CICLO
Cem Anos de Cinema Polaco


Em 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial e a derrocada do Império Austro-Húngaro, a Polónia recuperou a sua independência, que lhe fora confiscada por três vezes desde finais do século XVIII, quando a Áustria, a Prússia e a Rússia disputavam o domínio do país. Fora da Polónia, os filmes mais conhecidos da cinematografia nacional foram realizados entre os anos cinquenta e oitenta por cineastas que cedo obtiveram amplo reconhecimento internacional: Andrzej Wajda, Andrzej Munk, Krzysztof Zanussi, Roman Polanski, Jerzy Skolimowsky, Krzysztof Kieslowski. Podemos ver alguns filmes destes realizadores, mas não apenas. Este Ciclo, organizado por ocasião do centenário da recuperação da independência da Polónia, acompanha o cinema polaco através de quase 100 anos da sua história, entre os anos vinte do século XX e os dias de hoje, com um filme por decénio, num total de dez. Além de revermos clássicos de Andrzej Wajda, Wojciech Has e curtas-metragens de Roman Polanski e Andrzej Munk, podemos descobrir diversos aspectos do cinema polaco, totalmente desconhecidos dos espectadores portugueses: um filme do período mudo, uma comédia de equívocos dos anos trinta, um filme dos anos quarenta sobre a resistência ao nazismo, um filme de Kieslowski dos anos oitenta raramente visto, um filme criminal dos anos noventa e duas comédias dramáticas dos anos 2000 e 2010. A atribulada História do país e a não menos atribulada história do seu importante cinema refletem-se reciprocamente neste panorama que cobre quase um século de cinema. Todas as longas-metragens são apresentadas em cópias digitais.

Relativamente aos filmes ZEW MORZA e SPORTOWIEC MIMO WOLI, as cópias apresentadas correspondem a novos restauros efectuados ao abrigo do projeto “Preservação e digitalização de longas-metragens anteriores à Segunda Guerra da Cinemateca Polaca em Varsóvia”, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito da 11.ª Prioridade “Cultura e Património Cultural” do Programa Operacional Infraestruturas e Meio Ambiente.


 
 
05/07/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Cem Anos de Cinema Polaco

Curtas-metragens de Andrzej Munk e Roman Polański
duração total da projeção: 95 min | M/12
 
06/07/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Cem Anos de Cinema Polaco

Sportowiec Mimo Woli
“Desportista à Revelia”
de Mieczyslaw Krawicz
Polónia, 1939 - 64 min
06/07/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Cem Anos de Cinema Polaco

Rekopis Znaleziony w Saragossie
“Manuscrito Encontrado em Saragoça”
de Wojciech Has
Polónia, 1964 - 182 min
07/07/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Cem Anos de Cinema Polaco

Ziemia Obiecana
Terra Prometida
de Andrzej Wajda
Polónia, 1974 - 180 min
09/07/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Cem Anos de Cinema Polaco

Dzien Swira
“O Dia do Maluco”
de Marek Koterski
Polónia, 2002 - 93 min
05/07/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Cem Anos de Cinema Polaco

Em colaboração com a Embaixada da República da Polónia
Curtas-metragens de Andrzej Munk e Roman Polański
duração total da projeção: 95 min | M/12
PAMIETNIKI CHŁOPÓW
“Memórias Camponesas”
POEMAT SYMFONICZNY “BAJKA” ST. MONINSZKI
“O Poema Sinfónico ‘Fábula’ de Moniuszko”
KOLEJARSKIE SŁOWO
“Palavras de Ferroviários”
de Andrzej Munk
DWAJ ATLUDZIE Z SZAFY
“Dois Homens e um Armário”
com Jakub Goldberg, Henryk Kluba
LAMPA
“O Candeeiro”
com Roman Polański
GDY SPADAJA ANIOŁY
“Os Anjos Caem do Céu”
com Roman Polański, Henryk Kluba, Andrzej Kondratiuk
de Roman Polański
Polónia, 1952, 1952, 1953, 1958, 1959, 1959 – 13, 15, 23, 15, 8 e 21 min / legendados eletronicamente em português

Em meados dos anos cinquenta, foi na Polónia que surgiu o primeiro dos novos cinemas dos países da Europa Central (ditos “de Leste”) a fazer-se notar, com filmes de Jerzy Kawarelowicz, Wanda Jakubowska e Andrzej Wajda. Nesta sessão reunimos dois nomes célebres, Andzej Munk e Roman Polanski, de quem veremos uma série de curtas-metragens, documentários no caso de Munk e ficções no de Polanski. Nos anos cinquenta, o documentário constituía o principal veículo de propaganda do novo regime, com diversos clichés “realistas socialistas”, aos quais Munk escapa por completo nestes filmes, em que é nítida a vontade de mise-en-scène. As três curtas de Polanski “dão-nos pistas para melhor entendermos as suas longas-metragens, na medida em que ali encontramos as mesmas preocupações e obsessões, ainda em forma de embrião” (Manuel Cintra Ferreira): o sentido absurdo da vida, os espaços fechados, a narrativa circular.
 
06/07/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Cem Anos de Cinema Polaco

Em colaboração com a Embaixada da República da Polónia
Sportowiec Mimo Woli
“Desportista à Revelia”
de Mieczyslaw Krawicz
com Adolf Dymsza, Aleksander Žabczyński, Ina Benita
Polónia, 1939 - 64 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Nos anos trinta, foram realizadas diversas comédias na Polónia, género em que Mieczyslaw Krawicz se fez notar mais de uma vez. SPORTOWIEC MIMO WOLI foi a última comédia realizada na Polónia antes da guerra e só  estreou em Maio de 1940. Como tantos filmes dos anos trinta, trata-se de uma comédia de equívocos, baseada num triângulo formado por uma jovem, um campeão de hóquei e um cabeleireiro. A pedido da mulher, os homens aceitam trocar de papéis, o que cria imensas confusões e os dois têm que arcar com as consequências.
 
06/07/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Cem Anos de Cinema Polaco

Em colaboração com a Embaixada da República da Polónia
Rekopis Znaleziony w Saragossie
“Manuscrito Encontrado em Saragoça”
de Wojciech Has
com Zbiegniew Cybulski, Iga Cembrzyńska, Elbieta Czyżewska
Polónia, 1964 - 182 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Adaptado do célebre romance de Jan Potocki, escrito em francês e publicado no início do século XIX, REKOPIS ZNALEZIONY W SARAGOSSIE é o mais célebre filme de Wojciech Has, uma das grandes personalidades isoladas do cinema polaco. Um flamengo, que é capitão na guarda do rei de Espanha, fica a saber por duas princesas mouras que está destinado a grandes feitos, mas que para tanto deverá enfrentar duras provas. Diversas tramas secundárias vêm juntar-se à trama principal, à maneira de As Mil e Uma Noites. Na opinião de Boleslaw Michalek e Frank Turaj, “na verdade, a história tem lugar unicamente no próprio conto. É uma farsa cheia de charme, com efeitos sofisticados. Não se trata exatamente de um filme histórico, mas é sem dúvida um grande espetáculo. Foi um dos filmes de espetáculo histórico produzidos na Polónia nos anos sessenta e teve grande eco internacional. A apresentar em cópia digital.
 
07/07/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Cem Anos de Cinema Polaco

Em colaboração com a Embaixada da República da Polónia
Ziemia Obiecana
Terra Prometida
de Andrzej Wajda
com Daniel Olbrychski, Andrzej Seweryn, Wojciech Pszoniak
Polónia, 1974 - 180 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos filmes mais aclamados de Wajda, ambientado em finais do século XIX em Lodz, então em plena industrialização. Três homens provenientes de meios diferentes associam-se, decididos a ficarem ricos a qualquer preço na indústria têxtil. Com um ritmo imparável e desempenhos excecionais dos atores, o filme mostra magnificamente a ferocidade do processo de enriquecimento, a falta de escrúpulos dos patrões e também o nascimento de uma consciência operária. Nomeado para um Óscar, TERRA PROMETIDA foi distribuído em vários países. Não é mostrado na Cinemateca desde 2009.
 
09/07/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Cem Anos de Cinema Polaco

Em colaboração com a Embaixada da República da Polónia
Dzien Swira
“O Dia do Maluco”
de Marek Koterski
com Marek Kondrat, Janina Traczykówna, Andrzej Grabowski
Polónia, 2002 - 93 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Ativo desde 1985, Marek Koterski realizou sete longas--metragens à data de hoje, a mais recente das quais no corrente ano. DZIEN SWIRA é um dos seus filmes mais conhecidos. Trata-se de uma comédia em ritmo acelerado, quase à “screwball”, protagonizada por um professor misantropo, que fala muito e age pouco, irritado com o mundo contemporâneo e com saudades dos amores passados. Uma sátira impiedosa, em que cada “gag” é levado ao limite. Primeira exibição na Cinemateca.