CICLO
70 Anos de Cinemateca


No seu segundo andamento e em linha direta com a programação de novembro, o Ciclo “70 Anos de Cinemateca” propõe um novo lote de filmes que completa a evocação de 35 histórias memoráveis da programação da Cinemateca desde o início das suas projeções públicas no Salão Foz em 1958 e, em modo mais intenso, a partir de 1980, quando se iniciaram as sessões diárias da primeira sala de cinema nas instalações da Rua Barata Salgueiro. O conceito e linhas de orientação deste “70 Anos, 70 Filmes” lembram momentos marcantes desse percurso, como Ciclos e retrospetivas, a peculiaridade de algumas sessões ou a presença de convidados especiais. As 16 histórias deste mês são contadas nas notas das respetivas sessões, em alguns casos transitando de novembro. Note-se que CHELSEA GIRLS, de Andy Wharol, inicialmente programado em novembro, mas que foi necessário adiar, tem agora projeção marcada. A apresentar nos primeiros meses de 2019, um segundo núcleo do Ciclo centrar-se-á no cinema contemporâneo.
 
03/12/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 70 Anos de Cinemateca

Young Mr. Lincoln
A Grande Esperança
de John Ford
Estados Unidos, 1939 - 100 min
03/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 70 Anos de Cinemateca

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Antonio das Mortes)
de Glauber Rocha
Brasil, 1969 - 100 min | M/12
04/12/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 70 Anos de Cinemateca

Moana (versão “MOANA WITH SOUND”)
Moana, O Homem Perfeito
de Robert Flaherty, Frances Flaherty (1926), Monica Flaherty (1980)
Estados Unidos, 1926-1980 - 98 min
 
04/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 70 Anos de Cinemateca

Alenka
de Boris Barnet
URSS, 1961-62 - 75 min
 
04/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo 70 Anos de Cinemateca

We Can't Go Home Again
de Nicholas Ray
Estados Unidos, 1971-1980 - 93 min
03/12/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Young Mr. Lincoln
A Grande Esperança
de John Ford
com Henry Fonda, Alice Brady, Marjorie Weaver, Donald Meek, Ward Bond
Estados Unidos, 1939 - 100 min
legendado em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Inspirando-se num episódio da vida de Abraham Lincoln no começo da sua carreira de advogado, John Ford dirige um dos filmes maiores da sua obra e um dos mais pessoais. Para muitos, é mesmo a sua obra-prima absoluta. Eisenstein referiu-se a YOUNG MR. LINCOLN como o filme que gostaria de ter feito. A extensa retrospetiva John Ford, organizada em 1983 e ocasião para a publicação de um catálogo, foi, naturalmente, um dos momentos marcantes da história da Cinemateca, e com esta sessão a evocamos.
 
03/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Antonio das Mortes)
de Glauber Rocha
com Maurício do Valle, Othon Bastos, Odete Lara, Lourival Pariz
Brasil, 1969 - 100 min | M/12
70 Anos, 70 Filmes

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Em abril de 1981, poucos meses antes da morte de Glauber Rocha, então instalado em Sintra, a Cinemateca organizou uma homenagem ao realizador brasileiro, acompanhada pela publicação de uma brochura, e cuja ordem de programação foi estabelecida pelo próprio cineasta. Durante a realização deste Ciclo, a recém-inaugurada sala da Cinemateca foi destruída por um incêndio. Vivendo um período depressivo, o realizador chegou a considerar-se quase “culpado” pelo ocorrido, como se a sua presença atraísse desgraças. Mais conhecido como ANTONIO DAS MORTES, mas oficialmente intitulado O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO, premiado em Cannes, este foi o último filme de Glauber Rocha antes de um período de sete anos de exílio. Foi o seu primeiro filme a cores e tem algumas semelhanças com o western spaghetti. Antonio das Mortes, um assassino por contrato e personagem de DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, enviado para reprimir uma revolta, muda de lado no último instante, juntando-se aos oprimidos e voltando-se contra os seus antigos patrões.
 
04/12/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Moana (versão “MOANA WITH SOUND”)
Moana, O Homem Perfeito
de Robert Flaherty, Frances Flaherty (1926), Monica Flaherty (1980)
Estados Unidos, 1926-1980 - 98 min
intertítulos em inglês, legendados eletronicamente em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Rodado na sequência de NANOOK OF THE NORTH, o segundo dos dois célebres filmes que Flaherty pôde realizar com inteira autonomia nos anos vinte do século passado, neste caso filmado no arquipélago de Samoa, representava ao mesmo tempo uma inflexão temática (já não a “luta pela sobrevivência” mas a “celebração da vida” em comunhão com a natureza) e a consolidação, para ele definitiva, de um método de filmagem realista que só bastante mais tarde encontraria no cinema os seus verdadeiros pares. Tendo sido distribuído à época em Portugal, MOANA foi exibido na Cinemateca pela primeira vez em 1983, num Ciclo de “Clássicos da Cinemateca Francesa”, mas viria a ser alvo de uma sessão particularmente memorável quando, um ano depois (no Ciclo “Robert Flaherty e a herança de Flaherty”), foi mostrado na versão sonorizada empreendida e trazida a Lisboa pela filha do autor, Monica Flaherty. Contra a corrente de sonorizações de clássicos do mudo pelo habitual acompanhamento musical, Monica arriscara o gesto único de sonorizar o filme em respeito absoluto pelos métodos de criação flahertiana, deslocando-se aos locais precisos da rodagem e captando (apenas) sons locais da natureza e da população autóctone, incluindo os dos cantos e danças representados no filme. É então esta versão que vamos voltar a ver e ouvir, trazida, agora, por Sami van Ingen (artista, realizador de “found footage”, também ele descendente de Flaherty) que a restaurou juntamente com Bruce Posner, em 2014. A apresentar em cópia digital.
 
04/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Alenka
de Boris Barnet
com Natacha Ovodova, I Zaroubina, Vassili Chukchin
URSS, 1961-62 - 75 min
legendado eletronicamente em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
ALENKA, nome da criança que é protagonista, foi o penúltimo filme de Boris Barnet. Realizado a cores e em formato panorâmico, trata-se de uma espécie de road movie soviético, ambientado no momento da grande emigração de russos rumo ao Cazaquistão, em meados dos anos cinquenta. Contrariando os clichés sobre o cinema soviético, ALENKA é um filme tónico e ligeiro, uma obra magnífica de um grande realizador. A Cinemateca mostrou-o pela primeira vez na retrospetiva dedicada à obra de Boris Barnet de 1996, então acompanhada pela publicação de um catálogo, revelação em Portugal de um dos mais brilhantes e secretos cineastas da época soviética.
 
04/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
We Can't Go Home Again
de Nicholas Ray
com Nicholas Ray, Leslie Levinson, Denny Fischer, Tom Farrell, Jane Weymann
Estados Unidos, 1971-1980 - 93 min
legendado em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes

1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (II)
Último projeto de Nicholas Ray, feito no difícil período final da sua vida, com os seus estudantes do Harpur College, em Nova Iorque, revelado numa primeira versão no festival de Cannes em 1973, apesar de Ray nunca o ter dado como concluído. Filmado em 35, 16, super 8, 8 mm e em vídeo, utilizando a técnica do “split-screen”, o incompleto WE CAN’T GO HOME AGAIN (expressão que significa “não se pode voltar ao passado”) é o requiem da obra de Nicholas Ray. Tendo conhecido várias versões de montagem, o filme é mostrado na de 1980, terminada pouco depois da morte de Ray, de que a Cinemateca conserva uma cópia extremamente rara. Um regresso a um dos grandes cineastas que marca presença constante na Cinemateca, que lhe devotou duas grandes retrospetivas, uma primeira em 1985 e uma integral em 2012, que adotava o nome deste singularíssimo filme.