Baseado num romance de Marcia Davenport, situado em Pittsburgh, em 1870, THE VALLEY OF DECISION, foi um sucesso colossal, que contribuiu poderosamente para a ascensão de Gregory Peck, no mesmo ano em que este fez para Stahl THE KEYS OF THE KINGDOM (que lhe valeu uma designação para o Oscar) e SPELLBOUND. O cast é fabuloso, dominado por Greer Garson, a ruiva rural apaixonada pelo herdeiro da mina. Melodramatismo e boas intenções sociais são as lágrimas deste vale, que tanto fez chorar as plateias de 1945.

Um dos filmes menos vistos de Assayas. Duas empresas, uma francesa e uma americana, são rivais na corrida para comprar os direitos de um sistema japonês de difusão de pornografia em 3D. A trama narrativa é rocambolesca, à maneira dos antigos folhetins policiais. “A temperatura das imagens, tão desumanamente fria quanto à da protagonista, a música eletrónica dos Sonic Youth e os desdobramentos cada vez mais bizantinos da intriga criam um efeito maravilhosamente suprarreal” (Kate Stables, Sight & Sound).

Um filme feito à mão pela atriz Barbara Loden (que faz o papel da irmã de Warren Beatty em SPLENDOR IN THE GRASS). História de uma mulher solitária e pobre na Pensilvânia, WANDA é uma experiência radical. A solidão americana, o sonho dos pobres, em carne viva. Um segredo tardiamente revelado da História do cinema, um belíssimo filme.

Uma surpreendente incursão de Olivier Assayas no filme “de época”, através da adaptação de um romance de Jacques Chardonne. LES DESTINÉES SENTIMENTALES, história de um amor reprimido pelas convenções da burguesia francesa do princípio do século XX, cumpre-se num registo “clássico”, como até então Assayas não tinha experimentado.