07/03/2020, 15h00 | Salão Foz
Cinemateca Júnior
A Menina da Rádio
de Arthur Duarte
com António Silva, Maria Matos, Maria Eugénia, Óscar de Lemos, Ribeirinho, Fernando Curado Ribeiro
Portugal, 1944 - 106 min | M/6
Uma das mais divertidas "comédias populares portuguesas", que decorre, como diz a legenda inicial, "no tempo em que ainda havia bolos nas pastelarias", referência às restrições provocadas pela guerra em Portugal. Foi o tempo em que proliferaram os postos amadores e a Rádio tinha um papel determinante na vida de cada um. Maria Eugénia era o que é no filme, uma das muitas "meninas da Rádio" ouvidas por todo o país. E com a presença de dois dos maiores nomes dos palcos portugueses, António Silva e Maria Matos.
 
07/03/2020, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Conte de Printemps | Banshun
Duração total da projeção: 214 minutos
Entre os dois filmes há um intervalo de 20 minutos
CONTE DE PRINTEMPS
Conto de Primavera
de Eric Rohmer
com Anne Teyssèdre, Hugues Quester, Florence Darel
França, 1993 – 107 min / legendado em português | M/12
BANSHUN
Primavera Tardia
de Yasujiro Ozu
com Chishu Ryu, Setsuko Hara, Haruko Sugimura
Japão, 1949 – 107 min / legendado em português | M/12

Apreciador dos filmes realizados em série, era natural que Rohmer adotasse o tema genérico das quatro estações, que permite a elaboração de uma série coerente, com diversas possibilidades de variações nas situações dramáticas e nos temas visuais. Nasceram assim os seus “Contos das Quatro Estações”. Em CONTE DE PRINTEMPS, como no CONTE D’ÉTÉ, temos um homem às voltas com três mulheres, mas trata-se de um adulto e não de um adolescente e a situação não é passageira, de férias. Tudo se passa com a perfeição e o rigor que são a marca do cinema de Rohmer, profundamente enraizado nas tradições do teatro clássico francês. O filme é “como uma partitura musical, cujos movimentos se sucedem com a mesma precisão geométrica com que as personagens são dispostas no argumento” (Giancarlo Zappoli). BANSHUN é o filme que inaugura o período final da obra de Ozu, as obras de grande maturidade que o fizeram conhecer tardiamente no estrangeiro. É a partir daqui que no seu cinema a trama narrativa se torna rarefeita e o estilo visual se depura ao máximo: raríssimos movimentos de câmara, ausência total de panorâmicas, sequências ligadas unicamente por cortes e a celebérrima posição da câmara (a “câmara Ozu”), quase sempre a mesma, à altura de uma pessoa sentada no chão, à japonesa. E como sempre, neste período final, Ozu conta histórias de separação e resignação, histórias de mudanças e da passagem do tempo. A apresentar em cópia digital.
07/03/2020, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ante-Estreias
Liberté
de Albert Serra
com Helmut Berger, Marc Susini, Iliana Zabeth
Espanha, Alemanha, França, Portugal, 2009 - 132 min
legendado em português | M/16
com a presença do realizador
Albert Serra, realizador bem conhecido dos espectadores da Cinemateca (onde já esteve por mais do que uma vez a apresentar projeções de filmes seus), dá continuidade a LA MORT DE LOUIS XIV com um novo olhar sobre a aristocracia europeia, nas vésperas da revolução francesa. Um grupo de libertinos em viagem dedica-se durante uma noite a um cerimonial de "jeu de massacre", pleno de elementos "sadeanos". Prolongamento do olhar de Serra sobre a história e a cultura europeias que já vem pelo menos de HISTORIA DE LA MEVA MORT, LIBERTÉ vai ainda, como o filme sobre LOUIS XIV fazia com Jean-Pierre Léaud, buscar um vulto mais ou menos lendário para encabeçar o elenco: desta vez o "viscontiano" Helmut Berger, que interpreta o protagonista Duque de Walcher.