CICLO
História Permanente do Cinema Português


Em março, abrimos uma exceção que não deixa de fazer parte da regra: voltando à primeira grande geração do cinema português, exibimos o primeiro filme realizado por Chianca de Garcia no Brasil, no qual participaram, aliás, pelo menos dois outros portugueses (o diretor de fotografia Aquilino Mendes e o assistente Fernando Barros, este depois também ali radicado e tornado realizador). Entrando a fundo no contexto brasileiro, PUREZA não deixa de ser um objeto relevante para perceber um dos nomes decisivos no cinema português da década anterior. A segunda sessão é dedicada a mais um elo quase perdido (porquanto há décadas não exibido) de um autor que, passados poucos anos, se tornaria realizador de séries de televisão, e de cujos três filmes para cinema só este teve distribuição (o primeiro foi interditado pela censura e o segundo não chegou às salas, tendo sido exibido na Cinemateca em 2006).
 
 
07/03/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

Pureza
de Chianca de Garcia
Brasil, 1940 - 100 min | M/12
 
14/03/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

Cartas na Mesa
de Rogério Ceitil
Portugal, 1973 - 95 min | M/12
07/03/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
Pureza
de Chianca de Garcia
com Procópio Ferreira, Conchita de Moraes, Sônia Oiticica, Sady Cabral
Brasil, 1940 - 100 min | M/12
O sertão, os coronéis e o carnaval brasileiro vistos por Chianca de Garcia e fotografados por Aquilino Mendes, ao som da música de Dorival Caymmi. Desafiado por Adhemar Gonzaga para adaptar o romance de Lins do Rego nos estúdios da Cinédia no Rio de Janeiro, o realizador interrompia aqui, em definitivo, a sua obra portuguesa, logo a seguir ao grande sucesso que fora a ALDEIA DA ROUPA BRANCA (1938). Apesar de alguns dos seus reconhecidos desequilíbrios, Luís de Pina acentuou sempre em PUREZA o lado visual, o ritmo e o sentido da elipse, e escreveu que “entre a aldeia portuguesa e a aldeia do sertão brasileiro, as diferenças são apenas geográficas – o cinema continuava, cada vez melhor, na arte de Chianca de Garcia”.
14/03/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
Cartas na Mesa
de Rogério Ceitil
com José Jorge Letria, José Ceitil, Guida Maria, José Amador, Fernando Assis Pacheco
Portugal, 1973 - 95 min | M/12

A história dos encontros e das relações entre um jornalista e um fotógrafo na Lisboa de 1973. Vindo do cinema amador e dos cineclubes, Rogério Ceitil começara por assinar Grande, Grande era a Cidade (1971), uma obra em que contara com a colaboração de Lauro António e que nunca foi estreada por interdição da censura após uma única exibição no Festival de Santarém de 1972. Mercê da pequena história de uma disputa de autoria referente a esse primeiro filme (de que o argumento de CARTAS NA MESA terá sido evocação), as referências a esta segunda obra acabaram por ser parcialmente desviadas do que mais contaria, a saber, o facto de estar em causa uma das raras incursões do nosso cinema da altura num tipo de filmagem direta e dir-se-ia desarmada, que, para além de possíveis fraquezas intrínsecas, carecia tanto de tradição como de contexto. Filmado poucos meses antes do 25 de Abril, estreou-se em janeiro de 1975, porventura mais uma vez desenquadrado. Na Cinemateca teve uma única exibição, no ciclo inaugural de 1980.