dos atores e do seu impacto junto do público, face aos temas que os filmes propunham.
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