CICLO
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir


2021 é, na Cinemateca, tempo de Film noir. Em junho último, um primeiro momento do programa concentrou-se “No coração do noir”, ou seja, no fulcro do cinema clássico dos anos 1940 e 50 que, em grandes produções e na série B dos estúdios de Hollywood, variou sobre sombras expressionistas projetando as angústias da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra. O que em novembro se propõe é uma viagem cronologicamente balizada entre 1947 e 1967 por um núcleo de títulos atraídos pelo noir nas cinematografias francesa, britânica e japonesa, que estiveram particularmente atentas ao subtexto e ao estilo de Hollywood, e uma incursão no noir das filmografias norueguesa e sul-coreana: DØDEN ER ET KJÆRTEGN / “A MORTE É UMA CARÍCIA” de Edith Carlmar e JIOKHWA / “UMA FLOR NO INFERNO” de Shin Sang-ok são dois dos filmes programados a apresentar pela primeira vez na Cinemateca. O programa alinha na perspetiva da redescoberta apontando a territórios férteis e a merecer exploração localizada, como o policial japonês.
 
 
15/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Du Rififi Chez les Hommes
Rififi
de Jules Dassin
França, 1954 - 118 min
 
15/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Le Désordre et la Nuit
de Gilles Grangier
França, 1958 - 94 min
16/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Rafles sur la Ville
de Pierre Chenal
França, 1958 - 82 min
17/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Jiokhwa
“Uma Flor no Inferno”
de Shin Sang-ok
República da Coreia, 1958 - 86 min
17/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Voici le Temps des Assassins
Um Caso Diabólico
de Julien Duvivier
França, 1956 - 114 min
15/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Du Rififi Chez les Hommes
Rififi
de Jules Dassin
com Jean Servais, Carl Möhner, Robert Manuel, Jules Dassin, Magali Noël, Claude Sylvain
França, 1954 - 118 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Primeiro título da fase francesa de Jules Dassin, a segunda da sua filmografia iniciada na série B em Hollywood, de onde foi forçado a exilar-se no MaCarthismo, e que teria um terceiro momento na Grécia (onde filmou o seu preferido CELUI QUI DOIT MOURRIR, 1957), DU RIFIFI é o seu filme mais popular. Foi distinguido em Cannes (melhor realização), teve uma receção calorosa, e é um título influente dos anos 1950 franceses. No rasto noir do cinema americano de Dassin, adapta um romance “Série noire” de Auguste Le Breton, com Jean Servais no papel de um bandido envelhecido, chefe do gangue solidário que assalta uma ourivesaria numa sequência exemplar, longa e silenciosa, uma lição de cinema. Foi a passagem no livro que convenceu Dassin a realizar o filme, fechado com uma nova assombrosa sequência, uma corrida de automóvel contra a morte. A aspereza sóbria da narrativa, a tonalidade cinzenta da fotografia, o aproveitamento dos cenários naturais de Paris são elementos decisivos do filme, um grande noir “estruturado como uma tragédia clássica”, notou Truffaut. A exibir em cópia digital.

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15/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Le Désordre et la Nuit
de Gilles Grangier
com Jean Gabin, Nadja Tiller, Danielle Darrieux, Roger Hanin
França, 1958 - 94 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Defendido por Bertrand Tavernier como “um padrão de excelência do noir em França”, um filme de grande tensão em que o segredo é constante e a candura omnipresente, LE DÉSORDRE ET LA NUIT resulta de nova colaboração entre Grangier, o argumentista Michel Audiard (a partir do romance de Jacques Robert) e Jean Gabin. Num papel insólito, este último encarna um inspetor de polícia algo fatigado que se apaixona por uma rapariga toxicodependente muito mais nova (Nadja Tiller) no curso da investigação de um crime, em que também conhece a farmacêutica interpretada por Darrieux. Um filme noturno, “uma história simples que vai ao limite, um filme que parece respeitar todas as regras a todas transgredindo”, “é um verdadeiro noir, um dos mais secretos, porventura um dos mais belos” (Alain Corneau). Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

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16/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Rafles sur la Ville
de Pierre Chenal
com Charles Vanel, Bella Darvi, Michel Piccoli, Marcel Mouloudji
França, 1958 - 82 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Realizado entre França (a partir dos anos 1930), a Argentina e o Chile (na década seguinte), o trabalho de Pierre Chenal (1904-1990) foi relegado a um plano menor, embora ocupe um lugar importante e os seus filmes mereçam a redescoberta. Foi dele, por exemplo, a primeira adaptação de O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes (LE DERNIER TOURNANT, 1939). Escrito e realizado a partir do romance de Auguste Le Breton, RAFLES SUR LA VILLE é um título importante da filmografia policial noir dos anos 1950, defendido na época pelo jovem crítico Jean-Luc Godard. Talvez venha daqui o seu apreço por Piccoli, que filmaria em LE MÉPRIS (no papel de um outro Paul, nome da personagem do inspetor Vardier de Chenal); certo é que o final protagonizado pelo então jovem ator lembra o explosivo desfecho de PIERROT LE FOU. A representação implacável da violência, as interpretações de Charles Vanel e Michel Piccoli, a partitura de Michel Legrand fazem parte do fascínio do filme, movido pela intriga criminal, vingança, traições. Primeira apresentação na Cinemateca.

Consulte a folha da Cinemateca.
17/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Jiokhwa
“Uma Flor no Inferno”
de Shin Sang-ok
com Choi Eun-hee, Kim Hak, Jo Hae-won, Kang Sun-hee
República da Coreia, 1958 - 86 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Um clássico de Shin Sang-ok (1926-2006), produtor e realizador tido por figura de proa do cinema sul-coreano dos anos 1950/60, com a atriz Choi Eun-hee (1926-2018), estrela muito popular nas décadas de 1960/70, que aqui interpreta a fabulosa personagem da prostituta que ganha a vida com os yankees da base militar de Seul e deita a perder o destino de dois irmãos no pós--guerra da Coreia. O retrato da pobreza, da corrupção da sociedade sul-coreana dos anos 1950, conjuga-se com um enredo de perdição de fundo erótico em que o pendor realista, o melodrama e o imaginário noir americano confluem poderosamente. As sequências finais com um assalto a um comboio e o confronto enlameado dos três protagonistas num terreno pantanoso são um portento. Shin Sang-ok e Choi Eun-hee tornaram-se conhecidos internacionalmente pela rocambolesca história do rapto de que foram alvo pela Coreia do Norte para os forçar a fazer filmes durante cerca de dez anos sob a alçada de Kim Jong-il, até conseguirem asilo político numa embaixada dos EUA em 1986. Primeira apresentação na Cinemateca.
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17/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Voici le Temps des Assassins
Um Caso Diabólico
de Julien Duvivier
com Jean Gabin, Danièle Delorme, Gérard Blain, Lucienne Bogaert, Germaine Kerjean
França, 1956 - 114 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O título vem de Rimbaud (Iluminações), a história passa--se nos Halles parisienses, onde o filme foi parcialmente rodado com Gabin no papel de um dono de restaurante, bom cozinheiro de bom coração, que se dispõe a ser manipulado por uma rapariga que se lhe apresenta como a órfã da ex-mulher. O maquiavelismo da rapariga, magnífica composição da jovem Danièle Delorme, põe em marcha o universo negro do filme (fotografia de Armand Thirard) mergulhado numa sordidez que vai infiltrando o naturalismo envolvente do drama e ampliando o seu raio. Truffaut considerava-o o melhor dos filmes de Duvivier, que em 1956 recebeu como uma surpresa: “É [o Duviver] em que todos os elementos – argumento, mise-en-scène, interpretação, fotografia, música, etc. – permitem sentir o controlo de um cineasta que atingiu a confiança total em si mesmo e no seu ofício.”

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