CICLO
In Memoriam Jan Nemec


Jan Nemec (1936-2016) foi um dos nomes importantes na rica Nova Vaga checa dos anos sessenta, ao lado, entre outros, de Ivan Passer, Milos Forman, Vera Chytilová e Jiri Menzel. Nemec era de opinião que “é preciso buscar uma estilização, um cineasta tem de buscar o seu mundo, inteiramente diferente da realidade”. A sua primeira longa-metragem DEMANTY NOCI (“DIAMANTES NA NOITE”, 1964) mistura o real e o imaginário, ao passo que O SLAVNOSTI A HOSTECH (“A FESTA E OS CONVIDADOS”, 1966) é uma alegoria sobre o poder político, que foi imediatamente proibida. Autorizado durante alguns meses em 1968, este filme voltaria a ser proibido durante vinte anos, com diversos outros da Nova Vaga. Nemec também filmaria as primeiras imagens dos tanques soviéticos em Praga, que foram difundidas mundialmente, depois dele as entregar clandestinamente à televisão austríaca. Devido a tudo isto, foi proibido de filmar, mas autorizado a deixar o país em 1974. Instalou-se na Alemanha, onde fez vários trabalhos para a televisão, regressando a Praga em 1989. Dedicou-se então ao ensino do cinema documental, a pedido dos estudantes da escola de cinema e realizou oito longas-metragens, a última das quais estava em pós-produção quando faleceu.

 
20/06/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo In Memoriam Jan Nemec

Mucedníci Lásky
Os Mártires do Amor
de Jan Nemec
Checoslováquia, 1966 - 71 min
 
20/06/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
In Memoriam Jan Nemec
Mucedníci Lásky
Os Mártires do Amor
de Jan Nemec
com Lindsay Anderson, Hana Kuberová, Josef Konicek
Checoslováquia, 1966 - 71 min
legendado em português | M/12

Como tantos filmes de meados dos anos sessenta, OS MÁRTIRES DO AMOR é dividido em episódios, no caso em número de três: As Tentações de um Trabalhador de Colarinho Branco; Os Sonhos de Nastenka; As Aventuras de Rudolf, o Órfão. O realizador afirmou que nestas “três farsas tristes, quis defender os tímidos, os fracassados, sugerindo uma atmosfera de emoções”. Quase desprovido de diálogos, muito estilizado, OS MÁRTIRES DO AMOR pode ser definido como uma comédia melancólica e não “realista”, na medida em que a arte da ação consiste em devaneios eróticos e afetivos das personagens.