09/01/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Inadjectivável
Limelight
Luzes da Ribalta
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Claire Bloom, Buster Keaton, Sydney Chaplin, Norman Lloyd
Estados Unidos, 1952 - 137 min
legendado em espanhol | M/12
Para inauguração da rubrica, o filme em relação ao qual o próprio João Bénard da Costa aventou um dia a hipótese de ser “o melhor melodrama de todos os tempos”. Chaplin depois de Charlot, numa história de envelhecimento e de passagem por quem teve o segredo da arte do cinema de uma ponta à outra do seu percurso, e que, numa das alturas mais contraditórias da sua vida (entre um novo equilíbrio pessoal e a ameaça de uma rutura forçada com os EUA) em boa medida convertia a irrisão em lágrimas. Jogo de espelhos abissal, a relação entre o palhaço Calvero e a bailarina Terry (Claire Bloom) é uma súmula e um mergulho numa vida e numa obra, ao mesmo tempo “chave” de um trajeto pessoalíssimo e, de novo, parábola universal. Perto do fim, um dos mais extraordinários encontros de gigantes de todo o cinema (Chaplin e Keaton) numa cena baseada na pura arte do olhar e do gesto, ou seja, o centro do centro desta arte das imagens em movimento.