CICLO
A Cinemateca com o Underscore


As relações entre o som e a imagem, e dentro disso, as relações mais específicas entre a música e a imagem em movimento, em todo o seu espectro e seja qual for a época abordada, são também obviamente questões de museologia e de museografia de cinema (veja-se em particular a gama de soluções utilizáveis no acompanhamento musical dos filmes mudos e as questões éticas e programáticas que lhes estão associadas e que hoje são pensadas num contexto de cinemateca). Na primeira edição de um festival que se propõe explorar essas relações, a Cinemateca Portuguesa associa-se ao UNDERSCORE em duas sessões complementares, nas quais estão em jogo duas vertentes da relação música-cinema fora do universo do cinema sonoro tal como habitualmente entendido - a exibição de uma obra relevante do cinema mudo português acompanhada de uma nova partitura para piano executada pelo compositor, e uma sessão dedicada à criação contemporânea, em que autores de música e de imagem exploram caminhos possíveis do diálogo entre as duas áreas.
 
 
16/06/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Underscore

Pulsars | Asperity | I Believe That, Too | Terras Interiores
duração total das peças apresentadas: 28 min 35 seg | M/12
 
16/06/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo A Cinemateca com o Underscore

Mulheres da Beira
de Rino Lupo
Portugal, 1921 - 81 min
16/06/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Underscore

Festival de Música, Som, Imagem em Movimento e Arquivo
Pulsars | Asperity | I Believe That, Too | Terras Interiores
duração total das peças apresentadas: 28 min 35 seg | M/12
CESEM: Pensar a Música - Um Diálogo Aberto

Com a presença de Isabel Pires, Bruno Gabirro, Rui Pereira Jorge, Carlos Marecos e Joana Gama
PULSARS
Filme de Isabel Pires
Música electroacústica de Isabel Pires
Música de 2013, versão com filme de 2017
Portugal, 2017 – 13 min
ASPERITY
Filme de animação de Tom Jobbins, Melanie Hasemore e Rowena Hornshaw 
Composição e interpretação (viola de arco) de Bruno Gabirro (som gravado).
Portugal, 2007 – 1 min e 58 segs
I BELIEVE THAT, TOO
Filme de animação de Luís Alegre
Música electroacústica de Rui Pereira Jorge
Portugal, 2007 – 2 min
TERRAS INTERIORES
de Eduardo Brito (realização) e David Ferreira (montagem)
Música: Composição de Carlos Marecos. Interpretação ao vivo de Joana Gama (piano)
Portugal, 2013 – 11 mins 37 seg

Todas as imagens em suporte digital.
Som gravado digitalmente nas três primeiras peças.
Sessão mista, incluindo a exibição das obras, apresentações e debate.

Nesta sessão serão apresentados e discutidos vários trabalhos desenvolvidos por artistas investigadores do CESEM (Centro de estudos de sociologia e estética musical da Universidade Nova de Lisboa). São trabalhos curtos de duração variada, que exploram abordagens artísticas também variadas da relação entre a música e a imagem em movimento. Os autores descrevem-nos como um projeto de eletroacústica com imagem em movimento, um “violino animado”, uma “banda desenhada sonorizada”, e um filme com acompanhamento musical ao vivo pela pianista Joana Gama. A segunda obra é apresentada em estreia em Portugal e a terceira em estreia absoluta. As peças serão ponto de partida para uma conversa com os músicos, trazendo à discussão pública o trabalho de investigação deste centro.
 
16/06/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Underscore

Festival de Música, Som, Imagem em Movimento e Arquivo
Mulheres da Beira
de Rino Lupo
com Brunilde Júdice, Mário Santos, António Pinheiro, Duarte Silva
Portugal, 1921 - 81 min
mudo | M/12
Com acompanhamento de piano ao vivo por Nicholas McNair (composição original)
Tendo como objetivo a muito recente edição do filme em DVD (edição dupla da Cinemateca, com este filme e OS LOBOS, do mesmo realizador), Nicholas McNair compôs uma partitura original para piano, que toca agora ao vivo pela primeira vez. AS MULHERES DA BEIRA, ou, como sugere o título alternativo da obra, FUNESTA AMBIÇÃO, foi uma produção da Invicta Film (a mais importante produtora portuguesa do tempo do mudo) baseada num conto de Abel Botelho. No filme, Brunilde Júdice, a Mariana do AMOR DE PERDIÇÃO de Pallu (1919), tem uma fortíssima presença no papel de Aninhas, uma jovem de Arouca que inclina o seu arrebatamento para o Fidalgo da Mó que cedo a desprezará, em desfavor de André, o pastor contemplativo que por ela nutre uma sincera paixão. Trata-se de um dos mais singulares casos do nosso cinema mudo, com um imaginário “flamejante”, a marca sensual de Brunilde Júdice e uma belíssima fotografia de Costa de Macedo.