CICLO
O MUNDO MÁGICO DE APICHATPONG WEERASETHAKUL


Com seis longas ­metragens realizadas, Apichatpong Weerasethakul apresenta uma das obras cinematográficas mais originais a nível mundial. Se muitos são os prémios que, nos últimos anos, os seus filmes têm conquistado em festivais, a definitiva consagração internacional do realizador tailandês aconteceu com UNCLE BOONMEE, a sua mais recente longa­metragem que, ao vencer a Palma de Ouro em Cannes, proporcionou uma maior visibilidade a um trabalho ainda relativamente marginal. Foi o único filme de Apichatpong que estreou comercialmente em Portugal já em 2011, não obstante vários outros terem sido exibidos em diversas ocasiões (nos festivais Curtas de Vila do Conde, IndieLisboa, DocLisboa e na própria Cinemateca, por exemplo). O programa que agora apresentamos é composto pela integralidade das suas longas­metragens e pela maioria das curtas, organizadas em quatro sessões que obedecem a um alinhamento estabelecido pelo realizador. Pequenas obras que Apichatpong tem desenvolvido em paralelo com os filmes mais longos e com um trabalho com instalações concebidas expressamente para espaços expositivos, que apontam para o carácter multifacetado e circular do seu trabalho, permitindo uma visão de conjunto que faz sobressair toda uma série de recorrências temáticas e formais. Entre as curtas mais antigas encontramos duas de 1994: 0116643225059 e LIKE THE RELENTLESS FURY OF THE POUNDING WAVES. Apichatpong cresceu em Khon Kaen, no Nordeste da Tailândia, região que escolheu para cenário de grande parte dos filmes em que a paisagem tem um papel determinante. Outra importante característica da sua obra é um tratamento não linear da narrativa, aliado a uma exploração dos mecanismos da memória e a uma investigação sobre a construção da ficção na sua relação com o real e com o registo documental. Congregando todos estes elementos com outros extraídos da cultura popular, do budismo e da mitologia tailandesa, e com um tratamento particular da temporalidade, Apichatpong tem­se afirmado como um contador de histórias pronto a desbravar territórios mágicos e desconhecidos. Como disse o cineasta a propósito de UNCLE BOONMEE, “quando os acontecimentos são representados através do cinema tornam­se memórias partilhadas pela equipa, pelos actores e pelo público (…) Estou interessado em explorar as entranhas desta máquina do tempo.” É neste sentido que podemos afirmar que toda a sua obra é um trabalho sobre as possibilidades do cinema.
O MUNDO MÁGICO DE APICHATPONG WEERASETHAKUL
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