CICLO
As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)


A história das cinematecas e dos arquivos, um pouco por todo o mundo, é também uma história de resistência: contra o tempo, contra a precariedade dos formatos, contra as turbulências políticas e económicas e em defesa da memória e do património artístico. Poucos países, na Europa, carregam tanto património cultural e artístico consigo e, simultaneamente, uma história de luta tão grande, em defesa desse património, ao longo de vários períodos de crise política e económica como a Grécia. Na década de cinquenta, foi um pequeno grupo de apaixonados pelo cinema que fundou, assim (e inspirados pela figura e trabalho de Aglaia Mitropoulou, que recebera, das lições e trabalho de Henri Langlois, em França, a paixão da conservação e da exibição do património cinematográfico transmitindo-a às várias gerações de cinéfilos do seu país), a Cinemateca Grega. Apesar dos períodos de instabilidade governativa e de precariedade económica, a Cinemateca Grega desempenhou um papel fundamental de preservação do cinema grego, incluindo um trabalho de recuperação do seu cinema mudo e, nos dias de hoje, da divulgação transversal de todo o cinema grego, um pouco por todo o mundo, à medida que tem vindo a colaborar na organização de retrospetivas de um cinema que ainda hoje se encontra por descobrir. Nesta colaboração entre as Cinematecas Grega e Portuguesa, exibem-se, por isso, os períodos mais marcantes dessa cinematografia nacional — desde o mudo, em cópias restauradas de suporte digital —, passando pelas novas vagas das décadas de sessenta e setenta (ainda hoje influências marcantes para a cinematografia contemporânea grega), o surgimento da figura maior de Theo Angelopoulos, de um cinema focado no feminino, assim como a projeção de uma diversidade contemporânea em diferentes géneros, formatos e tipos de experimentação narrativa. Juntando ao programa organizado com a Cinemateca Grega, apresenta-se uma mostra dedicada à presença grega no período clássico da indústria norte-americana de cinema, “Grécia e Hollywood” (ver entrada respetiva). À semelhança dos outros programas dedicados a outros arquivos, realizar-se-á no dia 11, às 18h30, na sala Luís de Pina, uma conferência dedicada ao trabalho da Cinemateca Grega e aos desafios das cinematecas no atual panorama mundial, por Maria Komninos, diretora da Cinemateca Grega.
 
 
22/03/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)

Kháppi Daíi
“Dia Feliz”
de Pantelis Voulgaris
Grécia, 1976 - 110 min
 
25/03/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)

Bétti | Athínai | The Red Bank James Joyce: Ta Tetrádia Ton Ellinikón Tou
duração total da projeção: 97 min | M/16
26/03/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)

Imerolóyia Amnisías
“Diários da Amnésia”
de Stella Theodorakis
Grécia, 2012 - 104 min
29/03/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)

Washingtonia | I Kóri
duração total da projeção: 111 min | M/16
22/03/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)
Kháppi Daíi
“Dia Feliz”
de Pantelis Voulgaris
com Zorz Sarri, Giorgos Moshidis, Stavros Kalaroglou
Grécia, 1976 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Filme emblemático da década de setenta, e sob a influência dos anos da ditadura militar na Grécia (1967-1974), um campo de prisioneiros, dentro de uma ilha, vive um dia a dia feito de abusos físicos e psicológicos. Um dos prisioneiros, recusando submeter-se à tortura, tenta escapar-se apesar da visita da rainha e do cerco dos guardas. Primeira exibição na Cinemateca.
 
25/03/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)
Bétti | Athínai | The Red Bank James Joyce: Ta Tetrádia Ton Ellinikón Tou
duração total da projeção: 97 min | M/16
BÉTTI
“Betty”
de Dimitris Stavrakas
Grécia, 1979 – 32 min / legendado eletronicamente em português
ATHÍNAI
“Atenas”
de Eva Stefani
Reino Unido, Grécia, 1995 – 36 min / legendado eletronicamente em português
THE RED BANK JAMES JOYCE: TA TETRÁDIA TON ELLINIKÓN TOU
“The Red Bank James Joyce: Os Seus Cadernos Gregos”
de Vouvoula Skoura
Grécia, 2014 – 29 min / legendado eletronicamente em português

Esta sessão de curtas-metragens reúne alguns exemplos da diversificação e experimentação do cinema grego depois da década de setenta: BÉTTI é um exemplo pioneiro do cinema queer grego, enquanto que ATHÍNAI nos traz um documentário sobre a vida de uma certa Atenas, à volta da sua estação de comboios, e THE RED BANK JAMES JOYCE… põe em confronto a herança da cultura grega com um dos autores europeus mais celebrados da história da literatura. A apresentar em cópias digitais. Primeiras exibições na Cinemateca.
 
26/03/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)
Imerolóyia Amnisías
“Diários da Amnésia”
de Stella Theodorakis
com Peter Rose, Elias Kostandakopoulos, Thanos Anastopoulos
Grécia, 2012 - 104 min
legendado eletronicamente em português | M/12
IMEROLÓYIA AMNISÍAS é um documentário de natureza experimental que junta a vida da capital grega, durante os seus anos de crise no século XXI, às memórias, vindas da década de oitenta, da autora do filme. A apresentar em cópia digital, numa primeira exibição na Cinemateca.
 
29/03/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinemateca Grega (Tainiothiki tis Ellados)
Washingtonia | I Kóri
duração total da projeção: 111 min | M/16
WASHINGTONIA
de Konstantina Kotzamani
com Mamadou Diallo, Katerina Iliadi, Nikos Christofidis
Grécia, 2014 – 24 min / legendado eletronicamente em português
I KÓRI
“A Filha”
de Thanos Anastopoulos
com Savina Alimani, Angelos Papadimas, Giorgos Symeonidis 
Grécia, Itália, 2012 – 87 min / legendado eletronicamente em português

A última sessão do ciclo junta um olhar contemporâneo sobre a criação cinematográfica grega: WASHINGTONIA, nomeado para o Urso de Ouro do Festival de Berlim de 2014, é uma curta-metragem que evoca a vida e resistência da planta com o mesmo nome, enquanto que I KÓRI traz uma história trágica de família, entre um pai e uma filha, que se vê marcada pela crise financeira. A apresentar em cópias digitais. Primeiras exibições na Cinemateca.