21/06/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Cinematecas Hoje: Cinémathèque Suisse
Dans la Ville Blanche
A Cidade Branca
de Alain Tanner
com Bruno Ganz, Teresa Madruga, Julia Vonderlinn
Suíça, 1983 - 107 min
legendado em português | M/16
Um dos mais célebres filmes de Alain Tanner, maioritariamente ambientado em Lisboa, com um magistral trabalho de fotografia de Acácio de Almeida. DANS LA VILLE BLANCHE é curiosamente pouco apreciado por alguns espectadores portugueses, que são da opinião que Tanner mostra uma imagem “folclórica” da cidade, o que é exatamente o oposto do que ele faz. Um marinheiro suíço desembarca em Lisboa e deixa-se ficar pela cidade. Em contraponto à errância do homem numa cidade que lhe é estranha, na extremidade da Europa, acompanhamos a correspondência dele com a sua mulher, na Suíça. Tanner testemunhou que ao fazer este filme reencontrou o ambiente dos seus primeiros filmes suíços, feitos fora da lógica de mercado. Mais do que um cenário, Lisboa (“uma cidade estranha e muito estimulante do ponto de vista visual e sensorial”, na sua opinião) é coprotagonista do filme, cidade imediatamente identificável, mas sem cor local, nem folclore.
 
21/06/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
Martín Rejtman
Rapado
de Martín Rejtman
com Ezequiel Cavia, Damián Dreizik, Mirta Busnelli, Horacio Peña, Lucas Marty, Cecilia Biagini, José Glusman, Pichón Baldinu, Verónica Llinás
Argentina, 1992 - 75 min
legendado eletronicamente em português | M/12
com a presença de Martín Rejtman
RAPADO foi um dos filmes precursores do “Nuevo Cine Argentino” que nasceu no deserto de utopias que foi a década de noventa e que instaurou um ritmo novo, visual e narrativo. É também a primeira longa de Rejtman e marca o início desta poética própria que descasca a artificialidade da classe média que vive noites longas e vidas curtas. Estreou em Roterdão e em Locarno em 1992 mas só em 1996 na Argentina. Diz Rejtman: “deixei o tempo passar e ainda bem (...) não podia ouvir como se falava no cinema argentino, não podia mostrar lugares como se mostravam”. Roubam a mota, o dinheiro e as sapatilhas ao Lúcio. Ele rapa o cabelo e vai tentar roubar uma mota parecida. Pelo caminho, “videogames”, cassetes, encontros fortuitos, uma profunda solidão e, aqui e ali, os sinais dos tempos.
 
21/06/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Com a John dos Passos Society
Robles Duelo al Sol
de Sonia Tercero Ramiro
Espanha, 2015 - 80 min
legendado em espanhol e eletronicamente em português | M/12
com a presença de Sonia Tercero Ramiro, projeção seguida de debate com a participação da realizadora, Lucy Dos Passos e John Dos Passos Coggin
Escrito e realizado por Sonia Tercero Ramiro com a colaboração de John Dos Passos Coggin, ROBLES DUELO AL SOL baseia-se na investigação histórica levada a cabo em 1937, em Espanha, pelo romancista americano de ascendência portuguesa John Dos Passos (1896-1970) sobre o desaparecimento de José Robles Pazos. Seu amigo, professor universitário e tradutor espanhol de Manhattan Transfer, José Robles Pazos foi morto em abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola. John Dos Passos iniciou a sua investigação quando o amigo despareceu durante as filmagens de SPANISH EARTH, de Joris Ivens, coescrito por Dos Passos com Ernest Hemingway. “O confronto entre John Dos Passos e Ernest Hemingway sobre as razões que levaram à morte de José Robles foi o catalisador do colapso da sua amizade e o do desencanto de Dos Passos com a ‘causa comunista’. Este facto alterou as suas convicções políticas para o resto da sua vida e a sua carreira como escritor”. Primeira exibição na Cinemateca.
 
21/06/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Martín Rejtman
Silvia Prieto
de Martín Rejtman
com Rosario Bléfari, Marcelo Zanelli, Susana Pampin, Gabriel Fernández Capello, Valeria Bertuccelli
Argentina, 1999 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
com a presença de Martín Rejtman
No dia em que faz 27 anos, Silvia Prieto (uma singular Rosario Blefári) decide mudar a sua vida. Não sabemos quase nada de como era antes e seguimo-la numa cadeia de ações e encontros com uma engenhosa galeria de personagens que, afinal, são familiares. Soltamos pontas atadas e percebemos que quase nada é o que parece. Rejtman, com este filme, um dos mais importantes da história do cinema argentino, leva-nos para dentro do seu universo. A multiplicação do “eu” até desaparecer, o canário que não canta, uns quarenta e oito cafés e vinte garotos, objetos, um casaco Armani e o frango cortado em doze partes iguais. Obsessão e detalhes porque “por favor, uma mulher é uma mulher”, reza Godard citado neste filme.