CICLO
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos


A  história deste regresso da Cinemateca a Ozu é a história de uma já longa conversa entre artes. 15 anos depois de um ciclo, um livro e uma exposição que tomavam como ponto de partida o ORDET de Dreyer, e 13 depois de um tríptico semelhante inspirado pelo PICKPOCKET de Bresson, o que agora se concretiza é mais um desses diálogos, feitos de reiterações e variações, e novamente com o poeta João Miguel Fernandes Jorge como “instigador”. As primeiras exibições de filmes de Ozu na Europa ocorreram nos finais dos anos 50, quando a sua obra estava quase a terminar (o seu último filme estreou em 1962, um ano antes da morte do realizador). As primeiras grandes retrospetivas no Ocidente datam dos anos 70. Em Portugal, foi revelado num ciclo de onze filmes na Fundação Calouste Gulbenkian, em julho de 1980. Na Cinemateca, os seus filmes têm sido regularmente apresentados, desde 1982 (data em que foi mostrado KAZE NO NAKA NO MENDORI (“Uma Galinha no Vento”, 1948), tendo sido apresentada uma retrospetiva integral em 1998. Com base no trabalho então feito, em 1999 foi editado Yazujiro Ozu, As Folhas da Cinemateca. Em junho de 2022 a Cinemateca volta a Ozu, com uma iniciativa mais lata, que inclui uma exposição de pintura e desenho de Rui Vasconcelos, uma edição de poemas e outros textos originais de João Miguel Fernandes Jorge (num livro com grafismo de Rita Azevedo Gomes), e um ciclo composto por sete filmes com dois títulos dos anos 1930 e cinco da esplendorosa fase final da obra do realizador japonês.
 
09/06/2022, 19h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos

Akibiyori
Outono Tardio
de Yasujiro Ozu
Japão, 1960 - 129 min
11/06/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos

Higanbana
A Flor do Equinócio
de Yasujiro Ozu
Japão, 1958 - 118 min
14/06/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos

Umarete wa Mita Keredo
Nasci, Mas…
de Yasujiro Ozu
Japão, 1932 - 90 min
 
15/06/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos

Banshun
Primavera Tardia
de Yasujiro Ozu
Japão, 1949 - 108 min
 
17/06/2022, 21h45 | Esplanada
Ciclo Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos

Kohayagawa-ke no Aki
"Fim de Verão”/“O Outono da Família Kohayagawa"
de Yasujiro Ozu
Japão, 1961 - 102 min
09/06/2022, 19h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos
Akibiyori
Outono Tardio
de Yasujiro Ozu
com Setsuko Hara, Yoko Tsukasa, Chishu Ryu
Japão, 1960 - 129 min
legendado em português | M/12
sessão com apresentação
Remake de BANSHUN, relatando a mesma situação substituindo apenas a figura do pai pela mãe – interpretada por Setsuko Hara, que fizera o papel da filha no filme original. Para Donald Richie este é “the sadder of the films”: Ozu conseguia na perfeição transmitir um máximo de emoções ao espectador recorrendo a um mínimo de efeitos no ecrã. A exibir em cópia digital.

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11/06/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos
Higanbana
A Flor do Equinócio
de Yasujiro Ozu
com Shin Saburi, Kinuyo Tanaka, Ineko Arima
Japão, 1958 - 118 min
legendado em português | M/12
HIGANBANA, o primeiro filme a cores de Ozu, tece mais uma variação sobre o único tema que o realizador abordou neste período da sua obra: a família japonesa e a sua dissolução, que sempre vem através de um casamento, da separação entre pais e filhos. Neste filme, uma jovem debate-se com o facto de o seu pai não aprovar o homem com quem ela quer casar. Fiel ao seu estilo despojado, que torna mais intensas as emoções em jogo, Ozu domina de imediato todas as possibilidades expressivas da cor. A exibir em cópia digital.

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14/06/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos
Umarete wa Mita Keredo
Nasci, Mas…
de Yasujiro Ozu
com Hideo Sugawara, Tokkan Kozo, Tatsuo Saito
Japão, 1932 - 90 min
mudo, intertítulos em japonês, narrados em francês e legendados eletronicamente em português | M/12
“NASCI, MAS…” é considerado como o primeiro dos grandes filmes de Yasujiro Ozu. Para Donald Richie é “a primeira vez que o cineasta combinou na perfeição todos os elementos que caracterizam o seu estilo”. História tragicómica sobre a relação entre um homem e os seus dois filhos, que não percebem por que motivo tem o pai de agir com tanta subserviência perante o patrão. O filme é realizado num estilo extremamente depurado, mas ainda longe do despojamento absoluto que caracterizaria a fase final do cinema do mestre japonês (1949-62).

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15/06/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos
Banshun
Primavera Tardia
de Yasujiro Ozu
com Chishu Ryu, Setsuko Hara, Haruko Sugimura
Japão, 1949 - 108 min
legendado em português | M/12
BANSHUN é o filme que inaugura o período final da obra de Ozu, as obras de grande maturidade que o fizeram conhecer tardiamente no estrangeiro. É a partir daqui que no seu cinema a trama narrativa se torna rarefeita e o estilo visual se depura ao máximo: raríssimos movimentos de câmara, ausência total de panorâmicas, sequências ligadas unicamente por cortes e a celebérrima posição da câmara (a “câmara Ozu”), quase sempre a mesma, à altura de uma pessoa sentada no chão, à japonesa. E como sempre, neste período final, Ozu conta histórias de separação e resignação, histórias de mudanças e da passagem do tempo. A apresentar em cópia digital.

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17/06/2022, 21h45 | Esplanada
Ervas: Yasujiro Ozu Visto por João Miguel Fernandes Jorge e Rui Vasconcelos
Kohayagawa-ke no Aki
"Fim de Verão”/“O Outono da Família Kohayagawa"
de Yasujiro Ozu
com Ganjiro Nakamura, Setsuko Hara, Yoko Tsukasa
Japão, 1961 - 102 min
legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
O título do filme de Ozu, o penúltimo do mestre japonês, significa literalmente “O Outono da Família Kohayagawa”, mas é normalmente conhecido pela tradução literal do título comercial francês: “Fim de Verão”. Como de costume, nesta fase final, Ozu tece variações sobre um tema único: a família japonesa e a sua dissolução, neste caso um pequeno industrial de Osaka, que encontra uma antiga amante em cuja casa vem a morrer. Realizado com o absoluto rigor formal que caracteriza o cinema de Ozu na maturidade (planos fixos, câmara baixa) e em esplêndidas cores, KOHAYAGAWA-KE NO AKI é um filme sobre o adeus à vida. Mas um adeus alegre e despreocupado.

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