16/02/2019, 15h00 | Salão Foz
Cinemateca Júnior
Excursion dans la Lune | The Boy and the Moon | Estória do Gato e da Lua | Wallace & Gromit – Grand Day Out
duração total da projeção: 45 min | M/4
sessão Viagem à Lua
EXCURSION DANS LA LUNE
Viagem à Lua
de Segundo de Chomón
França, 1908 – 7 min / mudo
THE BOY AND THE MOON
“O Menino e a Lua”
de Rino Alaimo
Itália, Reino Unido, 2012 – 7 min / dobrado em português
ESTÓRIA DO GATO E DA LUA
de Pedro Serrazina
Portugal, 1995 – 6 min
WALLACE & GROMIT – GRAND DAY OUT
Um dia de Folga
de Nick Park
Estados Unidos, 1989 – 23 min / dobrado em português

No ano de 2019 celebram-se os 50 anos do primeiro passo do homem na Lua. Fonte de inspiração para escritores, artistas e realizadores, a Lua continua a fascinar os espectadores de qualquer idade e a convidá-los a serem protagonistas de histórias incríveis. Esta sessão de homenagem começa com uma fantástica ida à Lua realizada por Segundo de Chomón, um dos pioneiros do cinema, cheia de efeitos especiais, imaginada mais de 60 anos antes da data que agora comemoramos. Continuamos a nossa viagem “destino Lua” com três filmes de animação: o primeiro é sobre um menino que se apaixona pela Lua e tenta conquistar o amor dela; o segundo, um clássico da animação portuguesa em que há um inusitado e poético encontro entre um gato preto e a Lua branca; o último conta com as conhecidas personagens do estúdio de animação Aardman, Wallace & Gromit. Os dois empenham-se numa grande missão à Lua à procura de… queijo. Será que o encontram?
 
16/02/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Classical Period | Don’t Look Back
duração total da projeção: 158 min | M/12
entre os dois filmes há um intervalo de 20 minutos
CLASSICAL PERIOD
de Ted Fendt
com Calvin Engime, Evelyn Emile, Sam Ritterman, Chris Stump, Michael Carwile.
Estados Unidos, 2018 – 62 min / legendado eletronicamente em português
DON’T LOOK BACK
Eu Sou Bob Dylan
de D.A. Pennebaker
com Bob Dylan, Joan Baez, Donovan
Estados Unidos, 1967 – 96 min / legendado eletronicamente em português

CLASSICAL PERIOD é (nas palavras do realizador) “uma longa conversa – que tão depressa se afasta como se aproxima – de uma tradução de 1864 da Divina Comédia”.
Num impasse com o tipo de análise comportamental de personagens que vinha fazendo, Ted Fendt retira, neste caso, a narrativa e os seus artefactos para se centrar apenas nas pessoas. O filme é um retrato de Cal (amigo de longa data de Tendt) e do seu grupo de amigos em Filadélfia. Eles discutem livros, arquitetura, música: Denise Levertov, Beethoven e Philip Massinger, Vitruvius e, sobretudo, a tradução de Henry Longfellow da obra de Dante. Filmado com a belíssima textura da película 16 mm, neste filme os interesses literários não funcionam tanto como contexto dramático mas são antes a própria substância do filme. DON’T LOOK BACK é um dos mais famosos documentários do Direct Cinema dos anos sessenta. D.A. Pennebaker seguiu Bob Dylan na primavera de 1965 durante uma sua digressão de três semanas em Inglaterra: do aeroporto à sala de espetáculos, entre conversas e concertos, em longos planos-sequência. Se Pennebaker encarou a possibilidade de acompanhar e filmar Bob Dylan essencialmente como um “campo de provas”, o certo é que o filme se constituiu como um título essencial da iconografia de Dylan, como o provam a quantidade de momentos aqui contidos – mais ou menos encenados – que não mais abandonariam o imaginário da cultura “dylaniana”. Teve ainda o condão de interessar Dylan (que detestou ver-se no filme) pelo cinema para lá do espectador curioso e informado que já era: a sua primeira experiência como realizador (EAT THE DOCUMENT) foi uma reação direta ao filme de Pennebaker, completado com a ajuda de… Pennebaker. E este deu o primeiro passo para se tornar especialista no “documentário rock”. CLASSICAL PERIOD é uma primeira exibição em Portugal.
 
16/02/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema de Michael Snow
A to Z | New York Eye and Ear Control | Short Shave | Wavelength
duração total da projeção: 90 min | M/12
com a presença de Michael Snow
A TO Z
Canadá, 1956 – 7 min / mudo
NEW YORK EYE AND EAR CONTROL
Canadá, 1964 – 34 min / sem diálogos
SHORT SHAVE
Canadá, 1965 – 4 min / sem diálogos
WAVELENGTH
com Hollis Frampton, Amy Toubin, Joyce Wieland, Naoto Nakagawa
Canadá, Estados Unidos, 1967 – 45 min / sem legendas
de Michael Snow

O início da obra cinematográfica de Snow, nomeadamente o conjunto de filmes que realiza entre meados dos anos cinquenta e meados dos anos sessenta, culminando em WAVELENGTH. A TO Z é um curto trabalho realizado de modo independente, que corresponde ao período em que Snow, em paralelo com a sua atividade enquanto músico e artista plástico começou a trabalhar em cinema, concretamente na área da animação a convite de George Dunning, que anos mais tarde assinaria o filme YELLOW SUBMARINE. A TO Z recorre às técnicas da animação para produzir uma fantasia em torno da relação amorosa entre duas cadeiras. NEW YORK EYE AND EAR CONTROL representa o culminar do trabalho pictórico e escultórico, que Snow desenvolvia há vários anos em torno da série Walking Woman, que aqui estende ao cinema. Ao trabalhar a colisão entre uma silhueta bidimensional e o espaço tridimensional Snow imagina um olho que se fixa nas superfícies com grande intensidade, aliando uma montagem intelectual das imagens à espontaneidade e improvisação da vanguarda do free jazz representada por músicos como Albert Ayler, Don Cherry, Roswell Rudd, Sunny Murray ou Gary Peacock que, a convite de Snow, gravaram a banda sonora do filme. Em SHORT SHAVE, um dos seus filmes mais curtos que alude ainda à Walking Woman, Snow discorre sobre a vaidade e a aparência através de fades e zooms manuais sobre o seu próprio rosto. WAVELENGTH, obra fundamental do cinema experimental, assenta num longo zoom descontínuo, que parte do plano geral do interior de um apartamento para se deter numa fotografia afixada na parede, sendo interrompido pela entrada e saída de algumas personagens. A fotografia representa o mar e foi capa do álbum Four Organs (1970), de Steve Reich, pioneiro do minimalismo na música. A experiência da duração, o jogo entre o dentro e o fora de campo, a vertente levemente narrativa e a “falsidade” do "plano único" fazem de WAVELENGTH um caso único na história do cinema. Como tão bem escreveu Gene Youngblood em 1968: "WAVELENGTH não tem precedentes na pureza do seu confronto com a essência do cinema: a relação entre ilusão e facto, espaço e tempo, sujeito e objeto. É o primeiro filme pós-Warhol e pós-minimal; um dos poucos filmes que mobilizam aquelas elevadas ordens conceptuais que ocupam a pintura e a escultura modernas." A TO Z e SHORT SHAVE são primeiras exibições na Cinemateca.
 
16/02/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
In Memoriam Marceline Loridan
Comment Yukong Déplaça les Montagnes
de Joris Ivens, Marceline Loridan
China, França, , 1976 - 98 min
legendado eletronicamente em português | M/12
COMMENT YUKONG DÉPLAÇA LES MONTAGNES é um filme constituído por 12 partes autónomas que versam sobre a vida quotidiana na China após a Revolução Cultural e que vai buscar o seu título a uma antiga narrativa chinesa. Apresentamos dois dos seus episódios: “LA PHARMACIE Nº 3: SHANGHAÏ” (79 minutos) e “HISTOIRE D'UN BALLON, LE LYCÉEN N°31 À PÉKIN” (19 minutos). No primeiro, Ivens e Loridan filmam uma farmácia-piloto que não se limita a distribuir medicamentos, uma vez que todos se esforçam para melhorar o serviço em prol do bem da coletividade. “HISTOIRE D'UN BALLON, LE LYCÉEN N°31 À PÉKIN” centra-se, por sua vez, no debate ideológico entre um professor e um aluno a partir dum incidente no recreio com uma bola.