04/03/2020, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Saul Bass, Arte do Genérico
The Age of Innocence
A Idade da Inocência
de Martin Scorsese
com Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer, Winona Ryder, Alexis Smith, Geraldine Chaplin
Estados Unidos, 1993 - 139 min
legendado em espanhol | M/12
Scorsese adapta o clássico de Edith Wharton e filma mais uma vez Nova Iorque. Desta vez a ação situa-se no fim do século XIX, quando a sociedade nova-iorquina vivia espartilhada pelos costumes e substituía as paixões pelas convenções sociais. Michelle Pfeiffer é a mulher que regressou da Europa e cuja atitude se confronta com esse rigor social. Sobre a sequência de abertura desenhada por Saul Bass, com uma sensualíssima série de fundidos-encadeados de flores a desabrochar, Scorsese confidenciou: “Tudo estava ali. Era a essência do filme que queria fazer: o desejo, o sentimento de uma paixão escondida.” A apresentar em cópia digital.
 
04/03/2020, 18h30 | Sala Luís de Pina
CINENOVA

Em colaboração com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Fordlândia Malaise | Um Ramadão em Lisboa
Duração total da sessão: 108 minutos | M/12
com a presença dos realizadores
FORDLÂNDIA MALAISE
de Susana de Sousa Dias
Portugal, 2019 – 40 min
UM RAMADÃO EM LISBOA
de Raquel Carvalheira, Catarina Alves Costa, Teresa Costa, Carlos Lima, Joana Lucas, Amaya Sumpsi
Portugal, 2019 – 68 min / legendado em português

Uma experiência multimédia de Susana de Sousa Dias sobre uma cidade do futuro, mas sem futuro, fundada em 1929 por Henry Ford em plena floresta amazónica – é este o décor “impossível” de FORDLÂNDIA MALAISE, obra que, de modo surpreendente, mistura imagens de arquivo com extraordinários planos filmados recorrendo a drones. Esta curta-metragem marca a entrada de Susana de Sousa Dias numa nova fase da sua obra: libertada do tema do Estado Novo em Portugal, mas ainda assombrada pelo estudo das formas de poder e submissão ao longo da história, que, no caso, remetem para o passado colonial tal como vertido na paisagem brasileira. UM RAMADÃO EM LISBOA é uma obra coletiva que documenta como um grupo de muçulmanos vivendo em Lisboa enfrenta o mês de jejum, do frenesim dos primeiros dias ao desgaste final. Uma equipa de realização predominantemente feminina “sai à rua” cruzando e dando rostos vários a uma realidade não tão distante ou exótica quanto possamos pensar.
 
04/03/2020, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Carta Branca 2020 a Jorge Silva Melo
Rio Bravo
Rio Bravo
de Howard Hawks
com John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson, Walter Brennan
Estados Unidos, 1959 - 141 min
legendado em espanhol e eletronicamente em português | M/12
RIO BRAVO é um dos mais famosos westerns de sempre, e a obra-prima de Howard Hawks, que o fez em resposta a HIGH NOON de Fred Zinnemann. Um grupo de homens com uma missão a cumprir é o tema geral dos filmes de aventuras de Hawks, neste caso, a de manter a ordem numa pequena cidade, e levar a julgamento um assassino. Mas é também, como todos os filmes do realizador, uma fabulosa variação sobre a “guerra dos sexos”, com um fabuloso duelo verbal entre John Wayne e Angie Dickinson. Jorge Silva Melo indica-o muitas vezes como o filme entre os preferidos. Escreveu sobre ele para o catálogo Howard Hawks de 1990: “Se há filmes que me fizeram mal? Este. RIO BRAVO. Mal em tudo: na vida, nos amores, na profissão, quando penso em fazer um filme, quando me ponho a escrever uma história, quando vou ao cinema, naquelas horas plenas (e ainda tão raras!) em que posso filmar ou trabalhar.”
 
04/03/2020, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Carta Branca 2020 a Jorge Silva Melo
Namay-e Nazdik / Close-Up
de Abbas Kiarostami
com Hossain Sabzian, Abolfazl Ahankhah, Abbas Kiarostami, Mohsen Makhmalbaf
Irão, 1990 - 90 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
CLOSE-UP é uma das obras-primas de Abbas Kiarostami, um filme extraordinariamente livre, complexo, mas simples à superfície. Construindo-se nos registos documental e da ficção, e refletindo sobre a natureza da imagem, o real e o cinema, segue a história de um homem desempregado que finge ser o realizador Mohsen Makhmalbaf. Num testemunho filmado para acompanhar a sua edição portuguesa em dvd, Jorge Silva Melo defendo-o como um filme que coloca as questões fundamentais do cinema com simplicidade, nitidez, problematização: “Depois deste filme não é possível fazer cinema da mesma maneira. Ficamos a duvidar de tudo.” A apresentar em cópia digital.