CICLO
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano


Quase a fechar um ano de programação que teve já dois momentos muito importantes dedicados a Itália (com os Ciclos Cinema Italiano, Lado B e Cecilia Mangini), a Cinemateca regressa a esta cinematografia para celebrar algumas das suas mais afamadas intérpretes.
Terá sido no cinema italiano que se deu a conhecer o primeiro star system, dando a alguns protagonistas dos filmes do princípio da década de 1910 um estatuto de especial relevância não só nas narrativas, mas na utilização dessa excecionalidade na relação com o público e enquanto instrumento de marketing muito eficaz. No caso das primeiras mulheres que tiveram esse estatuto, o termo diva (tomado de empréstimo à reputação da ópera e à popularidade das suas maiores intérpretes femininas) ficou como sinónimo do resultado da fusão entre a personalidade carismática de uma atriz e das personagens bigger than life que interpretou, ao ponto de uma e outra dimensão serem indissociáveis (é dessa matéria que se faz uma estrela de cinema como dizia Edgar Morin no seu seminal Les stars). Embora com muitas mudanças e atualizações ao longo da sua história, a importância das divas no cinema italiano permaneceu um elemento de continuidade no imaginário popular dos seus espectadores, dentro e fora de Itália.
O presente Ciclo, coorganizado pela Cinemateca e pela Festa do Cinema Italiano, este ano na sua 14ª edição, traça uma genealogia das divas do cinema italiano, percorrendo cerca de 100 anos dessa cinematografia ao sabor dos nomes das suas atrizes mais consagradas, capazes de disputar a primazia do público com as grandes vedetas americanas ou francesas das mesmas épocas (para ficar apenas pelas duas outras cinematografias que mais marcaram o imaginário popular em Portugal). Num programa com 22 títulos em que tentámos evitar as obras mais conhecidas da carreira de cada diva nele representado (metade dos filmes são inéditos na Cinemateca), veremos a evolução desta classe especial de atrizes desde as primeiras divas do mudo (Lyda Borelli, Francesca Bertini, Pina Menichelli)  até às estrelas de décadas mais próximas de nós (Ornella Muti, Valeria Golino), passando pelas vedetas da “idade de ouro“ do cinema italiano dos anos de 1950 a 1970 (uma longa lista, mas mesmo assim necessariamente incompleta, que inclui os nomes de Anna Magnani, Sophia Loren, Gina Lollobrigida, Alida Valli, Silvana Mangano, Stefania Sandrelli, Claudia Cardinale, Giulietta Masina, Virna Lisi, Mariangela Melato e Monica Vitti).
Complementarmente ao programa de filmes, a Cinemateca acolhe uma conferência do antropólogo Maurizio Bettini sobre o tema do Ciclo e a Festa do Cinema Italiano organiza a exposição fotográfica “Photocall - Atrizes do Cinema Italiano”, realizada em colaboração com o Museu de Cinema de Turim, na Sociedade Nacional de Belas Artes a partir de 5 de novembro.
 
03/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

Siamo Donne
Nós, Mulheres
de Gianni Franciolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa, Alfredo Guarini
Itália, 1953 - 100 min
04/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

Malombra
O Castelo da Má Sombra
de Carmine Gallone
Itália, 1916 - 72 min
05/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

Il Fuoco
O Fogo
de Giovanni Pastrone
Itália, 1915 - 51 min
06/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

Siamo Donne
Nós, Mulheres
de Gianni Franciolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa, Alfredo Guarini
Itália, 1953 - 100 min
 
06/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

Assunta Spina
de Gustavo Serena
Itália, 1915 - 61 min
 
03/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano
Siamo Donne
Nós, Mulheres
de Gianni Franciolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa, Alfredo Guarini
com Alida Valli, Ingrid Bergman, Anna Magnani, Isa Miranda, Emma Danieli, Anna Amendola
Itália, 1953 - 100 min
legendado em português | M/12
Filme em cinco sketches a partir de uma ideia de Cesare Zavattini, em que é retratado o quotidiano de atrizes como Alida Valli (por Gianni Franciolini), Ingrid Bergman (por Roberto Rossellini), Anna Magnani (por Luchino Visconti), Isa Miranda (por Luigi Zampa) ou de estreantes como Emma Danieli e Anna Amendola. Atrizes que refletem a essência do cinema italiano no princípio da década de cinquenta, filmadas por realizadores também eles marcantes.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
04/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano
Malombra
O Castelo da Má Sombra
de Carmine Gallone
com Lyda Borelli, G.C. Rizzotto, Consuelo Spada, Amleto Novelli
Itália, 1916 - 72 min
mudo, intertítulos em italiano, legendados eletronicamente em português | M/12
com acompanhamento ao piano por João Paulo Esteves da Silva
Lyda Borelli é outra das muito grandes divas do cinema mudo italiano, onde, vinda do teatro, foi uma presença avassaladora entre 1913 e 1918, ano em que se retirou do cinema. Inspirado num romance de Antonio Fogazzaro, MALOMBRA é tido pelo seu mais significativo trabalho e um filme que inaugurou o gótico no cinema. “O terreno aqui está muito próximo do do melodrama, condimentado com algumas influências derivadas da tradição do fantástico literário. Não é certamente por acaso que, num filme sobre uma mulher enfeitiçada por um castelo, surge expressamente citado (através do plano de um livro) o nome de Edgar Allan Poe” (Luís Miguel Oliveira).

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05/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano
Il Fuoco
O Fogo
de Giovanni Pastrone
com Pina Menichelli, Febo Mari, Felice Menotti
Itália, 1915 - 51 min
mudo, intertítulos em italiano, legendados eletronicamente em português | M/12
com acompanhamento ao piano por Daniel Schvetz
Livremente adaptado por Giovanni Pastrone (CABIRIA) a partir de um romance de Gabriele D’Annunzio e com fotografia de Segundo de Chomón, FUOCO centra-se em Mário, um pintor desconhecido, obcecado por uma famosa poeta, já casada.  Um melodrama ao mesmo tempo barroco e essencial que lançou Pina Menichelli e o seu rosto de “mulher-coruja” e a elevou entre as maiores divas do cinema mudo italiano. Primeira exibição na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

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06/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano
Siamo Donne
Nós, Mulheres
de Gianni Franciolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa, Alfredo Guarini
com Alida Valli, Ingrid Bergman, Anna Magnani, Isa Miranda, Emma Danieli, Anna Amendola
Itália, 1953 - 100 min
legendado em português | M/12
Filme em cinco sketches a partir de uma ideia de Cesare Zavattini, em que é retratado o quotidiano de atrizes como Alida Valli (por Gianni Franciolini), Ingrid Bergman (por Roberto Rossellini), Anna Magnani (por Luchino Visconti), Isa Miranda (por Luigi Zampa) ou de estreantes como Emma Danieli e Anna Amendola. Atrizes que refletem a essência do cinema italiano no princípio da década de cinquenta, filmadas por realizadores também eles marcantes.

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06/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano

A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano
Assunta Spina
de Gustavo Serena
com Francesca Bertini, Gustavo Serena, Carlo Benetti, Alberto Albertini
Itália, 1915 - 61 min
mudo (com música), intertítulos em italiano, legendados eletronicamente em português | M/12
ASSUNTA SPINA é o mais famoso filme de Francesca Bertini, a primeira e maior das divas do cinema mudo italiano, uma obra-prima do cinema italiano e um título fundamental da filmografia muda. Rodado em exteriores naturais, adapta um romance de Salvatore di Giacomo (com argumento de Serena e Bertini, que se envolveu a fundo no projeto deste filme, e mais tarde o levou para o palco, noutra colaboração com Serena), seguindo uma história de amores napolitanos. O realismo da interpretação de Bertini neste filme foi em si mesmo um marco no cinema da época. A exibir em cópia digital.

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