CICLO
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso


Para esta terceira e última parte do Ciclo que desde o princípio do ano nos guiou pelos caminhos da comédia – ironia não programada: que tenhamos escolhido tal tema para este ano de 2020... - afastamo-nos do “género” e aproximamo-nos do fenómeno que lhe está mais diretamente associado: o riso. É costume, e é toda a razão de ser do género cómico, que seja a plateia a rir-se do que acontece no ecrã. Alguns intérpretes fundamentais da comédia cinematográfica levaram ao extremo este princípio de evitar dar a ver o riso no ecrã – como Buster Keaton, o “homem que nunca ria”. O ponto de partida do último tomo deste Ciclo é uma interrogação: o que acontece no cinema quando é no ecrã que o riso se instala? Como é que, e para que é que, o cinema figurou o riso? Um princípio de resposta global a estas perguntas parte da constatação de que o riso – o espetáculo do riso – raramente dá vontade de rir, e é um fenómeno perfeitamente dissociável da comédia (da comédia enquanto género cinematográfico, talvez não tanto da “comédia” enquanto categoria narrativa). Mais: o espetáculo do riso é frequentemente algo de inquietante, cruel, obsceno, violento, como o manifestam a quantidade de vilões sorridentes que a história do cinema contém, e de que este Ciclo aproveita alguns dos mais significativos. Noutros casos, o riso é uma espécie de regresso à humanidade, manifestação de uma característica exclusiva da condição humana, em parte definidora (vê-se isso muito bem no NINOTCHKA de Lubitsch, mas também na forma como Cassavetes filmava o riso dos seus atores – aliás, como FACES mostra, o riso pode ser “performance”, “trabalho” de ator). Nesta coleção de risos, esgares e gargalhadas que apresentamos em dezembro os sentidos podem ser muitos, mas há, em quase todos os casos, uma “desconexão” entre causa e efeito. Como escreveu Georges Bataille: “rir do universo libertou-me. Recuso toda a tradução intelectual deste riso, porque isso seria o princípio da minha escravidão”.
 
 
15/12/2020, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso

Don’t Look Now
Aquele Inverno em Veneza
de Nicolas Roeg
Reino Unido, Itália, 1973 - 110 min
 
16/12/2020, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso

Chimes at Midnight
As Badaladas da Meia-Noite
de Orson Welles
Espanha/Suíça, 1966 - 113 min
18/12/2020, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso

The Shining
Shining
de Stanley Kubrick
Estados Unidos, 1980 - 143 min
21/12/2020, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso

Don’t Look Now
Aquele Inverno em Veneza
de Nicolas Roeg
Reino Unido, Itália, 1973 - 110 min
22/12/2020, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso

The Wizard of Oz
O Feiticeiro de Oz
de Victor Fleming
Estados Unidos, 1939 - 101 min
15/12/2020, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso
Don’t Look Now
Aquele Inverno em Veneza
de Nicolas Roeg
com Donald Sutherland, Julie Christie, Hilary Mason, Clelia Matania, Massimo Serato, Leopoldo Trieste
Reino Unido, Itália, 1973 - 110 min
legendado eletronicamente em português| M/12
O conto que o argumento adapta é de Daphne du Maurier. Lidando com a morte e o luto, o filme é um thriller, protagonizado por um casal que viaja para Veneza depois da morte acidental de uma filha e aí se instala durante um inverno em que conhece duas irmãs cujo carácter sinistro vai interferir com a sua vida. Estruturado em flashbacks e flashforwards, DON’T LOOK NOW é um título de culto da filmografia do terror nos meandros do oculto. Outro exemplo, bastante convincente, das relações entre o cinema de horror e o riso como causador de medo. A exibir em versão digital.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
16/12/2020, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso
Chimes at Midnight
As Badaladas da Meia-Noite
de Orson Welles
com Orson Welles, Jeanne Moreau, Margaret Rutherford, John Gielgud, Marina Vlady, Keith Baxter
Espanha/Suíça, 1966 - 113 min
legendado em português | M/12
Utilizando uma personagem de várias peças, Sir John Falstaff, companheiro de folia da juventude de Henrique IV, a terceira adaptação de Shakespeare por Orson Welles, é um dos filmes que melhor capta o espírito da obra do grande dramaturgo. Trata-se de uma história de amizade traída em nome dos interesses do Estado, com uma das maiores cenas de batalha jamais filmadas, onde a fúria dá lugar ao cansaço e o sangue se mistura com a lama. Num Ciclo destes, não podia faltar a gargalhada “telúrica” de Orson Welles, gargalhada em sentido próprio, figurado, e “filosófico”.

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18/12/2020, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso
The Shining
Shining
de Stanley Kubrick
com Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers, Barry Nelson
Estados Unidos, 1980 - 143 min
legendado eletronicamente em português | M/16
A partir de um romance de Stephen King, Kubrick encenou uma das mais eficazes fábulas de horror: um escritor em crise de inspiração aceita o lugar de zelador de um hotel numa montanha, encerrado durante o inverno, e para lá se desloca com a mulher e o filho. Aí vai ser alvo de alucinações que o levam à loucura assassina virando-se contra a própria família. O riso de Jack Nicholson e da sua personagem tresloucada tornaram-se lendários, arquétipo do “horror que ri”. A exibir em versão digital.

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21/12/2020, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso
Don’t Look Now
Aquele Inverno em Veneza
de Nicolas Roeg
com Donald Sutherland, Julie Christie, Hilary Mason, Clelia Matania, Massimo Serato, Leopoldo Trieste
Reino Unido, Itália, 1973 - 110 min
legendado eletronicamente em português| M/12
O conto que o argumento adapta é de Daphne du Maurier. Lidando com a morte e o luto, o filme é um thriller, protagonizado por um casal que viaja para Veneza depois da morte acidental de uma filha e aí se instala durante um inverno em que conhece duas irmãs cujo carácter sinistro vai interferir com a sua vida. Estruturado em flashbacks e flashforwards, DON’T LOOK NOW é um título de culto da filmografia do terror nos meandros do oculto. Outro exemplo, bastante convincente, das relações entre o cinema de horror e o riso como causador de medo. A exibir em versão digital.

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22/12/2020, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros – A Comédia (Parte III): O Riso
The Wizard of Oz
O Feiticeiro de Oz
de Victor Fleming
com Judy Garland, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Frank Morgan, Margaret Hamilton
Estados Unidos, 1939 - 101 min
legendado em português| M/6
A viagem pela estrada de tijolos amarelos até à cidade de Esmeralda é a mais transparente metáfora de Hollywood e foi também o início da caminhada para a glória de Judy Garland, que ganhou um Oscar especial. Premiada foi também a canção que se tornou o "leit motiv" da vida de Judy, Over the Rainbow, que culmina a sequência de abertura, a preto e branco, dirigida por King Vidor. O riso da feiticeira trouxe pesadelos a várias gerações de crianças.

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