CICLO
Double Bill


Na habitual rubrica que ocupa as matinés de sábado à tarde (dois filmes, uma sessão, um bilhete único), emparelhamos John Cassavetes e William Dieterle (HUSBANDS e THE LAST FLIGHT), Alfred Hitchcock e Jean-Claude Brisseau (VERTIGO e LA FILLE DE NULLE PART), Joseph L. Mankiewicz e Philippe Garrel (THE GHOST AND MRS. MUIR e LA FRONTIÈRE DE L'AUBE), e Edgar G. Ulmer e Brian de Palma (DETOUR e FEMME FATALE).

 
05/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Husbands | The Last Fight
 
12/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Vertigo | La Fille du Nulle Part
19/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

The Ghost and Mrs. Muir | La Frontière de L'Aube
26/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Detour | Femme Fatale
05/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Husbands | The Last Fight
duração total da projeção: 209 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

HUSBANDS
Maridos
de John Cassavetes
com John Cassavetes, Ben Gazzara, Peter Falk
Estados Unidos, 1970 – 132 min / legendado eletronicamente em português
THE LAST FLIGHT
de William Dieterle
com Richard Barthelmess, Helen Chandler, David Manners, John Mack Brown
Estados Unidos, 1931 – 75 min / legendado em espanhol

No filme de Cassavetes, três amigos, casados e com filhos, reencontram-se por ocasião da morte súbita de um antigo companheiro. O reencontro e o choque levam-nos a repetir uma das noites de farra dos seus tempos de juventude. Três interpretações notáveis (Cassavetes, Gazzara e Falk) num filme noturno e nova-iorquino, melancólico e nervoso, que é um sério candidato ao título de “melhor filme de John Cassavetes”. Adaptado do romance de John Monk Saunders, THE LAST FLIGHT é um dos míticos "missing films" descoberto na década de setenta. Conta a história do percurso de quatro amigos no pós-guerra, sendo também o retrato de uma "geração perdida", que procura esquecer o drama no álcool e no prazer fugaz dos sentidos. Foi o primeiro filme americano de William Dieterle e inclui cenas que decorrem em Lisboa. Desde a sua "redescoberta" muitos o consideram o melhor filme de Dieterle. HUSBANDS é apresentado em cópia digital.

12/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Vertigo | La Fille du Nulle Part
duração total da projeção: 219 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

VERTIGO
A Mulher Que Viveu Duas Vezes
de Alfred Hitchcock
com James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore
Estados Unidos, 1958 – 128 min / legendado em português
LA FILLE DE NULLE PART
A Rapariga de Parte Nenhuma
de Jean-Claude Brisseau
com Jean-Claude Brisseau, Virginie Legeay, Claude Morel, Lise Bellynck
França, 2012 – 91 min / legendado em português

Duas mulheres que são uma só e um homem que numa procura recriar a imagem que tem da “outra”. Diz-se que Hitchcock só filmou histórias de amor. Se dúvidas houvesse, VERTIGO dissipava-as. É só a paixão (que chega à necrofilia) que motiva o protagonista desta obra-prima de Hitch. O crime, a intriga policial, aqui, não são mais do que o clássico “macguffin”, de tal modo que o espectador se esquece que o crime fica sem castigo. O saber de Hitchcock iludiu todas as censuras. Algumas das mais extasiantes cenas de VERTIGO passam-se dentro de um museu, com Kim Novak inebriada face ao quadro que a obceca fazendo de James Stewart um espectador inebriantemente obcecado por ela. LA FILLE DE NULLE PART é a mais recente longa-metragem de um dos mais singulares cineastas franceses da atualidade, Jean-Claude Brisseau, de quem a trilogia LES CHOSES SECRÈTES, LES ANGES EXTERMINATEURS e À L’AVENTURE (2002/06/08) deram especialmente que falar, associando o trabalho de Brisseau à temática do desejo feminino. LA FILLE DE NULLE PART esclarece a perspetiva redutora do cinema de Brisseau a esta associação, compondo-se como um filme cuja delicadeza segue a par da concentração de meios. Praticamente filmado no cenário único do apartamento parisiense do próprio Brisseau, é um filme de poucos atores e onde os atores assumem também os principais papeis da equipa técnica, começando pelo realizador. VERTIGO é apresentado em cópia digital.

19/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
The Ghost and Mrs. Muir | La Frontière de L'Aube
duração total da projeção: 209 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

THE GHOST AND MRS. MUIR
O Fantasma Apaixonado
de Joseph L. Mankiewicz
com Gene Tierney, Rex Harrison, George Sanders, Anna Lee, Natalie Wood
Estados Unidos, 1947 – 104 min / legendado em português
LA FRONTIÈRE DE L’AUBE
A Fronteira do Amanhecer
de Philippe Garrel
com Louis Garrel, Laura Smet, Clementine Poidatz, Olivier Massart
França, 2008 – 105 min / legendado em português

Há quem o considere o mais belo filme do mundo. THE GHOST AND MRS. MUIR conta a mais estranha história de amor, a que une uma jovem ao fantasma de um capitão da marinha, antigo proprietário da mansão que ela foi habitar. Amor a que será fiel durante toda a vida terrena e que se prolongará pela eternidade. Um par de eleição, Tierney e Harrison, num filme em estado de graça. No filme de Garrel, Carole é uma estrela de cinema cujo marido partiu para Hollywood. François, um jovem fotógrafo, vai a sua casa fazer uma reportagem e tornam-se amantes. Conseguirá François esquecer este amor e enfrentar uma existência normal? De LA FRONTIÈRE DE L’AUBE sobressai uma misteriosa atmosfera em grande parte associada notável fotografia a preto e branco de William Lubtchansky.

26/09/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Detour | Femme Fatale
duração total da projeção: 177 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos

DETOUR
de Edgar G. Ulmer
com Tom Neal, Ann Savage
Estados Unidos, 1945 – 67 min / legendado em português
FEMME FATALE
Femme Fatale
de Brian De Palma
com Rebecca Romjin-Stamos, António Banderas, Peter Coyote, Eriq Ebouaney
Estados Unidos/França, 2002 – 110 min / legendado em português

Um dos mais míticos filmes negros. DETOUR, realizado com poucos meios e muita imaginação, é a história de um homem que tenta, em vão, fugir à fatalidade que paira sobre ele e que o leva a enredar-se cada vez mais na teia que o há de destruir, como o fio de telefone que estrangula a “mulher fatal”, sem que ele dê por isso. Pouco a pouco, todas as alternativas desaparecem. Uma obra-prima da série B, que parece antecipar um certo cinema dos anos sessenta. Um dos melhores filmes de Brian De Palma, FEMME FATALE é uma obra labiríntica onde o passado, o presente e o futuro se cruzam, numa alucinante montagem, seguindo uma misteriosa mulher implicada num audacioso roubo de joias que tem lugar durante o Festival de Cannes.