09/07/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Noite
Irma la Douce
Irma la Douce
de Billy Wilder
com Shirley MacLaine, Jack Lemmon, Lou Jacobi
Estados Unidos, 1963 - 142 min
legendado em português | M/12
Proibido em Portugal até ao 25 de abril, IRMA LA DOUCE foi também um “caso” no seu país de origem. Apesar de já se estar em 1963 e de a censura andar a ser “batida” aos pontos por realizadores rebeldes, a forma como se representaram as prostitutas a trabalhar, sem eufemismos para a profissão, foi considerada demasiada audaciosa. Mas todo o filme joga tanto com o que é mostrado como com o que é elidido no extraordinário bairro parisiense dos Halles reproduzido em estúdio por Alexander Trauner. IRMA LA DOUCE, uma das mais divertidas, irreverentes e provocantes comédias de Wilder, foi outro “prego” no caixão do código de censura, com Shirley MacLaine como prostituta, num dos papéis da sua vida, e Jack Lemmon inesquecível na figura do polícia-chulo que tem ciúmes de si mesmo. Os turnos e a exaustão noturnos da personagem masculina, que se desdobra num enigma clandestino, não são menos cintilantes.
09/07/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Noite
The Very Eye of Night | Daïnah la Métisse
duração total da projeção: 65 min | M/12
THE VERY EYE OF NIGHT
de Maya Deren
Estados Unidos, 1959 – 15 min / sem diálogos
DAÏNAH LA MÉTISSE
de Jean Grémillon
com Laurence Clavius, Charles Vanel, Habib Benglia
França, 1931 – 50 min / legendado eletronicamente em português
THE VERY EYE OF NIGHT é um ponto alto do cinema vanguardista de Maya Deren, que o estimava particularmente, e um filme que permanece relativamente secreto – “Um ballet da noite”: num fundo de noite estrelada, flutuam bailarinos que lembram figuras gregas em etéreas “imagens negativas”. Realizado entre 1952 e 1955, em colaboração com o coreógrafo Antony Tudor, e distribuído em 1959, quando foi lhe acrescentada a banda musical de Teiji Ito, é o último filme acabado de Deren. O notável Jean Grémillon foi um “realizador maldito” e um dos mais malditos dos seus filmes foi DAÏNAH LA MÉTISSE, que à época foi remontado contra a sua vontade e encurtado em quase meia hora, ficando truncado para sempre. Ainda assim, o que sobrou forma um filme extraordinário, todo ele passado a bordo de um luxuoso transatlântico, cujos elegantes protagonistas são um casal negro e em que a sequência de um insólito baile de máscaras destila o hipnotismo ilusionista que marca o filme. Daïnah, único papel no cinema de Laurence Clavius, é a perturbadora mulher que sucumbe ao próprio poder de sedução erótica.
10/07/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Noite
Collateral
Colateral
de Michael Mann
com Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo
Estados Unidos, 2004 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Um taxista (Jamie Foxx) vê-se envolvido com um assassino (Tom Cruise), que aluga o seu veículo por uma noite, a fim de levar a cabo um “contrato” para abater uma testemunha, enquanto o primeiro procura, a todo o custo, frustrar-lhe as intenções. Um prodigioso exercício de suspense, filmado em vídeo digital com uma fotografia que trabalha as cores da escuridão e o que Mann referiu como o perturbador fenómeno da neblina e do luar de um anoitecer em LA, “esse tresloucado céu magenta de Los Angeles, quando as luzes de vapor de sódio fazem ricochete na camada de neblina (...) e a suavidade da iluminação magenta e laranja é muito alienante, muito atrativa e ao mesmo tempo solitária”. A apresentar em cópia digital.
12/07/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Noite
Collateral
Colateral
de Michael Mann
com Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo
Estados Unidos, 2004 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Um taxista (Jamie Foxx) vê-se envolvido com um assassino (Tom Cruise), que aluga o seu veículo por uma noite, a fim de levar a cabo um “contrato” para abater uma testemunha, enquanto o primeiro procura, a todo o custo, frustrar-lhe as intenções. Um prodigioso exercício de suspense, filmado em vídeo digital com uma fotografia que trabalha as cores da escuridão e o que Mann referiu como o perturbador fenómeno da neblina e do luar de um anoitecer em LA, “esse tresloucado céu magenta de Los Angeles, quando as luzes de vapor de sódio fazem ricochete na camada de neblina (...) e a suavidade da iluminação magenta e laranja é muito alienante, muito atrativa e ao mesmo tempo solitária”. A apresentar em cópia digital.
15/07/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Noite
Le Notti di Cabiria
As Noites de Cabíria
de Federico Fellini
com Giulietta Masina, François Périer, Franca Marzi, Amedeo Nazzari
Itália, 1957 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Cabiria, a mais chapliniana personagem de Fellini, foi também um dos mais célebres papeis de Giulietta Masina. André Bazin escreveu que LE NOTTI DI CABIRIA "rematava" o neorrealismo, "ultrapassando-o numa reorganização poética do mundo". Embebida de uma vontade de incorporar a realidade e o documento na ficção, de fundir o sublime e o prosaico, esta história da desgraçada prostituta Cabiria é vista, talvez paradoxalmente, como um filme-charneira na obra de Fellini, o ponto em que se começa a livrar da "narrativa tradicional" e do próprio "realismo" em sentido estrito. É um muito comovente filme, mas não um dos mais vistos Fellini na Cinemateca, onde foi projetado pela última vez em 2008.