11/06/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
SAUTE MA VILLE
de Chantal Akerman
com Chantal Akerman
Bélgica, 1968 – 13 min / sem diálogos
LA CHAMBRE
de Chantal Akerman
com Chantal Akerman
Bélgica, 1972 – 11 min / mudo, sem diálogos
JE TU IL ELLE
de Chantal Akerman
com Chantal Akerman, Niels Arestrup, Claire Wauthion
Bélgica, França, 1975 – 90 min / legendado eletronicamente em português
Em três títulos tão absolutamente ímpares como reveladores do que a partir deles viria a ser o cinema de Chantal Akerman, a sessão refere a fase inicial da sua obra. SAUTE MA VILLE – um filme onde a comédia herdeira do mudo encontra a tragédia – é a primeira obra de Akerman; foi filmado na Bélgica e interpretado por ela própria (como sucede nos seguintes), no registo burlesco que fixa uma rapariga assaltada por um verdadeiro frenesim doméstico que deriva no mais puro absurdo. Em LA CHAMBRE, rodado em Nova Iorque “sob a influência” da descoberta de Michael Snow (LA RÉGION CENTRALE), ora sentada ora deitada na cama consoante as vezes que a câmara por ela passa, Chantal Akerman filma-se num singular autorretrato, no decurso da longa panorâmica que percorre repetidamente o espaço de uma divisão. JE TU IL ELLE retrata uma mulher num momento de rutura amorosa. Sozinha no seu apartamento, em viagem estrada fora e em Paris, onde se encontra com a antiga amante, a protagonista lida com a perda e o desânimo. O “je” refere-se a Akerman, o “tu” aos próprios espectadores, o “il” a um condutor de camião com quem apanha boleia e o “elle” à sua “amante”. Composto por longos planos fixos em três passos narrativos, trata-se de um poderoso filme de autoexposição, intimidade, rigor e aspereza cinematográficos. A apresentar em cópias digitais.