25/05/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Maio
O SANGUE
de Pedro Costa
com Pedro Hestnes, Inês de Medeiros, Nuno Ferreira, Luís Miguel Cintra, Henrique Viana
Portugal, 1989 - 99 min | M/12
Moving Cinema

com a presença de Pedro Costa

Primeira obra de Pedro Costa, O SANGUE é um perturbante filme marcado por ecos noturnos, captados num preto e branco escuro como a noite em que maioritariamente decorre, para dar a ver os fantasmas que acompanham as personagens dos dois irmãos e da rapariga que a eles se junta. Pedro Hestnes abre o filme num dos mais belos planos do cinema português. “O que gosto em O SANGUE é o sentido da longa noite da infância que abraça tantos filmes e tantos livros americanos (…). Provavelmente o título vem de Flannery O’Connor” (Pedro Costa).

25/05/2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Mark Rappaport | Realizador Convidado
FROM THE JOURNALS OF JEAN SEBERG
de Mark Rappaport
com Mary Beth Hurt Estados Unidos, 1995 – 97 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Estados Unidos, 1955 - 97 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Continuando a sua incursão nas mitologias de Hollywood, Mark Rappaport aborda neste filme a figura de Jean Seberg, cujo itinerário foi pouco típico: “descoberta” por Otto Preminger para o papel de Joana d’Arc, Jean Seberg seria escolhida por Jean-Luc Godard para o principal papel feminino de À BOUT DE SOUFFLE, o filme que inaugura violentamente o cinema moderno. Depois de uma segunda estadia em Hollywood, onde fez o magnífico LILITH, que foi um fracasso comercial, a atriz voltou à Europa. Ligou-se então aos Panteras Negras, passando a ser vigiada pelo FBI e fechando-se num círculo de paranoia. No filme de Rappaport, uma atriz faz o papel de Jean Seberg e conta a sua vida, numa “releitura” do mito desta mulher que foi parcialmente vítima de um sistema e parcialmente vítima das suas próprias forças autodestrutivas.

25/05/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 30, O Cinema Antes da Regra
KÉT LÁNY AZ UTCÁN
“Duas Raparigas na Estrada”
de André de Toth (Endres Toth)
com Maria Tasnady, Bella Bordy
Hungria, 1939 - 80 min
legendado eletronicamente em português | M/12

O húngaro André de Toth (1912-2002) foi um dos mestres do cinema americano de série B, tendo realizado filmes memoráveis em vários géneros, que fazem dele um autêntico realizador de culto. Pouco antes de deixar a sua Hungria natal, em 1939, realizou cinco longas-metragens, das quais KÉT LÁNY AZ UTCÁN foi a terceira. É a história de duas raparigas que tentam sobreviver à sua maneira em Budapeste, no final dos anos trinta, enquanto os homens à sua volta procuram tirar proveito delas. No dizer de Manuel Cintra Ferreira, o realizador sabe fazer passar o filme “do tom sombrio da primeira metade, marcado pelo expressionismo alemão, à luminosidade final, que transporta a heroína, literalmente, para o céu”.

25/05/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 30, O Cinema Antes da Regra
DIE DREIGROSCHENOPER
“A Ópera dos Três Vinténs”
de Georg Wilhelm Pabst
com Rudolf Forster, Carola Neher, Reinhold Schunzel
Alemanha, 1932 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Um dos mais famosos filmes de Pabst adaptando um texto de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil. O grande teórico e crítico Bela Bálasz colaborou na adaptação. Apesar de inicialmente se ter envolvido no projeto, Brecht acabou por se demarcar passado pouco tempo, pois os produtores não estavam interessados em realçar a vertente politizada da peça. Uma vez o filme pronto, Brecht fez um processo e perdeu-o. Teria as suas razões, mas o facto é que graças ao talento de Pabst toda a força da sua escrita e das suas ideias (além da esplêndida música de Weil) se fazem sentir no filme magnífico que é DIE DREIGROSCHENOPER. A apresentar em cópia nova.

25/05/2015, 22h00 | Sala Luís de Pina
Mark Rappaport | Realizador Convidado
L’AMANT DE CINQ JOURS
de Philippe de Broca
com Jean Seberg, Micheline Presle, Jean-Pierre Cassel
França, 1960 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Depois do êxito de À BOUT DE SOUFFLE, Jean Seberg ficou em França, onde fez alguns filmes antes de regressar temporariamente a Hollywood para ser a protagonista de LILITH, em 1964. Um dos filmes que fez em França foi L’AMANT DE CINQ JOURS, em que se afirma o estilo de Philippe de Broca, então jovem companheiro de geração da Nouvelle Vague, que se especializou em comédias de costumes com um tom leve. Em L’AMANT DE CINQ JOURS, história de um clássico quadrângulo, Jean Seberg descobre que o seu amante também o é da sua melhor amiga e organiza uma festa em que tudo será desmascarado. Um exemplo do caminho que a atriz poderia ter seguido, mas não seguiu. Primeira exibição na Cinemateca.