27/02/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
UNDER CAPRICORN
Sob o Signo de Capricórnio
de Alfred Hitchcock
com Ingrid Bergman, Joseph Cotten, Michael Wilding, Margaret Leighton, Cecil Parker
Estados Unidos, 1949 - 115 min
legendado em português | M/12
No Meu Cinema

Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP.

UNDER CAPRICORN é um dos filmes mais discutidos de Hitchcock, que nele leva a cabo outra experiência notável no uso do plano-sequência (depois de ROPE), e que aqui tem uma genial aplicação na sequência da confissão de Ingrid Bergman, num grande plano que dura quase dez minutos. Tendo por cenário a Austrália do século XIX, que era também um local de degredo para condenados pela lei, UNDER CAPRICORN é uma admirável história de amor, de culpa e de redenção, magistralmente fotografada por Jack Cardiff. “Muito mais se poderia escrever (nomeadamente sobre a relação da banda sonora com a imagem, ou sobre o uso da cor) mas o essencial está no ‘what kind of love can be that?’” (JBC).

27/02/2015, 18h00 | Sala Luís de Pina
15 Anos de Laboratório de Restauro
SERRA BRAVA
de Armando de Miranda
com Leonor Maia, António de Sousa, Juvenal de Araújo, Arminda Vidal, António Sacramento
Portugal, 1948 - 95 min | M/12
sessão apresentada por Paolo Bernardini, técnico do laboratório fílmico da Cinemateca

Ambientado em plena Serra do Soajo, no Minho, SERRA BRAVA parte de um romance de Barros Ferreira, Maria dos Tojos, também coautor do argumento, e evoca um violento e trágico caso de amor no Portugal dos anos trinta. Com um elenco marcante (Leonor Maia conquistou o Prémio de Melhor Interpretação Feminina do SNI de 1949). A equipa de Miranda viveu na serra durante o mês de rodagem, com o propósito de os atores se ambientarem ao espaço e às gentes locais, em contraposição aos hábitos de um cinema português muito confinado aos estúdios. Trata-se de um dos últimos restauros produzidos no laboratório da Cinemateca, feito a partir do negativo de imagem em suporte de nitrato de celulose. Em relação ao som, não tendo sobrevivido o negativo original de som, partiu-se de um duplicado negativo síncrono para distribuição no Brasil, cuja montagem e duração eram porém diferentes das da versão portuguesa, o que teve como consequência persistirem algumas lacunas de banda sonora. Apesar disso, ao fim de muitos anos, volta então a ser possível exibir SERRA BRAVA, o filme de Armando Miranda que sucedeu a CAPAS NEGRAS, o grande sucesso que Amália havia protagonizado no ano anterior.

27/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Robert Bresson, Uma Aventura Interior

Em colaboração com a Filmoteca Española
LE DIABLE PROBABLEMENT
de Robert Bresson
com Antoine Monnier, Tina Irissari, Henri de Maublanc, Laetitia Carcano
França, 1976 - 96 min
legendado em português | M/12

Penúltimo filme de Robert Bresson, LE DIABLE, PROBABLEMENT é talvez o mais terrível e desesperado de todos os seus filmes. Um olhar impiedoso sobre o mundo contemporâneo e a destruição da natureza e das formas de vida. Uma reflexão sombria feita a partir da descoberta de um cadáver, o corpo de um jovem cuja única resposta para o estado do mundo é o suicídio. “Qui nous manoeuvre en douce? Le Diable, probablemente / Quem nos manobra furtivamente? / O Diabo, provavelmente” (dos diálogos do filme).

27/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
STROMBOLI TERRA DI DIO
Stromboli
de Roberto Rossellini
com Ingrid Bergman, Mario Vitale
Itália, Estados Unidos, 1949 - 102 min
legendado eletronicamente em português | M/12
No Meu Cinema

Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP

O primeiro filme de Rossellini com Ingrid Bergman (que “partiu de UNDER CAPRICORN para STROMBOLI”) marcou uma viragem importante no percurso do realizador e no da atriz. À época, Eric Rohmer comentou assim o filme: “STROMBOLI, grande filme cristão, é a história de uma pecadora tocada pela graça. (…) O autor de STROMBOLI bem sabe a importância que a sua arte pode dar aos objetos, ao lugar, aos elementos naturais do cenário. Dominando o poder que lhes confere, Rossellini faz deles os instrumentos da sua expressão, o molde de onde sairão os gestos e mesmo os impulsos dos atores”. Por muitas razões, uma das mais extraordinárias experiências em toda a história do cinema. “Este filme, duma beleza alucinante, é um filme sobre o cosmos. […] STROMBOLI é o poema da criação” (JBC). A apresentar na versão inglesa, em cópia digital.

27/02/2015, 24h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Sexta à Meia-Noite | Nos Anos 60
IF…
Se…
de Lindsay Anderson
com Malcom McDowell, David Wood, Richard Warwick
Reino Unido, 1968 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/16

Situado num rico colégio interno, o filme de Lindsay Anderson é uma magnífica representação da revolta da juventude dos anos sessenta e das suas causas. O sistema disciplinar e hierárquico é demasiado rígido para a evolução da sociedade. Os alunos acabam por se revoltar contra as autoridades, de modo muito mais violento do que em ZÉRO DE CONDUITE, de Jean Vigo, a cujo desenlace IF… faz uma alusão transparente. No papel principal, Malcom McDowell, a futura vedeta de THE CLOCKWORK ORANGE.